páginas brancas

Monday, November 12, 2007


A eternidade vai chegar se a mim limpinha...
E vou descansar nela... levinha...
Porque do que eu preciso... é mesmo de me esvaziar...
Largar todo este entulho inútil... queimá lo pelo caminho
Enclausurar o meu amor na minha adivinha
E deixar me disto... aqui por baixo...
E por isso...anseio então por me afirmar leve no caminho...
Para me não deixar conspurcar mais ...
E rezo todos os dias na minha caminha
Ás boas fadinhas... que me guardem sempre asseadinha...
Porque é nas pregas dos olhos velhinhos
Que se escondem as mentiras... que os maus me enviaram para cá...
E depois... boa menina... no descuido da terna inocência...
Ai!... e na indolência do meu carácter... deixei as ficar por cá...
Eu peço sempre a Deus e ao Menino
Que me deixem sossegada... aqui paradinha... sem mais...
A ouvir o passarinho a cantar... o menino a poetar...
Não quero ver... apalpar... nem cheirar...
E pertencer ao reino priviligiado da espécie
Que não precisa de pecar para... de seguida se salvar...
Já me desejei santa... mas chegou me sempre uma tentação quente
Ferindo me os sentidos para de seguida no capricho... me perder...
Chegaram me aromas afrodisíacos e tenros
Resvalando me a consciência para a boca do paraíso...
Mas não me abraçaram lá... na concupiscência do outro... debroada...
Ai... que bom nada querer ...e estar se sempre contentada...
E não se ter... nos mistérios que o diabo arremessa sempre... para cá...
Que me deixem... no sossego beatificado
Dos anjos que nunca pecaram...
E que no meu íntimo nunca se aprovenham as tonteiras
Que em jeito de carícia semeam desgostos e desagrado...
Quero me leve... ágil... para poder voar...
E me achegar depressa... para lá...

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