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Saturday, July 29, 2006

Lindas são as flores
Que crescem no meu jardim
São os teus olhos meu amor
Que me vêm visitar...
Correndo pr'a junto de mim...
Teimando ficar...
E os beijos que levam
Nas pétalas macias
São serenos e mansinhos ...
Sussurros gentís...
Cheirosos...
Para te perfumar...
Lindas são as flores
Que crescem no meu jardim
São os teus olhos meu amor
Que me vêm visitar...
E os beijos que lhes dou
Nas pétalas macias
São serenos e mansinhos
Sussurros gentís
Palavras poisadas em ti
Para te enfeitar...
Fici presa nos ramos das rosas
Fico presa no meio das nuvens
Fico presa no amaranhado de cores
Fico presa no meio
Do tanto que me estonteia
Fico presa nos cheiros carregados
Das flores que me ofertaste...
E se eu olhar em minha volta
Verei o tanto que por aqui há
O tanto que por mim entra
O tanto que os sentidos atraem
E penso na vontade que preciso
Para tudo comer e analisar
E o tanto que por mim ficar
Para contigo partilhar...
E deixo me levar
Por estes braços que me abanam
Por estas mãos que me abraçam
E cai por terra o verde dos meus olhos
E pula para o coração da terra
Cansado de tanto procurar...
E caem...também
Os fios dos meus cabelos
Que correm atrás do vento
Que me os vem afagar...
E os círculos no ar quente
São beijos embrulhados
Que te mando entregar...

E a menina rodopiou várias vezes até se cansar...
Pensou ser o vento
Para ao seu amor...
Poder chegar...
Escorrem por mim
Os beijos que ele me deu...
Pousados na face macia...
Escorregam nem florinhas
Para dentro do peito arrefecido
E aquecendo me o coração esquecido...

E foi assim que o filho se despediu de uma mãe há muito não vista...

Friday, July 28, 2006

Por favor...
Não quero mais lutas
Quero sossego...
Que tudo se ajeite
E nos olhos...vejam...
O repouso que tanto anseio...
Por favor acabe se o ódio
Acabe se o tanto que dói
Aquilo que nos destrói
E venha então o siroco
Aquecer nos por inteiro...
Por favor não se grite
Nas estradas... nos campos...
Deixem voar os pássaros
Pousarem as borboletas
E as flores que cantem...
E venha a mim
O tanto que me encanta...
Para que eu possa serena
Ver...ouvir...
O que se agita...
Aqui no meu peito...

E assim rezava a menina...sózinha...procurando a paz dos seus sonhos...

Thursday, July 27, 2006

Desejou lhe a boca
Olhou os finos lábios rosados
Quis prendê la
Num labirinto comprido
E ela seria a sua musa
A menina da sua glória
E com ela deitar se longamente
Bebendo lhe os encantos...
E a riqueza pouco ou nada percebera
Do que lhe estava dictando
Aquela manhã ensoleirada
Pousando lhe na cabeça
Uma coroa desmaiada...
Ela sorriu lhe na certeza porém
De que ele lhe traria a chuva e o vento
Para dentro da alcova fresca e rendada...
Tambem sabia da luta que teria de travar
E das tréguas que haveria de acatar
E pensou...pensou... na certeza porém...
De que as asinhas não lhe faltariam
Neste tanto de imprevisto
Que a vida lhe tinha para dar...
E nos olhos já se lhe notava
A sombra teimosa das arrelias
Tomando lhe assento raivoso...
E ela foi e veio
Correu e andou
Parou caiu
Gritou... desesperou
E todos passavam
E ninguém via
O desacato que por dentro dela ia

Pois é...ninguém vê nada...
Só muito mais tarde
Roubara lhe o coração outro...
Que também pouco ou nada via...

Morreu a coitada...
Apanhem me esse pedaço de céu
Ponham no por dentro da cama
Para...sobre ele ... poder repousar...
Por entre levezas cheirosas...estonteantes...
Pois que os anjos esta noite me segredaram
O tanto que me vão embalar...
Olhem pois...aguardo a fatia gulosa
Que me há de chegar no meio de sonhos
Por entre adornos ...
E na efervescência dos sentidos
Quero me achegar
Porque assim... não consigo descansar...

