páginas brancas

Sunday, May 21, 2006

E o corpo descansou
Por entre hinos e canções
Daquele que sempre fora
O orgulho da nação...
Mas o que ele não sabia
Era que...
Por corredores e sacristias
Em berços e cueiros de menino
Lhe haveria sempre de cantar
Benções logo de matina...
O corpo já lhe sossegava
Nas tábuas negras e finas
Mas a alma lhe dançava
Por cima de vitrais floridos
E num todo de liberdade
Ajeitou se a coisa fina
Num peito rendilhado
De donzela distraída...
Onde ides senhor voraz
Que isso é pátria minha
Afastai vos pois então
De minha linda menina...
Voltou então a coisinha leve
Para dentro do imenso vazio
E sem pedir licença se demorou
Por entre a turba aflita
Que vinha ao clamor da voz
Rezar lhe vésperas e matinas
E num sopro demorado
Aconteceu naquele dia
Que a todos aquecera
Como de uma benção divina...
Quedou se a gente pra fora
Chorando alegria
Que seu amo e senhor
Tinha voltado á vida...
Foi a gente para suas casas
Acender lareiras
Aquecer comida...
Puseram prata e janta
Para o senhor
Que haveria de vir...

Até hoje permanece a faiança na mesa...

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