páginas brancas

Saturday, May 09, 2009

Vou desenrolar amor o trilho que tenho aqui
Te arrecadar de dentro ... para fora de min...

Vi te nas plumagens dos pássaoros te enleando nas matas densas
Indigando e bailando assim delicadezas ...
Presenças inaudíveis que adivinhava em ti ...
Apreciei te em buscas voluptuosas
Em exames e indigações por outra que não a min...

Dei me a mostrar nos horizontes tardios
Em nascimentos desaluados ... em berço enevuado a me esconder assim...

Mas miragens sobrecelestes em que esvoaçavas
Vi te em alucinações ... em fraquezas e inconveniências malignas
De longe ... sim ... sempre arredado de min...

Não importa o desgosto de me não ter nobilitada em ti ...
Não me sacode a contrariedade de ...
Nesta época de sóis opacos me haver distraída em ti...

E assim rezava todas as noites a menina se confiando á noite...
E cochichava então sempre a modos de cançãozinha ... assim...

Quero segurar a tua mão
Como o ramo sustenta a folhagem ...
Abeirar me nela em sopro cândido
Como a brisa quentinha areja a tua malha...
Quero te aconchegar no meu ombro
Como o vento estreita a copada ramagem ...
Quero te estreitar nos meus braços
Como a aurora rosada matisa
Envolve as flores dos prados ...
E como a chuva miúdinha gotejando nas vitraças
Quero me em sentença por ti cidada
Em versos rubros e delicados
Em passos leves e açodados
Me balançar num teus beijos
Te enlevar nos céus primeiros
Nos indo em vestes balsâmicas
Sempre e sempre voejando nas sombras da eternidade...

Pois que eu sou a inteligível a toldada
Que se esgueira por caminhos cerrados
A que espreita e se agarra á tua sombra desmaiada ...

E de seguida desfazia se em benzeduras pródigas
Chamando a si Deus e afastando o diabo...

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