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Sunday, June 20, 2010

Ouve Amor os modos em que me quero narrar a ti !
Em grupetos em acordes que soam já nas eternidades distintas
Declarações arejadas que trepam já pelo teu peito acima ...

Ai!Ouve ... ouve nas redondezas se desenharem arabescos
Curvas singelas dos verbos e das palavras arpejadando cores e textos sublimes
Contornos de uma afeição antiga aguarela tela pergaminho
Recados que por esta terra te fui mandando em alegrias sonantes
Em allegrettos em trepidações desmesuradas e soníforas
Gomos doces gemas preciosas no teu manto de oiro tingido

Vede Amor a cor da minha alma carregada de germinações maduras
Derrames cascatas pr'a nos refrescarem nestes sítios altivos

Balanço passeio dança valsa roda passeio... mistério ...

E é sempre em descansos e em pausas humildes e honestas
Que se têm os amantes em ajustes e concertos tais
Descansando os seus lábios na fonte quente que estremece...

Amor Amor ouvide este conto este epitáfio antigo
Este meu segredo há muito guardado há muito escondido
Teci te Árias declarei me na tua malha na tua espinha !

E quem passasse por perto desse cantinho da terra
Nem se atreveria nunca a se achegar mesmo de mansinho
Em majestades e em bondades honoríficas
Porque os olhares e as palavras que daquelas bocas escorriam
Eram enigmas charadas coisas por cá há muito desmemoriadas e esquecidas
E até porque só quem de longe os vira um dia
Em fato da saudade longa e quase mortífera
Se aproximava leve e devagarinho em benções e rezas profícuas!

E mirava a o Donzel maravilhado e dulcífico
Em combinações de olhares e encontros consentidos...

É uma cantoria uma afeição desoprimida
O que se ouve nas pausas das noites e dos dias

Um tesouro real e desmedido!





-Chant d'Amour!-

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