páginas brancas

Saturday, October 21, 2006

A estrada lamurienta abria se
Num desapego de vontade
E os tremores que no ventre sentia
Eram do entulho... dos pés gigantes
Que a atormentavam...
E por quem nela passava
Se embrulhava desfeito
Dos medos e desagrados
Que um dia a beliscaram...
Continuam aí...essas estradas sem fim
E eu venho de longe...cansada
Da longa viagem solavancada
Chego magoado nos olhos
Da tanta estafa que trago...
Tudo é tardança tudo é atraso
E o que me resta é p'ró céu olhar
Porque quem para lá levanta os olhos
De sorrisos se pode refrescar
E há os quem nada vêem...
Mas se sentisseis o que me avassala...
A soidão que em mim fala...
Dos múmurios brandos... amor
Clareando o poder de nossas palavras
E no eco rosa das nossas lembranças
Continuo...sonâmbula...

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