Tuesday, July 25, 2006

Penteou se... aplicada
Enfeitou se...prendada
Vestiu blusa bordada
Enfiou saia canelada
Perfumou se...embriagada
Demorou se...sonhadora
De frente ao espalho brilhante...
Ensaiou uma dança rodada
Mastigou palavras rosadas
Engoliu notas aveludadas
Tudo...
Imagens enlaçadas
Passeavam na cabeça enfeitada...

Passaram se anos...e um dia viu se á frente do espelho a...

Despentear se...
Cabeça nua...resfriada...
Leve pano em si enfiado
Magra...escanselada...
Refrescou a cara
Com água gelada...
Apressada...
De frente á parede branca...
Já não pensava
Não cantava
Não falava...
Desistira da rude guerra dos poderes
Gerara...cuidara...
Mas todos partiram
Sem deixar pégada nem rasto
E ela realizou que fora simplesmente
Uma peça do puzzle...
Para que tudo voltasse a rodar...
Como sempre fora...
Fora das vontades
Dos sonhos
Das verdades...

Agarrou na cabeça , enroscou a na cama e voara para o outro lado...
Ai a noite...
Ai a noite vazia de achados
A noite sózinha que se evada
E dentro do envólcro inchado
Esgueiram se no espaço
Sombras afuniladas
Que se achatam...
Efigies...vultos que passam...
E no afrouxar da escuridão
Ouvem se passos
Pancadas que doem
É o magma que se solta
Na contração destemida
Mal humorada...

E de dentro de uma casa sai o canto mavioso de um embalo...

Sunday, July 23, 2006

Confiara á mãe a menina
O conforto que sentia nos beijos dados
E a mesma de responder que eram o ar da vida
Do tanto que se ama no trespassar dos mesmos
Pela vida adiante..é doce caminhada...
E a menina enfiava se toda no colinho quente
Roliça e apertadinha se fazia
Para inteirinha caber num dos estalinhos
Com que a mãe a cobria sem se cansar...
Ora viu a menina assim como estava
A barriguinha gorda de um desses...dado...
Enfiou se por ele adentro
E sem dar um passo...
Chegou milagrosamente
Ao coração enternecido que a carregava...
Viu flores, risos,tintas e cores frescas
Quadros idílicos casas redondas
Cheias de terna alvorada
E viu meninos e meninas entrando e saindo
Para darem os seus passeios á volta do mundo
Mas que para lá voltavam a entrar...
E o cheiro do beijo amoroso era intenso
Aquele aroma que deixa saudade
E o tamanho era imenso
No tanto que havia por encontrar...
Quis a menina abrir os olhinhos
Para ver se não sonhara...
E o tudo que vira continuava ali a andar...
Manos manas e tantos a falarem
E jarras e flores e cores de pasmar...
Percebeu então a menina
Que nada mudara...
Ficou lhe na alma
O cheiro...
O som dos passos...
E para lá voou em momentos escuros
De alguns dias da sua vida...
E como áqueles meninos...entrava e saía...
Entrava estonteada...saía apressada...
Porque a casa não tinha portas
E lá dentro não havia camas nem sofás
Só a doce penugem das nuvens
Acariciando os corpos cansados...

E o peito da menina tornou se tambem um dia... um lugar de eterna morada...

Friday, July 21, 2006

Olhou a nos olhos
E no fundo da alma bailaram luzinhas
Que o haveria de levar a eternidades
Jamais pensadas...cogitadas...
E no assombro de um beijo mais demorada
Pinceladas de cores enfeitaram na
Ela que por ele suspirava
Ele que por ela ansiava
E os dois juntinhos naquele quadro
Eram como dois meninos
Ajeitando se por baixo da trovoada...
E foi num sopro cantado
Que os dois escorregaram
Para fora da frase teimada
Demoradamente trinada...
E com os corações apertados
Tímidamente... cumprimentaram se...
E num desassossego delicado
Deleitaram se...
Surgiram nuvens...
Densidades que brincavam...
E veio de longe uma brusca borrasca
Na teima de lhes levar para longe
Tão lindas e doces palavras...
Mas aprontou se logo o menino
A tapar com o seu corpo
Nem temeroso penhasco
A frieza que já ia...
No corpinho da sua menina...
E no jardim da noite e do dia
Cresceram rosas
Que a menina apanhou
Para enfeitar a cabeça do menino...

