páginas brancas

Sunday, April 12, 2009

Começei me em inocências estremas
Em requintes apapoilados
Banharam me em incensos perfumados
Em alegorias estreladas
E um dia vasculhei pela janela doirada ...
E um dia escorreguei em pedras esfoladas ...
Abriu se me um rasto no peito
Cravaram se raízes empodrecidas
E enlutei me logo ali em desmaios... arruinada...

Fechem! feche se essa fanela endemoinhada !
É o bafo dos homens e me quererem estragada !

E em redobrares furiosos
Em solavancos solitários
Em sacudidelas e friezas estranhas
Me consegui por fim desaferrar

Cuidado ó gente mansa ...
Quando fordes ás janelas espreitares
Que para lá ... habita aquela gente
Aquele molho de ratos
Aquele éxercito endiabrado
Que espera uma tua onda mansa
Para de seguida te abocanhar!

E assim desabafava a donzela em prantos aloucados
Por não se poder ir muito adiante
Do tanto que lhe fora até lá...dado...

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