páginas brancas

Thursday, December 14, 2006

Deitou se num leito tranquilo
Em sorrisos brandos ... abraços folgados
Lembrando as ternuras de quem a parira
E no sossego branco ... nubeloso ...
Enfiou se a dormir...
E nas pressas que tinha em partir
Não se esquecera ela do tanto que deixava
Das palavras ditas em voz baixa
Dos amores vividos
Das crianças ao mundo dadas ...
Dos gritos alternados e confusos da vida ...
E no rigor da saída estendera se
Esperando por quem a visitaria ...
Mas na finda hora
Ninguém se achegaria ...
Trajara a derradeira roupagem da vida
As pregas do tempo vestiam na ...
Ai ... que ela partia pura desta estadia
E que do outro lado
Nosso Senhor a esperava ...
Tinha se lhe recomendado toda a vida
Nas esmolas e bem que a outros oferecia
Que o dela ... a todos pertencia ...
Mas agora na hora...
Na sua ... da despedida ...
Na volta arredondada
Ninguém lhe aparecia ...
Não faz mal ... pensara ...
É da vida apressada ...
Da estreiteza comprida
Onde se estendiam ... refastelados ...
Virou se leste para o céu que a entretinha
Confiou se aos Anjos
Encheu se de Luz ... e partira ...

Soube se bem mais tarde... dera se por sua falta no varandim ...
Acudiram as comadres curiosas dos bens que deixaria ...
Fizera se a doação ... inter vivos ...

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