Tuesday, July 18, 2006

Chegou me puro...incansável...
Pois... tudo que não tem mácula
Pode ser eternamente aprisionado em nós...
Preparou se para se atirar
Por dentro da minha cabeça rosa
E por ali ficou ensaiando as suas danças
Que em mim... já se entrelaçavam aos sentidos
E no firme desejo de comigo pernoitar
Estendeu me as suas maõs
Como para pedir clemência...
Rebolou dentro das vestes perfumadas
E em mim logo se encovara
Num embrulho ruidoso de risos...
No abrigo cuidado de uma carícia...
No agasalho quente da candura
No enlace afeituoso
Rangeram vidros e portais...
E tudo continuou sereno
Por dentro da brancura intensa
Que me libertara...
Pedia me insensantemente licença
Para comigo dançar...
E em braços aconchegantes e serenos...
Embalámos a noite amena e aquietada...
E na irrequietude desejada da chegada
Rompeu lascivamente...atordoada...
Estalavam por debaixo da vergonha que espreitava
Uns olhos curiosos obedientes e gulosos
Rasgando a enorme saia de cores
Que junto a nós se embriangava ...
E num sopro redondo e terno
Abriam se em nós...
Sulcos e covas de ternura
Que enchíamos de presentes e beijos
E a beleza alinhava se no silêncio...
No decalque de nossos perfis...
E na beira do desejo
Que em nós se abria
Cantávamos...
Num sussurro molengue
O presente que a vida dava...


Soa leve em mim
Aquilo que passa
E que vai a andar
Coisas que morrem
Outras que estão a falar...
E tudo se curva
E todos se afastam
Porque é tão belo
O que comigo se apraz...
Canta leve em mim
Aquilo que te encomodava...
Pois que em mim
Tudo derrete
Sem me incomodar...
Ai passa passa leve
De mão dada
De braço e perna agarrada
Aquilo que em ti doeu
O tanto que em mim quer ficar...
Estala leve levinho
Aquilo que em ti gritava...
Pois que em mim não se ouve
Essa voz em ti açoitada...
Que em mim canta canta
O céu e o vento
A chuva e a neve
E num todo se abraçam...
Aquilo que um dia...
De ti partiu
Em mim se veio achegar...

E dentro do seu coração vivia um outro desesperadamente embriagado...

Wednesday, July 12, 2006

No cansaço chegou a mulher
Da embrutecida caminhada
Corpo adormecido do estoiranço
Trabalhar...correr...
Veio tarde a sentar se...
Na frente... o seu homem moreno
Olhou a sossegado
Calada ..obedeceu ao recado
Alheada fechou o rosto
Que na cama...a queria deitada
Deu se sem resistência
Gestos carícias ensaiadas
Que o tudo era função da mesma
Por dentro dos tempos ensaiado
Puxou a saia a si
Viu o desencostado
Arfou dolorosamente
Como se se tivesse afogado...
Obediente...essa mulher calada
Linda...essa mulher apagada
Jeitosa...essa mulher esfalfada
Pura... essa mulher decapitada...
E o bruto voltou se
Ordenando mais
E ela consentiu
No desfinhar da sua alma!
Voltou a partir
Voltou a chegar
E com ele a pernoitar
Nas matas adensadas
Da obsessão desmesurada!
E na cabeça um dia
Cantou lhe uma voz
Da desgraça que tinha
Da suja jogada
Do tanto que consentira
E que o corpo aceitara
O medo acometia a
Quando ele se aproximava
E veio um dia
E veio outro
E mais outro
E ela não chegava...
O lobo uivou forte
Lambeu os beiços tremendo
Saudoso...
Da falha vítima
O entretendo...

