páginas brancas

Saturday, June 05, 2010

Em campos de trigo
Em fardos amadurecidos e doirados
Num jorrar abrilhantado de plumas
Me nasci áurea e magnífica
Por meio de chilros e cantares...

E num deslize sibilino
Me vim franca e desoprimida a escoregar
Por entre risos e tovares
Entrelaçada ao toucado macio e despenteado de minha Mãe...

E num solcestício acolhedor
Reflectiam se imagems na minha alma
Espelhos fidígnos de minha arte...
Eram suspirações perfeitas e adiantadas
Dos pássaros antigos dos ninhos encantandos
A me darem em segredos as antiquíssimas receitas
De como me haveria nestas bravuras me desenredar...

Em meu seio plantaram me sons sonetos e cantatas
Na minha alma estenderam se perfeitos
Aos pares a me ensinarem a voar
E folgaram se logo assim e em ânsias
E em anunciações e previsões de preâmbulos
De se acordarem todos a me vocacionar!

Tiveram sempre recatados e mansos
Em recreios e desempenhos capazes e honestos
Em protecções horosas a me amparar

Nunca se tivera visto coisa alguma
Nestas areias e proximidades!

Me vou hoje ainda em jogos e fantasias celestes
Muitas e muitas vezes em bizarrias nestes ares
Me encontrar com eles em doçuras e aprazimentos tais
Por esses trigais adentro a me ensair!

Resvalam por mim os ninhos
As palavras primeiras baptizadas
Que um dia na folga dilatada de um dia
Se vieram aos pulos e contentes se me declararem!

São sorrisos destinos alteios
Estes que em mim um dia se emprenharam !

-Maternité á l'oiseau!-

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