páginas brancas

Wednesday, October 24, 2007

Se me pedisses para ser ridícula
Se me ostentasses mil notas de mil
Se me oferecesses castelos
Para te ajudar na traição...
Se me falasses em desatinos
Sem nunca pedires perdão...
Se me tivesses por surda...
Se te ouvisse clamar desonrosas pretenções
E se isto tudo virasse consumação...
Enfrequecerias na certa a minha alma abonançada
Que repousa sossegada... planando no silêncio
E que se balança virtuosa
Nos ramos das tamaras sumarentas...
E envergonhar se ia a eleita...
Em te carregar... pesado...
Em seus braços gelatinosos e frescos
Para fora dos campos meus...
Vinde... suave presságio...
Aliviar os meus dias quentes
Pelos lados de um doce ermo...
Areias solarentas... estivais desertos...
Doce aconchego...

E na visita de tua pessoa...
Ter me ias cansada e doente...
Porque não te sabes resguardar
Em minha recatada comparência...
E ... no semblante teu.. talhado pelo augúrio negro
Sintir me ia frágil... débil e magoada
Em tua presença...

Nunca me terias cheirosa...
Banhada nos aromas meus...
Cheiro a cravo... á canela e ao jasmim...
Eu... que sou ...

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