Ela ainda o ouviu lá longe...tapou os ouvidos e jurou nunca mais voltar...nunca mais lhe aprisionariam o corpo...na alma...

Tuesday, July 11, 2006

No sossego da sua alma
Entretinha se a menina
A enfeitar o Amor
Com grande coroa...
flores colhidas
Num braço do paraíso...
E da alvura do seu colo
Fugia lhe um cheiro a malvas...
Primorado ensejo que tinha
De voltar p'ró peito do seu Amigo...
E a menina cantarolava baixinho
A ternura que lhe tinha
O bem querer que lhe consagrava...
E num arrulho silencioso
Levantou se pois a donzela aflita
Da saudade acometida...

E embrulhada no sonho voou, na sombra da sua feição...

Monday, July 10, 2006

Corria apressada no seu encalço
Ajeitava precipitada o musgo pisado
E na visão da magnificiência sonhada
Deitava...solta... ampla risada...
E no vértice achado dos seus encontros
Alinhou se a menina no espaço redondo
Esperando... na fadiga sentida
De tão brusca caminhada...
Na visão deleitada do menino
Atordoado...correndo ao chamado...
Mas o que ela não sabia
Era que outra lho tinha levado
No tom alvo e almiscarado da face...
E a menina esperou...assustada...
Esperou sem se cansar
Fiando preces nas suas tranças...
Enleou se nos braços de ums ramos
Na espreita desatada do amado...

Veio o sol da manhã que lhe falou verdade...

Sunday, July 09, 2006

Spiritus ubi vult spirat...

Sentada redondinha
Achava se a menina a bordar
Pano de linho branquinho...
E no espelho de sua alma
Desenhavam se deambulações...
Gente recolhendo a suas casas
Temendo perseguições...
Alevantou se pois a virgem
De sua recatada posição...
Brilhavam lhe os olhos
Amaciávam lhe as pálpebras
Debaixo de grandes atribulaçoes..
Gritou alta o medo que tinha
Que era grande a aflição...
No berço dormia menino
Rei de grande Nação...
Que chegassem a acudir
Na busca apressada do metido...
Que a hora antecede a traição
Depressa se acautelem os amos
De tão funesta intenção...

E foi a menina a heroina de uma nação...

Saturday, July 08, 2006

E o Amor perseguia a
Nos ombros altos do céu
E atirava sorrisos
Cascatas de beijos
Enchendo a cama larga
Morada do enfeite...

E ela chamava por ele
Num desmancho de vontade
E as lágrimas do pranto
Subiam leves á demanda
Que a distancia era larga
Do Tudo a seu lado...

Acudiu á donzela certo querubim
Amigo antigo da Infanta
Que a tal amor assistiu...
Enlevou a para os céus
Leve...constante...
E num aremesso singelo
A foi entregar ao Amor
Que clamava por ela...

E as estrelas que brilham no firmamento são os beijos que não param de dar...os amantes...
Ouviu canções conhecidas
Vislumbrou Reis e Rainhas
Mas dentro do corpo frágil
Dentro dos olhos claros e vítreos
Da garganta roliça e branca
Por cima da pele rosa e cheirosa
Soltavam se leves gemidos...
Odores jamais esquecidos...
Fitou então a menina o seu olhar
Para dentro da carne aquecida
No coração definhado do amigo
Agitado...do acontecido...
Abriu em jeito de reza
Uma boca mimosa...pequenina...
E na brandura amável
De um jeito repentino
Na força de um amor
Há muito votado
Se achou a menina de novo...
Ao seu piano sentada...a tocar...

E a menina continua a tocar... no coração dos escolhidos...
Abriram se os céus por debaixo
De uns dedos finos e curiosos...
Foi se demorando
Por debaixo das acácias floridas...
E num gesto de pudor
Baixou vagarosamente a cabeça
Pedindo consentimento para entrar...
Viu no tecto abobadado flutuarem
Almas de anjinhos...
E no fulgor que trazia em si
Ofertou seus braços...suas mãos
Na carícia longa e demorada
Na feição daqueles que ali a esperavam...
E no descanso inibriado de tamanha ousadia
Enlevara se a menina no espírito que a acometia
E no êxtase dos perfumes que a sacudia
Deixou se arrastar para lá do permitido...
Levou as mãos ao coração pedindo graças...
Que viera ...solta... atrás de amiga
Que dentro dela vivia...
E que lhe toldava por dentro da cabeça
Castelos longínquos...
Tesouros que escondia...
Perdera se na turba ensoleirada...
E no cone profuso
Da emoção que a invadira
Arrastou se lânguida...
No encalce da luzinha
Que lhe fugia..
Por debaixo do cabelo farto
Semeado de púrpura e magia...

