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Sunday, November 26, 2006

Se viver é cumprir o destino
Então que me matem
Pois que eu já cumpri o meu !!!
Nasci de uma dilatação da terra
De uma racha ferverosa
Que se queria despegar...
E no despertar de um novo tinto
Deu se o primeiro grito
Num mundo anestesiado
Anoréxico...que não queria caminhar...
E foi numa súbita distração
No perigeu de um astro
Que a terra me desnudou...
Desde então...
Calquei tufos quentes e frios
Pisei sem medo a terra
Escalei...trepei muros
Por cima... de lado...
Escavei túneis com o ímpeto
De descarnar na maldição
Gente que de mim se apossou...
Sem permissão !!!
E no atesar de desejos
Senti a terra tremer
Por cima de olhos submersos
Ronco submisso
De quem me atraiçoou...
Atestei nos olhos firmes
A vilania de quem por aqui andou...
Ah! eu cumpri sim o meu destino !!!
Dei árvores á vida...
Á terra que me desenterrou...
E dei também do leite
Que por mim escorregou
Adociçando montes e vales
E a boca de quem por ali passou...
Ergui ao ar um coro de crianças
Que de meu corpo se soltou...
Ai! cumpri sim o meu destino!!!
Mas... também...
Na inflamação de meu entusiasmo
Fiz promessas e errei...
Ah!!! está cumprido o meu destino!!!
Que se volte agora para mim
A face clemente de Deus
E num enlevo de piedade
Me guarde junto a ele...

Que seja leve o julgamento...
Sponte sua...

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