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Saturday, June 27, 2009

Ando sózinha
Marco passo
Corro esfolo me
Sem me nunca parar...
Louca transloucada
A mulher que se sublinha
Assim surpreendida
Pelo tempo que passa!
Pára e analisa
O astro da vida
Que gira e te faz andar!
É sol é magia
Olha o que não reparaste!
Vede as sombras
As cores em ti a naufragarem
Santidadas a se morrerem
Sem nunca em ti se estrearem
Repousa teu ombro no silêncio
Descansa a vista no frescor do ar
E retém te em assentos prodigiosos
Em cumes e montanhas espantosos
Sempre em meditações alucinantes
Em rompimentos de estações e anos
A te veres no ar soletrada !
Aquieta te mulher valente
Neste beco de vaidade
Abre tuas asas ao vento
E achega te perto de min ... devagar!
Em arfares sonolentos
De mãe embalando ... a nanar ...
Para em minha sombra transparente
Te poderes ... nobre... te acautelar!
Olha toda a santidade
Toda a realeza
Que o mundo tem em seu rodar
Mestrias solenes
Rodeios princepescos
Que não sabe a humanidade calcular!
Eu sou a mão que toca
Nos ínfimos premiados
Vinde a mim mulher obediente
Te viveres a meu lado!

E assim se foi toda a noite
O sereno trovar em sono ligeiro
De certa senhora apressada
Que se perdia em asneiras
Sem nunca se dar conta de nada ...
Amansou se pois a fera
Neste sentido recado ...
Foi porém dócil e ligeira
No cumprimento do ordeiro recado!
Largou trapos e dinheiros
E se foi a orar em juramento de promessas
Ao Santo se confirmar!

Ouve se ainda hoje
Vindo lá dos cimos
Um sereno cantar
Alegrias de quem é Santo
E a quem Deus se aprontou a afeiçoar!

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