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Thursday, March 22, 2007

Agarram se á terra os pés
E no ar flutuam desejos
Ateimam se pretensões
Activam se vontades
Porque não é difícil andar
Não custa caminhar
Mas as ideias que persistem
As que se baralham
Que teimam na lembrança
O juízo nos pode ceifar ...


Um dia quis um menino
Tapar a cabeça
Para as não deixar voar
Ficaram entaladas .. aflitas
Sem poderem respirar ...
Enfiou um boné
Pôs se a andar
No caminho encontrou um amigo
Mas não o pôde cumprimentar
As mãos por cima da cabeça
Os olhos curvados ... cerrados ...
Andou ... andou até se cansar
Mas veio a hora do descanso
Teve de os braços baixar
E sentiu de dentro de si
Um sussurro pequenino
De quem se estava a magoar ...
Entendeu a tempo
Que a alma não se podia aprisionar
Que a teia multicolora dos enseios
Não se podia aferrolhar ...
Caminhou leve a seguir
Ágil se viu uma tarde
Levado por umas asinhas
Que o puxavam ... que o levavam ...
Para lá ... por aí ...

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