páginas brancas

Friday, October 12, 2007

Pestanejaram os olhos de quem me leu...
E na sombra resguardada da palavra oculta
Não houve quem a mim se entregasse...
Sereno e corpulento... nas missivas entalhadas
No altar do peito meu...
E quando se lhe abriu a vista nas palavras escritas
Ficou lhe a respiração suspensa... aflita...
Porque ali estavam desenhadas as figuras malditas
De quem um dia grasnou... de quem se descuidou
Grosseiro e impertinente... por cima de mim...
Que me leiam com cuidado... sim...
E esbugalhem esses olhos dormentes
Nas espigas suculentas que racham devagarinho... em mim...
E se não me quiserem beber... afastem se pois daqui...
Pois que a mim se acheguem só... os que precisam de mim...

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