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Saturday, May 13, 2006

Ser poeta é ser se mais louco...
É voar por entre os ramos das árvores
Desassossegando...
É no desatino das palavras dizer verdade
É no vazio das coisas achar sentido.
E no tudo achar o nada.
E no espaço intemporal...
Ver adiante...olhos encobertos
O nevoeiro cerrado traçando verdades...
É galgar no espaço a constância certa
Respirando ânsias de parto...
É na verdade encontrar solidão
E por entre as coisas...abrir espaços...
E nas coisas mutiladas achar o jeito ...
E na dor... a cegueira abstracta
Do pleno sentindo a nada...
É no tudo arranjar jeito...
Mondar nos céus azuis campos
Ter na terra verdes anjos...
Ser se poeta é moldar espaços e vazios...
E por dentro da desaustinação do verbo
Sentir lhes a picada...
É no descomprazer encontrar sossego
Da coisa bela...desconcertada...
É no desmentir achar acordo
A coisa certa... demorada...
É voar...na imensidão do nada
Espantar o sossego esparso
Içar bandeiras gritando alto
A força da vida...no sangue derramado...
É no brilhar da coisa fulgurante...
No desmedido achar alcance
No longínquo abrir caminho
Na razão... espiar a palavra
E no absoluto render a alma...
Ah!Ser poeta é morrer...
E no deambular da vida
Sentir saudade...
É renascer se ébrio de palavras...
Toldar se a razão ao ser...
E no desmedido do propósito
Alcançar longe a verdade...
Ah!Ser poeta é amar...
Amar até morrer...
Na abstração do nada...

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