páginas brancas

Thursday, September 10, 2009

toca o tambor a flauta a corneta da vida
Saúda os novos os velhos os anfitióes
Porque a festa está para se acabar
Tudo se eternizará em decepções
Vai cessar o vento de bater nas vidraças
Vão cessar os gritos das crianças da rua
Os cães vão cessar de ladrar nas noites escuras
E as criancinhas pequenos continuarão o seu sono comum
Porque foi na comunhão solene que tudo se te anunciou
E correste atrás do pássaro da galinha do pato
E com a fisga apanhaste melros bons
E um dia a terra te irá colher por semente
Irá comer as tuas carnes gordas e soletrar te nas vinhas
E de noite ouvir se á um canto esquisito
O de um bebado que se foi na nortada a deslizar por uma penhasco soberbo
Toca o tambor canta a sinfonia
Porque na hora da tua morte não haverá outros que o farão por ti
Nesse tom nesse canto de alegria com que animas a multidão
Canta...canta...enche a tua alma sã
Porque quem se entoa tão bem é deneroso e bomzeiro
Canta na antecipação de tua despedida
Ergue os punhos e faz fisgas
Ao diabo que te há de levar
Que te há de espremer te arrancar a espinha!

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