páginas brancas

Thursday, December 10, 2009

Foi sonho...foi imagem...criatura mágica ... fantasia...
Não sei...só me tenho a mim como passeante neste conto místico...
Arrastou - se me na noite ... num altar proeminente onde assentavam anjinhos
Desceram amas ... crianças ... e até pássaros a cantarem as suas cantigas...
Sonoridades valerosas...cristalinas...batismando - me noutra vida...
Estendeu - se na mesa uma manta celeste e ampla...larga...esvoaçando levinha...
E flocos encandescentes que se espraiavam nas rodas vizinhas...
E tudo em variações de temas e tons de canções surpreendentes
Era o celeste ... o divino ... em coroação da alma menina...
E a nubelina alada e ágil ... nem a todos fora distinta
Só se abeirava dos puros dos castos dos inocentes que a entreviam
Flutuavam nela conchas , estrelas e até peixes encaracolando se na aragem clara e fina ...
Turbulências benignas amansando se á vista prima...
Em declarações afectuosas e distintas...
E eu ... que me nunca imaginara na graça de tal procissão divina
Eu ... que me nunca ponderara ter assento em tal céu vizinho
Me anunciei em murmúrios e ternuras brandas ... em discursos mansos ... e conclusiva!
De me querer nessas aragems...nesse véu que criaturas mágicas haviam tecido
Enfilei - me em estremunhos e desmaios macios...
Porque os ares não eram os de aqui...halos azuis onde se cavavam ninhos...
Essências raras...que minha alma vestia...
Flores...árvores...jardins ...
Tudo numa roda agigantada que girava e se movia...
Gestos lentos...levitações ligeiras .... em sonos esquecidos...
Era um algodão doce...uma espuma que fermentava e crescia...
Um tocado raro de altura e tamanho desmedido...
Em tom de mares e dos impíreos conhecidos...
Fogo...ventinho divino...

Atrevi - me na averiguação da doce e enaltecida magia
Me fui em rastos de cantatas ouvidas por montes e colinas
Por caminhos que se abraçavam e que persuadiam...
Delineei em lonjuras um perfil...uma história que já fora minha
Um rosto de saudades que me chamava ... persistente na sua teimosia...
Tocou me um Santo...un Ser divino...
Aproximei me em passos de bébé...de menina...
Abraçou - me a mulher no seu colo ...
Aconchegou - me á sua mama gorda e luzidia...

Retornara á esfera redonda e mística da doce adivinha...

Não sei como...me estou de novo aqui...

-Une miraculeuse aurore -

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