páginas brancas

Saturday, July 19, 2008

Olham me olhos bravos
Acercando me de longe
Das terras daqui e d'além mar...
E eu finto me neles...tonta...
No tanto me alumiarem...
São escuros como á a terra boa
Que nos vê a criar...
São vistas desembrulhadas
Que se dão a confiar...
E no flautim doce de suas vozes
Há qualquer coisa a clamar...

Páro e escuto...este farto de chamares...
Penso e cuido porque estarão a chorar...
É a celebração do diabo
No íntimo de quem anda a penar...
São colos vazios a tentarem abarcar ...
São mãos estendidas procurando um lugar ...
São pés cansados querendo leves... deslizarem ...
Braços desemparados querendo agarrar...
E eu ouço e não faço nada...
E eu sinto tudo... mas não me ponho a andar
Não largo tudo... a agasalhar...
Não atento aos rumores que passam...
Ah! pobre de mim... que me estou a sepultar...
Oh!desgraçada aldeia a minha...cerrada de malhas
Desgraçada consciência cercadas de grades...
E neste desajuste vive a gente conformada...
Rejubilando nos nos desejos...fartando nos...PARVOS!!!
E sossegam se logo os corações
Na distância que nos separa...
E Logo se desgasta a diferençiação ampla
No intimo de quem ...cego... se avantaja...
Quem...na sua folga se está para desgastar?

Mas em mim...o nó está engatado
A visão não me larga...
Vivo no entremeio do luxo requintado...
Do tanto que me é indiferente
E que a outros falta...

Mas a raça humana é mesmo assim...
Morna...parda...
E tudo vive em alusiva farsa...
E todos se encolhem num bloco massiço
Bem encolhidinhos para não deixar
As vistas...os cheiros...as misérias
Que por dentro de suas almas trepassam...
E TODOS SE CALAM!!!!!!!!!!
Somos bichos tremendos...sanguinários...
É o apelo do sangue do povo...no dos filhos derramado
É o gueto horrendo de quem se reflecte feliz...
No tinto escarlato...perfumado... recriado
E que em tudo o resto não se acha...
É razão superior para os fracos não olharem para o lado...
É o primitivismo da raça na sua essência mais fraca...
E como somos quase todos iguais
Reina o comodismo ... a egolatria...e tudo o que se sabe...
É a cegueira comunitária onde todos se calculam felizes
E onde muitos se fraudam...
Mas onde poucos ...correctos... se atalham...

Mas sabeis vós...
Que esta gente aqui...também se esfola no trabalho
Desassossegando se no mandato das ordens a aplicar
E nas noites cansadas fecham se lhes os cordões da alma
E muitos adormecem em excessivo abatimento... cansaço...
Esta vida senhores...
É atrapalhação...desapontamento...
Um tapete colorido de afectações
Onde poucos se retratam...

Vinde comigo...esses ...
Que estremecem... solidários...
No agravo da culpa...

Na trangressão do pecado...

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