páginas brancas

Saturday, October 18, 2008

Pertenço a esta raça menor que se assenha e abocanha...
Áquela que açoita levianamente os bons e os ajustados...
E na efémera esperança de nos termos resguardados...
Nas sombras quentinhas das alvoradas
Nos desfiles perpétuos da pura bondade...
Sou a consciência esquecida
De um plano há muito traçado...

Quando me anunciei... pequenina e já coitada...
Vislumbrei me afortunada em manjares de risos e alegradas...
E no balancear nos braços da madre envaidecida e grata
Me confundi segura e desatada...
Por horas e noitadas em que um meu choro era logo consolado...
E nos dias depois passados... nas luas e primaveras ofertadas
Ergueram logo vozes que me já desditavam...
E eram sempre coisas pequenas... e que ninguém enxergava
Um olhar singelo dos outros desviado...
Um aceno de mão ao amigo longínquo e dilatado
Um sorriso brando e que parecia inadequado...
Bálsamos amenos que sentia e achava...
Mas esta gente é assim...não pode no outro vilumbrar nada...
Não se lhes pode derramar em forma de laço
Canduras alegres... meiguices abonadas...
Irritam se... e até as acham inoportunas... despegadas...
Os dilatores insensatos que se aborrecem e se noticiam no nada...
Porque na mente desta espécie abarbarada
Tudo se confundo em grandes embaraços...
Todos se enlutam no meio da festa e da bondade
Têm se os nobres por estrelados...
Julgam se os pobres menosprezados...
E neste jogo endemoinhado se erguem então todos
Em lamúrias e acusações desnecessárias...
Não é o sol a chuva...a flor e o seu prado
O consumo da promessa cumprida e dada?
E depois ... não se erguem nas noites um céu imenso
Para todos ... sobre os nossos telhados?
E as estrelas redondinhas que se ouvem e falar...
Não será tudo isto maior do que as ideias estouvadas e parcas
De uma gente esquecida e transloucada
Que se indigna e brada na resplandescência absoluta
Das promessasa angariadas e dadas
Por Aquele que se dignou um dia a nos entregar
Este pedaço de terra escura que pulsa estremece
Caminhos honestos a serem testemunhados?
Um pedaço de mel que haveria de ser por todos provado?
Eu vos digo em boa verdade que tudo isto
Não passa de pura vaidade...

Quanto a mim... tenho por aqui plantada...
Vivo no cume de uma montanha alta
Nas águas mornas deste grande condado...

Estou permanentemente a refrescar me...

Porque lá em baixo...Soa a fanfarra!...

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