páginas brancas

Tuesday, April 28, 2009

Há céus a entrançarem se ,como fazem os namorados, agarrados ás mãos , aos braços, aos percoços esguios, no pavor súbito de se desfragmentarem por aqui...
Conheci há tempos uma mulher que prendia os seus olhos nos céus , no desejo louco de para lá se esgueirar em procissões e romarias.Mas há sempre uma estação para tudo.O momento dos amores ,das carnes ,das traições ,das dádivas imerecidas...só mais tarde, muito lá para o anoitecer brumoso da vida se entende a humanidade com os claridades vindas de cima, com os sonhos de passarem, leves, o estreito caminho.Mas também os há ,que no pujar da doce adivinha, que na largueza do tempo que por eles se esclarece e os cativa, detêm já na alma aquele vivo romance de se quererem dedicar ás luzes e aos santos divinos...pairam, resvalando em suaves deslizes por decima do tempo, atrevendo- se a atropelá -lo na pressa de fertilizarem as terras do lá de cima...deixai -los irem ,em perpétuas idas, em demoradas vindas. Pode ser que um dia alguém se chegue a contar o que para lá há , e que se não veja aqui. Eu por minha parte já me lá muito permaneci.Sou espírito vivo ,carne empobrecida. E quem me quiser descobrir por aqui,que me analise os olhos ,que já quase tudo viram, o andar, que já quase tudo percorri, o perfil que me não é daqui...agora aprendi a caminhar pelas vielas empobrecidas da vida , a beber na sede , a água que se já não encontra aqui ... ressuscitou me o Grande nesta vida em que um dia em convulsões me perdi...

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