páginas brancas

Thursday, May 08, 2008

Dei me a cheirar vezes sem conta no teu jardim...
E a rosa que colhias estava bem perto de mim...
Olho para o céu nas manhãs enovoadas ...
Recato me em silêncios nas tardes frias e bizarras...
E nas noites amenas do meu solar
Espero por ti...espreito a sentir a tua passada...
Demorando me em ti no pensamento...
Tenho me tenra... esbranquiçada...e no ramo ...aprimorada...
Mas tu passeas te gélido e indolente...
Indiferente ás almíscaras doces do meu abraço ternurente...
No aperto de meu coração molestado...
Mas há sempre tanta gente que por mim passa...
Tantos olhares vagos...
E tu... tu que em mim... nunca te estreaste ...
Mas eu vou te mandando o meu cheiro
As minhas cores presenteiras
E nas costas tenras da lua...
Hás de um dia me ter prisioneira...
Porque as flores quando aqui se acabam
Trepam pelos troncos invisíveis que as levam para o céu...
E as luzinhas que vedes sempre a brilhar
São amores...pequenas canções...
Porque os homens não se têm nunca atentos e lúcidos
Neste pedacinho de chão poeirento...
E nos passeios inalterados de suas mentes...
Hão de um dia vir a enamorarem se
Por certa rosa que virou donzela
E que se postava alindada e solene
No caminho claro e rosado
Nas manhãs de Primavera...

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