páginas brancas

Tuesday, August 26, 2008

Tendenciei me cedo nas coisas largas...
Em temperamentos soltos e afinados...
E se num embaciado acaso
Tudo se desiquilibra em fracasso...
É em patamares de desânimos
Que me encontra fixada...

Sou a legatária do belo...do senhor abastado...
Das formesuras elegantes e elevadas...
Dos ramos tenros e floridos das árvores...
E quando me tenho assim...enternecida e visionária
Soltam se em meu peito Anjos que me põem a cantar...

Ah! esta generosa vontade que entra por mim
Que se entrenha nas veias e me devassa...
Porque os meus olhos só alcançam o belo...o bravo...
Os meus sentidos divagam por espaços sem dono... sem nada...
E sou então a arquitecta grega...árabe...
Aquela que aqui... não tem a ver com nada...

Amanhei me cedo nestes bosques endemoinhados...
Nestas terras mal amanhadas...
Esbarrei me...frágil...ás leis e contratos...
E nos critérios dos outros me vi logo desachada...

Então foi assim... que me pus a voar....
Já com o sentimento doente...a despovoar...
Com os dedos me deitei logo
A desvendar segredos desterrados...
Alcancei lhes o corpo...amansei lhes a alma
E assim me fui flutuando...leve...para o outro lado...

Hoje... perfilo me nas nuvens...em outros mares...
Sou a vigília atenta...neste espaço a rodar...
Vivo numa vertigem lente e constante...

Assim...sózinha...sem ninguém a meu lado...

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