páginas brancas

Sunday, September 02, 2007

Mentiram me... os insensatos...
E no flagelo das palavras me fendi...
Mas quem não vê as marcas das chagas
Julga se inculpado até ao fim...
Porque a alma se tem escondida...invisível
Inpenetrável aos olhos dos perfidos que escorreram por aqui
E acham se todos limpos... na incapacidade ímpia do direito
De escorraçarem os aptos que rareiam... por aqui...
Doeu me o flagelo das palavras ... encaputadas e cobardes
Tendo me logo ali... desgostosa ... açoitada e ferida..
Fraquejei e caí... tive me por morta nums instantes
Rezando por alguém que velasse por mim...
Esperei... esperei... e ninguém acudiu
Oh! indigna raça lobeira que se instalou por aqui...
Tiveram me por abatida... debilitada e afins...
E na desgostosa calúnia por muito me morri...
Assaltavam me sombras... gentes de outros fins
E nos olhos fecharam se as estrelas que brilhavam em mim
Escureceram se as noites... demorou se o sol a vir
E da garganta soltaram se auroras frias...
Dormi... dormi... no cadafalso inimigo...
E nunca ninguém olhou... ninguém viu...
O corpo doente que padecia e gemia...
Que mezinha... dizei me... existe para isto?
E na meditação austere a que me atribuí
Foram se soltando aos poucos... estilhaços pequeninos...
Sementes que não arpoavam em mim...
Esses fagmentos da desumanidade que abusavam
Insistindo na aprovação de seus malignos instintos...
E foi na oração perpétua que a minha alma conferi
No ditame inocente do verbo... ditando sentenças... ordems de despejo...
Que me fui... em avisos e decretos austeres
Da agrilhoada prisão... me libertando por fim...
A passos lentos... num arrastar penoso...
De quem... há muito não canta... e não se afina em si...
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Os celerados iam dando cabo de mim...

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