páginas brancas

Tuesday, January 01, 2008

Parecem que nada vêem...
Choram as crianças
Uiva o vente
Cai uma chuvinha sobre a população...
Têm fato e gravata os homens morenos
Elas postam se soltas na boca do tempo
E depois tudo estremece
E o chão tremelica por debaixo dos saltos
E continuam a chorar os miúdos
E correm daqui para lá
E olham me...
E eu abeiro me delas...
Ambicionando dar lhes um colo...
Mas os pais olham me desconfiados
E eu retiro me... grave...
Porque aquela gente... na falta do movimento
Inflige na reprimenda... certa repressão...
Eu cá para mim o que acho mesmo
É que não querem sujar os fatos elegantes
Com que se passeiam ma méscula parda da multidão
Até porque ninguém se fala...
Ninguém se toca...
Denuncia se um certo autismo no andar da procissão...
Ainda não houve quem percebesse
Que o choro da meninada é para acordar
O coração adormecido dos progenitores
Embalados no colorido cortejo...

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