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Monday, March 08, 2010

Na terra onde me despertou a vida
Conceberam me os trigos os arrozais
Idearam me os céus a cabeleira
Com as estrelas em ternuras a pentearem ma...

Na terra me larguei um dia a partir
Oh!terra minha ... terra amada!
Casa de mãe... braços largos
Desenhando pontos e vírgulas
Beijos repicados ... delícias!
Chão de pedra telhado de lua tremido
Sonhos regados de mel nas noites amortecidas!..
Terra querida aconchego de Pai de Mãe em braços benditos
Embrulho desvanecendo se na hora da partida!..

E dava a cara a Donzela ao passado já ali adormecido
E agradecia lhe a Bondade com acenos que ninguém mais percebia
A não ser aquela terra aquele céu
Aquelas espigas onde se alongara pequena e crescida
E embrenhara-se lhe o cheiro naquelas árvores
Que com ela tinham falado e rido
Tecido conversas fartas ... mescla de alegrias e gemidos
Que se iam a encher o riacho estreito e pequenino
Serpenteando uma falha do chão mole e quebradiço

Vai-te vai-te estrelinha
Romã apetecívél!
Pera madura
Maçã coradinha

Ide! que o teu dia se findou já por aqui!

E porque ninguém sabe
E porque ninguém imagina
O que acontece após a partida
Quis que a Santa ... a Pequenina ... que um raio de sol
Se apoderasse do cheiro do seu sangue morno e fidalguio
E pelos montes pelas searas que percorria
Cresciam por detrás dela flores e fruta macia
E todos a esperavam nos lugares e vilarejos vizinhos!

E por onde fosse que ela andasse
Um dia na certa voltaria ...
Porque aquele pedaço acalorado e doce
Estaria sempre esperando por ela ... há muito ida!
E em varreduras aos montes e colinas
Em busca desse aroma e fragrãncia diminuídos
Da tal essência selecta e eleita
De que o velho casario se já vira destituído
Gemia já na carne a saudade sentida ...

Terra terra amada!
Minha glória...minha vida...

-Terra Amata-

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