Ficou alheada...á porta do paraíso...

Friday, July 07, 2006

Foi ao encontro do chamado
Pediu orientação...calorosa...
Acenderam se as luzes do caminho
E na cabeça alegre viam se
Corolas de flores que ostentavam
O ardor que tinha de partir...
Encaminhou se pois a jovem
De mão dada ao amor
E do farol gracioso que ostentava
Surgiram cânticos de louvor...
É pequenina a menina
Tenra na idade
Mas no peito lhe fervia
A pressa que tinha de chegar...
Alcançou lhe o passo um anjinho
Vindo na ajuda pensada
Mal lhe vira os olhinhos
Depressa deixou o paço...
Que aquela que se atrevia
Rasgando com os olhos...
Altar tão brioso...
Era a anunciada
Nas festas de Nosso Senhor...

E a menina para lá ganhou morada...

Wednesday, July 05, 2006

No regalo de um quieto olhar
Espreitei pétalas...nascendo em mim...
Asas de anjo...pousadas ali...
E num movimento terno
Percorreram a minha alma
Numa carícia que aturde...
Que arrebate...
E na ponta do suave tangir
Das velas de minha voz...
Num tom afinado
Deslizam em mim
Cascatas luminosas...
Pontinhos mágicos...curiosos...
Olhos...bocas...
Prontas para amar...
E tudo se agita em mim
Numa dança perpétua...
Doce cansar...
E na procura incessante
Da palavra concertada
Parto...confortada...

Foi a menina pelo céu adentro...depois de ter ido buscar as suas asinhas ao paraíso...

Tuesday, July 04, 2006

Sou a asceta do amor...
Pendurada nos ramos da tua boca
Regando de doçuras
As dobras da ternura
Que se soltam...percorrendo espaços...
Sou asceta do amor
Sentadinha em caminhos estonteantes...
Ai...a asceta do amor
Sobre ti debruçada
Na oferta madura
De um corpo cansado...
Sou a asceta do amor
Carregando no colo... por enfeite...
O tanto de beijos
Que em mim cabe...
E da saudade enlevada me alevanto
Eu... a asceta do amor...
Esticando para ti meus braços
Sou a asceta do amor...te agarrando...

E a menina foi... e veio...

Monday, July 03, 2006

Dançam leves por cima
De meu corpo sereno...
E num cantar lânguido
Avistei lhes a forma...o jeito...
Atiram se...audaciosas
Para dentro da minha cabeça
E lá permanecem graciosas
Cantando para mim...
E no sono mais demorado
Esgueiram se devagarinho
Pelo trinar do disco solar
Para me acordar...
Mas na teimosia do meu querer
Peço lhes o cheiro emprestado
Para nele me tornar a inibriar...
E tudo em mim se ajeita
Na orvalhada em mim pousada...
Sopra o vento á minha janela...
Vem com ele o anjo intrujão
Pocurando caçar a minha alma
Esta pequenina que dorme
Em mim ...agarradinha...
Que dela não me quero despegar...
E lá fora sopram as folhinhas
E são as árvores minhas amigas
Que num canto lastimoso
Com seu amigo se indispõem...
Dizem lhe que isso não pode ser...
Que esta alminha
Deleitada em mim
São cheirinhos delas em mim...
Que se vá embora esse ventão!
Que lance as suas saias compridas
Para o lado dos passarinhos
Que anseiam por boleia amiga...

Cantam agora as folhinhas de contentamento...
Pois...que tudo já se aquietou... na caminha da menina...

E a menina teve a sua alma a si juntinha por muitos e muitos tempos...