páginas brancas

Thursday, August 26, 2010

Caí de um sino lá do alto a gritar
Fundearam se em mim gritos horrentos a me quererem derrubar
Gelou se me nas veias um soluço de arrepiar
E num turbilhão mum percurso balançado
Ergui me nas pernas em quenturas a me afogar
E então percorri percorri milhas a procurar
Um lugar fresco onde morar
Vieram abutres veio a canalha
A querer ouvir o meu canto o meu doce piar
Porque um choro por vezes mesmo pequeno
Pode parecer a quem o não conhece um lindo manjar
Uma cantilena uma centelha espumada
Onde se põe muito as gentes a averiguar
E essas miadas pequenas esses desabafos amiúdados
Essas dores que mais parecem uma melopeia serena
É um rasgo dorido uma ferida que há muito se deitou cansada
E muita é a gente que a não vê e que todos julgam imaginária
Eu!eu sou aquela que todos arquitectam
Aquela que está mas não está
Aquela que se vê ... aquela que se não acha
Aquela que ama e anda desfarçada
Aquela que anda ... mas que voa a teu lado
Sim!...caí dum campanário lá do cimo lá do alto
Duma esfera redonda de onde escorreguei
E para aqui me vim sem saber nada!
Sou pequena ... miúdinha e ando muito cansada

Olho o céu virgúlo me nos teus passos
Quando quiserdes Senhor me vem cá alcançar
Que a tua pele é mel e o teu fato adoçado!

Caí do alto em requintado disfarce!

0 Comments:

Post a Comment

<< Home