páginas brancas

Thursday, January 11, 2007

Dizia se puro na inocência do ditame
Mas o tom era desafinado
E o brilha com que pulia as palavras
Era tinto derretido pelo diabo ...
Oh! vil criatura que me vieste enganar
Agadanhar de mim ... tesouros guardados
Riquezas amontoadas ...
E de meu ardor amputar a candura
Agora a outro destinada ...
Pretenderias tu te veres
Arrecadador de minha alma ?
Foi fina a hora de meu despertar
Que te viu afundado em negras cores
E do tudo que em mim querias
Na simplicidade de meu espírito ... me encantares
E de seguida te enfeitares
Do tanto de mim roubado ...
Dos murmúrios aos lindos sonetos
Que te haveria de contar ...
E da fina pele que te haveria de estender a cheirar ...
Oh ! amaldiçoado sejas por me importunares
Nesta hora de desejo ... de bom manjar ...
Pois que era no meu leito
Que te haverias de deitar
E eu no teu para me mimares ...
Sorte esta que me estava destinada
De teu cheiro não provar
E tu ... do meu te afastar
Mas sendo assim ... que se faça a vontade
De quem por aqui manda
Insigne ... o acaso que a ti me levou
Nos caminhos lamacentos do teu trilhar ...

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