páginas brancas

Tuesday, December 22, 2009

Dormi na frescura do corpo de minha mãe ...
Durmo no tempero dos jardins que me alcançam
Atalhei me cedinho nas golas ... em roupagems de infantas
Sou menina...borboleta...anjinha serena...
Monte ... rosa ... violeta ...

Afastei - me leve da pedra...das torres a que pertenço
Deambulei ... alheia á terra pelos astros adentro
Procurei - me em fontes frescas
Em pomares díspares e tenros
Cavei com os meus olhos aberturas ... espirais nos tempos quentes
Curvaturas ... linhas ascendentes ...
Desbarriguei - me a mostrar me linda ... deliciosa ... amena ...
Em prados que os não são daqui ... que me alcançaram de presente
Alumiaram - me as estrelas certos os faróis cadentes ...
E das lonjuras que ninguém alcança e que só alguns pressentem
Veio - me um regalo ... uma oferta premente ...
Arrendaram - se - me nas mãos ... pétalas ... anéis reluzentes ...

Deixou me partir a minha mãe por me saber ordenada nesta contenda

Sou seara ... colina agreste ... montanha ...penhasco...erva doce...
Vivo nestes caminhos ... nestes laços ... nestas vertentes...
Alumiou - me linda e prosperando no enlace ... uma luz que me chegou dos céus ... flóreo presente ...
Sou a alma do dia e da noite soprando cheiros ... essências ...
E nas tardes cansadas ... no latejar dos peitos inflamados
Me dou em arrebatamentos de paixão...
Oferecendo - me sempre ágil a cheirarem me em devaneios coerentes...

E no meu dom...nesta abastância que me foi dada
Vinde ... vinde todos em procissão alegre colher me nos vossos passos
Cuidando - vos eu na douta recompensa !...

Vivo no lá de cima ... grande ... espreguiçando me ...
Sempre viçosa e contente ...


-une fleur pour te dire que je t'aime -

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