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Tuesday, July 08, 2008

Dizem me para não falar muito...
Dizer pouca coisa...
Ou mesmo nada...
Mas como me posso eu calar
Se no finar das madrugadas
Já os meus olhos se entrelaçam
Nos tintos e aromas que pairam no ar...
E se na minha boca se apressam
As palavras loucas a redondearem se...
E se nessa hora breve...
Ja tamborilam em minha boca as ondas do mar...
Roçando de leve...amornando os meus lábios quentes
Que se alongam ... conversando com as conchas do mar
E que conferenciam... alegres...
Em ardores que estalam e rebentam...
E eu...sem dar por nada..
E se me tenho depois com ele a conversar
Do tanto que não se consegue espreitar ...
É porque me desejo pássaro...na saudade... a viajar...

E depois não é só isto...
É esta necessidade que tenho
De me apregoar...serena...ao menino...
De me entoar á menina...
De lhes enfeitar a caminha
Com as minhas cantaroladas...
E depois...digam me lá...
Existe coisa mais bela neste mundo
De que nos embalarmos ao luar
Tricotando com a língua ums versos redondos
Avoando nos logo assim...
Direitinhos para o outro lado ?

Fala a terra regada de fresca água
E as flores nela a mergulharem...
E falam nos os céus...dos abismos encantados
Todos salpicados de palhinhas amarelas...
Todas...todinhas a tagarelarem...
E palrra o vento nas cearas vermelhas
Nos tufos doirados das alvoradas ainda fechadas
E que esperam sentadas nas pausas do tempo...
A que eu também gosto de me recostar...

E tudo fala ...
E tudo se agita...
E tudo se desfralda...
Nesta faina castiça...

Mas um dia... não me vou mais saber pronunciar
Nas malhas cerradas deste meu compasso
Que me teve presa por cá...
Assim...já fininha...
Quase a definhar ...
Seca...a amarelar...

Mas eu não tenho medo
Porque ainda há tanto... por lá...
Para adivinhar...

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