páginas brancas

Thursday, October 29, 2009

entra em casa
Vê mas não olha nada
Pousa a pasta desbotada
Senta se repousado no sofá
Traça a perna num jeito ajustado
Agarra no comando da Televisão
Acende a maquineta aleijada
E num sopro raquítico
Num bocejo estropiado
Engole a letra o palavreado
E nem de dá conta da presença
Da companheira despenteada
Desassossegando se em idas e vindas apressadas
Tabuleiro aqui...talher acolá
E num instante na sua frente a mesa montada...
Bife...carne...batatas...tudo quente...amornado...
E nem sequer espreita de soslaio por decima do prato
Come...come...como um diabo trasloucado
A ração do dia que o há de fartar...
E olha o a mulher desnuda...desgrinhada...
A pérola que um dia subiu ao altar
Em juras de obediencia e de bom parto...
E levanta se a besta quadrada do seu assento remendado
E se encaminha seguindo o a sua caça
E despem se os dois sem sequer se olharem
E se trespaçam se os dois em gritos e laçadas informais...
É a hora de se abocanharem ... de se despedaçarem
Entre o ódio e o dever á pátria ...
Constelou se ali a décima ninhada
E todos os dias choram nquele buraco
Bocas grandes...em pedidos propositados...

E não há ninguém neste miundo
Que ponha ordem naquela casa !!!!!!!!!!!

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