páginas brancas

Thursday, April 05, 2007

Sou grande ... como uma árvore ...
E nos tufos que escurecem vigio lhes os passos ...
Trémula ... por dentro da desaustinação
Do tudo o que por aqui se faz ...
E agita se me o coração num farto gemido saudoso
Ao ver os amantes abraçados ... vergados num arco íris malhado
Embalados na dança de seus corpos perfumados ...
Ai ... sou tão velha ...
E os meus olhos estremecem no tumulto ruidoso
Em que se debatem ... procurando ... na boca ...
A mama da mãe há muito esquecida e agora achada ...
E é se quase sempre generoso ... espirituoso no enlace ...
E eu ... extasio me ... comovida ... saudosa do gosto quente
E do feixe erecto que por entre as colunas rijas se debate...
E na efervescência da dança ritmada ouvem se ruídos celebrantes ...
Fixo os olhos quebrados ... na oscilação do mar agitado e manso
E agasalho me ... em seu ritmo pulsado ...
Onde estás amor ... por onde andas sózinho na viagem ?
Recolho me então ... louca ... insensata ...... por dentro do meu orvalho ...
Ai ... sou tão larga ...
E dentro de mim dormem ardores ... um fogo que queima ...
São os Anjos que consentiram em mim pernoitar
E de dentro do vazio que o tempo em mim esburaca
Se me enche o peito de hinos cânticos e cantatas
Encomendas mandadas de lá ... dos amigos que partem ...
Ai sou tão frágil ... que em mim ... já só cabem ...
Os sorrisos ... as palavras afectuosas ... os olhares ternos
Dos que me querem amar ...
Agora ...já ... nos novelos sonoros ... mágicos ...
Em que suas almas se tornaram ...

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