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Friday, May 28, 2010

A tristeza tem buracos
Poços de ar horrendos
Correntes amarras gelatinosas
Curva escorregadias
Onde se perdem as gentes
Os espíritos delicados

Ai a tristeza tem forros enrugados
Desconsolos destemidos
E quem numa distracção bondosa
Cair nela ás travessase e ás ceguinhas
Que se cale mudo e bem caladinho
Que arraste os seus olhos molhados e enternecidos
Pelas vestes imaculadas e fresquinhas
Das montanhas e colinas das terras circonvizinhas
E num esforço arrojado e aparatoso
Solte se das funduras dessas terras movediças
Bramindo um canto um hino sustenido
E num abrir de asas num rugido dos mortais desconhecido
Arqueje se num urro enfurecido
Albarroando o diabo o Malífico!

Façam... façam isso
E quando virem essa fundura
Essa fossa dilatada e escorregadia
Soltem se pelos ares leves e ligeirinhos
Varrendo os ares com as vestes enobrecidas
E ide em procissões e cortesias
A pedir ao Benfeitor e ao Altíssimo
As benções que por cá nos são proibidas!

Ide ide irmãos por estes céus acima!

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