páginas brancas

Wednesday, September 09, 2009

E se fossemos todos crianças com salpicos de aurora a rosearmos a terra
Com matises verdes a pintarmos o descolorido das ervas
Com pinceladas azúis a aclaramos as trevas
A brincarmos nas folhagems a rolarmo nos sem alcançar a diferença
A pontapearmos num jogo de bola a indiferença
A não estabelecermos fronteiras
A partilharmos o pão os marangos o sabão o banho
E se fossemos todos crianças em baloiços aérios
E pudéssemos levar para o alto em gritos de desejos os sonhos
De quem ainda se quer ter feliz e alegre...
E se fossemos crianças a olharmos com espantos
A chuva a cair o sol a raiar
E não querer saber mais do que essa lua que alumia
E essa chuva que cai
Sem nunca perder a esperança de un dia
Nos podermos passear no arco íris
Jogar á malha ao eixo sem nos importarmos de quem haveria de ganhar
E se fossemos crianças a pintar de cores os nossos risos em paredes brancas nas ruas desertas
E colorir a praça que está preta da guerra
E se abríssemos os portões das prisões e abraçássemos os nossos irmaõs
E se lhes pedíssemos desculpa pelos erros pelas culpas
Em concreta e suave regeneração
Ah!e se fossemos como as crianças que gatinham no chão
E que sabem ver o céu e ver as asas dos pássaros amarelas
E pintarmos cavalos azuis vermelhos alados escorregando das nuvens
A trazerem bombons aos pequeninos deitados em presépios
E se abríssemos as janelas e deixássemos entrar a brisa que refresca
Sem sobressaltos sem medos das pedras que lascam os vidros em pedaços
E se fossemos como as flores do campo que se dão a pisar sem gemidos nem pânicos
Como ás crianças que só choram quando o enxuvalho é grande e quando a humilhação impera?
Ah!e se fossemos essas crianças a hastearmos as bandeiras da paz num dia de Pimavera?

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