páginas brancas

Sunday, February 15, 2009

Viu se uma menina pequenina a se ir ligeirinha pelo caminho sumido
Vira se surpreso ...vira se desatento que ia sózinha sem nada carregar
Só os olhos ... a vos cantar...
E acudiam ligeiros os passarinhos os melros a sairem dos ninhos a saudar...
E a menina andava num passinho...
Numa corrida fresca de princesinha sempre a soletrar
Daquelas bonecas dos livros que nos parecem fantasia e que sorriem a encantar
E depois foi se sempre pelos caminhos a todos a pasmar
Em pulos e saltos amiúdados sempre decisiva sem hesitar
Elevou se em alturas para o céu a derramar se
Porque da saia armou se um balão amarelinho...sua alma a rebrilhar
E das mangas do vestido saíram asas
E os braços que eram pequeninos estenderam se agigantados
E todos olhavam aflitos sem saber o que contar
E todos se afligiram então de a ver partir assim sózinha
De a verem subir assim nos ares nem plumagem macia
Sem ninguém a ter consigo sem ninguém a acompanhar
De a verem mesclar se nas estrelas do dia ...no espumejar dos mares...
E todos se comprimiam no espaço pequenino que nos foi atribuído...que nos foi destinada
Ai! mas ninguém sabia que aquele corpo franzino viera á terra a se estrear
Afadigou se vezes sem fim a se molestar
Falou das coisas que já tinha visto daquilo e do tanto que nunca há de acabar
Entreteve se sózinha em espaços enriquecidos que poucos conheciam
Em mistérios benignos que muitos contestavam.
E no firmamento do céu distinto...na cúpula redonda apetecível
Se punha a infanta pequenina por muito a conspirar...
Que se iria um dia pr'ali em banhos e sonhos de poetisa a idealisar
E nas fantasias que tecia num idealismo aromático
Almejou um dia a menina com as estrelas se ir para lá a domiciliar
E um dia na coerência perfeita de uma sua audácia
Entrou em jejums patéticos em alucinações primordiais
E numa tarde visionária se deu pronta a adivinhar
Desceria a ladeira agreste ... determinada ...
Levaria um seu primeiro fato caído até aos pés para a pôr a flutuar
Viram na de costas...pequena e magra
Tiveram na por uma feiticeira boa ou uma fada
Mas ninguém lhe viu as pregas na cara a frisar lhe a feição... diferenciada
Foi se criancinha para o Senhor a bailar nos ares
E contou se na aldeia que se havia avistado de longe um Anjo...um milagre.
Mas ela era uma velhinha que se cá por muito se já tinha muito amargurada
E retornou a Casa para seu resguardo...
Eu vi! eu estava lá sentadinha de fronte da velhinha que não escondia a face
Me acenou levezinho e se avoou pelo espaço
Mas vi lhe nos olhos pequeninos...nos lábios enternecidos
Que se despedia por pouco de min que ao mesmo estava destinada.

Vou esperar sossegadinha... assim...bem comportadinha
Na espera tormentosa que o tempo passe...

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