páginas brancas

Thursday, July 27, 2006

Desejou lhe a boca
Olhou os finos lábios rosados
Quis prendê la
Num labirinto comprido
E ela seria a sua musa
A menina da sua glória
E com ela deitar se longamente
Bebendo lhe os encantos...
E a riqueza pouco ou nada percebera
Do que lhe estava dictando
Aquela manhã ensoleirada
Pousando lhe na cabeça
Uma coroa desmaiada...
Ela sorriu lhe na certeza porém
De que ele lhe traria a chuva e o vento
Para dentro da alcova fresca e rendada...
Tambem sabia da luta que teria de travar
E das tréguas que haveria de acatar
E pensou...pensou... na certeza porém...
De que as asinhas não lhe faltariam
Neste tanto de imprevisto
Que a vida lhe tinha para dar...
E nos olhos já se lhe notava
A sombra teimosa das arrelias
Tomando lhe assento raivoso...
E ela foi e veio
Correu e andou
Parou caiu
Gritou... desesperou
E todos passavam
E ninguém via
O desacato que por dentro dela ia

Pois é...ninguém vê nada...
Só muito mais tarde
Roubara lhe o coração outro...
Que também pouco ou nada via...

Morreu a coitada...

0 Comments:

Post a Comment

<< Home