páginas brancas

Sunday, June 14, 2009

Me não amem os ilustres os ajeitados
Me não amem os poderosos em seus peitos engravatados
Me não amem em contos e registos já promulgados
Em denúncias e fraudes experimentadas
Que me dói ... me causam embaraço...
Me ceifem no vosso peito os versos e estrofes por mim cantadas
Em poesias e cantos ... dos mais requintados ...
Pois que eu sei que me não podem ouvir...
Me não conseguem adivinhar nos seus peitos atrofiados...
Pano...jóias...perfumes...poses a mais...
E o tudo se incompatabiliza com o conto há muito citado
Dum enfermo rico e doente que aos pobres tudo dava...
Amem me me os infelizes ... os renegados ...
Os despoetisados ... os desassentados
Desta vida há muito enfastiados ...
Virgulizei me há muito neste conto um dia por contar
Em transparências e sombras
Que só alguns conseguem enxergar...
Me já não cuido em desesperos e tristezas
Que há tempos na alma temperavam ...
Me já não importam os oiros deslumbrantes
Que se infelizam nos negros luares...
Só a poesia me encanta...floreado bom e manso
Que me chega logo pela manhã em rimas a se ajustarem...
Me ensinaram nas os pássaros seus vocábulos
Suaves flatulências cortejando meus olhos ... minha garganta
Aprontando se singela a idealizar...
Arredondadas métricas... excelsos romances
Que um dia vos hei de confidenciar...
E o tanto que por mim brilha nas noites desluadas
Noutros ... se já preteia á luz santíssima do luaceiro
Que por muito se me dá a mostrar...

Há muito ... se deu em ouvir o Grande ... um meu ditar...

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