páginas brancas

Friday, June 02, 2006

Oh pai!Oh mãe...
E o menino não pedira nada...
Só se embrulhava desde que nascera
Na musicalidade da palvra sussurrada
De mansinho...encostado ao peito de sua mãe...
Da cara leste de seu pai
Ele nascera príncipe...
Rei dos seus sonhos...
Arbitro das suas vontades
Nu...
Mãe...vede me...
Pai...escuta me...
Mas ninguém olhava
Para a sementinha ali pousada...
E os olhos falavam tristeza
E o choro acordava consciências
Num tumulto ensurdecedor
Num chamado desesperado...
Mas poucos eram os que viam
Poucos eram os que ouviam
E o menino foi crescendo desamparado...
O príncipe do nada...
E o menino olhava atento
As estrelas que lhe cantavam
Para dentro da cabeça redonda
Pois eram bonitos os sonhos
Eram ágeis as palavras
Que por lá se balbuciavam...
E lindo era... o principezinho do nada...
Varriam lhe os olhos de noite
Os astros mansos e reluzentos
E o menino carregava o seu olhar
Para dentro dos ventres gordos e cheios
Daquelas belezas...
E não parava de sonhar...
Vira certa noite a lua encostar se
Com jeitinho...
De contra sua face fresca e ossuda
Sussurou lhe por dentre os lábios
Uma cantiga de embalar...
E nessa noite atreveu se...
Menino único...
A dormir com a lua a seu lado ...
E tudo se jugou naquele par de horas...
O astro de mansinho lhe brotou
Para dentro da cabeça fofinha
Os sonhos que ele haveria de ter
Os sonho que haveria de acalentar
Os sonhos que ele poderia alcançar
Os sonhos que uma vida levaria a concordar...
E o menino de manhã...
Levantou se cedinho...
Estranhou o vazio do ar...
Sentou se atordoado...
Virou a cabeça para o céu
E levezinho...acenou com a mão
Agradecendo a ajuda
Das histórias por ali contadas
Dos segredos ali confiados ...
Nunca mais estaria sózinho
Aquele menino de encantar ...
E foi num súbito trémulo
Que sentiu a alma para si voltar
Umas das muitas...perdidas...
No paraíso...
E o menino vestiu a camisa...
O vestido leve da vontade ...
E em longos saltos
Cercou o mundo...
Com os olhos grandes que trazia
Abraçou as tintas que o universo trajava
Bebera as cores que por ali voavam
E o menino...nem borboleta airosa
Ganhou asas para voar...
Ele...o Príncipe do nada!!!

0 Comments:

Post a Comment

<< Home