páginas brancas

Sunday, November 30, 2008

Pinto me em cores...em reflexos versicolores
E nas misturas...nos enlaces amorosos
Vai se me a alma a balançar para outras bermas...
Para tufos arenosos... abrilhantados por um sol brincalhão...
Que me põe logo em alturas excitantes a idealizar...
Dilúiu me na abastância pródiga da alma minha pequena...
Que se espanta em regalos...em misérias sem iguais...
Em passeios alucinantes e ágeis que não têm fim...
Visito igrejas cheirosas.. acorro a funerais desgostosos
E as minhas vestes demudam se... deslumbrantes...
Do casto branco esperançoso ao lilás angústioso
Ressuscitam se em mim os mortos... alegram se os vivos agradecidos
E as criancinhas pequenina acorrem logo ao meu lado...
Ai...as cores fascinantes...as meninas dançantes
Piruetando na bordinha de um pincél mágico
Desenham se ...circulam ne tela como num céu branco...
E caiem das nuvens penugens de sol
E por decima do pano asseado que me vai enleando
Eclodem trovoados...trancadas para lá do ânimo...
E crescem umas florinhas cativantes e avermelhadas
Abrigando se no agasalho de quem por aqui passa
E em redobrares de risos se poêm logo a chamar...

Nunca vou largar a minha trincha mágica
Que em desejos amorosos me enleva lá para o alto
Humilde e hospiciosa na entrega serena da minha alma..

Nunca me hei de molhar nos céus abundantes que choram lá fora
Porque só vai para o exterior... quem no seu imo não se alcança...
E eu... tenho me sequinha e animosa
Nas tempestades que se agitam no meu sossego impenetrável...
Amorteço as quedas e sou a árbitra valorosa
Nas histórias e intrigas confusas que me querem contar...
Na minha casa há de tudo...desertos...cometas...estrelas e luas
E no meu sono acolho os todos num repentino manjar
Num estoiro que assusta a quem não se estendeu logo mansa...
Mas ...nos meus repousos deslizantes
Instruem me os meus amigos em literaturas e lances
E na prudência...numa experiência dilatada
Acendem se luzinhas...esclarecem se ambiguidades...
E no despertar de um sono me acho logo aliviada...
E é no âmago da noite no entremeio dos lençois brancos
No virgindade clara dos dias que escondem verdades
Que me ponho solene e lustrosa a recordar...
Os sonhos vão e vêm sempre a um passo desconcertado
E é na vontade agarrida de uma abotoada lembrança
Que me recato...aloucada e apressada a comemorar...
O segredo está em não esquecer a célere vontade
E em extremos nos pormos logo a trabalhar...
São por vezes histórias horripilantes no concurso da minha bondade
Outras...idílicos sonhos...difíceis de igualar
Mas eu conclúiu me é na ideia...nas cores da noite...sempre fantasiar...
Nos decretos dulcíssimos com que o Altíssimo me consignou para instruir...designar...
E há de vir um dia glorioso em que me terei de entregar...
E no tanto que Lhe fui pedindo... e que num dia me há de retornar...
É que eu...no prestígio inocente da minha vontade...
Me vou logo a correr... nas Suas traças a deslizar...

E acontece me muito...
Que em manhãs ventosas
Em noites pavorosas
O oiça certo...a me chamar...

Tranquilizo me então por dentro das cores...
Das notariedades que me chegam do outro lado...

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