páginas brancas

Tuesday, June 29, 2010

Foi um sonho uma quimera
Uma estafadeira descomunal
Em procuras a correrias
Toda a vida atrás do teu fato!

Engoliram sempre a tua sombra
As nuvens seguindo o teu rasto desafinado
E na opacidade da minha ideia
No soluço de um rumor perscrutado
Estendi me na solidão brumosa
Onde te não via onde te não apalpava!

Escorregastes me sempre no desejo
Dessa árvore enfrutada
Onde a criança era o cheiro
E tu o meu precioso galho !

Hoje deambulo me ampla
Em sonoridades e afazeres contestados
Escrevendo o meu romance
Nos campos e em quadras desalinhadas
Por te ver circundando outra que não
A menina do meu retrato!

E essa criança celeste vinda das origens dos mares
Espera sempre em paciências e proteções deíficas
O egrégio dia da sua queda nos nossos braços!

Há muito que a vejo
Há muito que a abraço
E o teu cheiro está nela
Sempre envolto num meu abraço!

É tudo sonho!
É tudo é verdade !

E quem se oposer á ideia
É porque não me conhece e não sabe
E não crê na herança
Que me foi um dia pressagiada!

Vejam me assim...
Nas aspirações de um conto ... numa missiva de fadas!

-de nos amours qu'ils s'en souviennent!-
Passo a passo se vai o incógnito conduzindo
Nestas imensas bravuras nestes grandes mares
Estrebuchando se levantando erguendo se sempre em dificuldades
Um bailado uma dança uma valsa redemoínhada
Um tonteio autentico onnde muitos caem derrotados
Um torneio com sangue e lanças de ferro do antigo metal
Mas o desafio é mesmo este de nos termos sempre aos outro
Evitar as desavenças apetrecharmos os nossos sorrisos de mel
E deixá lo cair po
Para não tropeçar nos enganos nas traves desajustadas

Monday, June 28, 2010

Vou num fio de sonho
Num decalque frágil
Me estender me espreguiçar!

E toda a vida é calculada desta maneira
Ora nos sustendo em debruços nos ares
Ora nos baixando e capitulando a nossa desgraça!

Eu cá por mim tenho me há muito presa
Agarrada pelos cabelos desfeitinha quase aos retalhos
Mas ainda assim me vou aguentando nesta grande baralhada!

E o pior é que não se pode chamar por socorro
Pois que não há quem nos ouça e aja
Porque anda tudo atribulado e aflito
Se degladiando na sua morada!

E sendo assim não tenho mais é que aguentar!
É a hora do sono
É a hora da deitada
Que se rezem aos Anjinhos
Que se leiam os salmos doirados

E era assim
Que todas as noites
Se ditava a hora da ida
Para os céus estrelados
Morada de Anjos
E das criançinhas dotadas!

Allelui allelui
Que nos vamos todos sentar!

Allelui allelui
Que nos vamos todoa a escutar!

Allelui allelui
Que nos vamos todos deitar!
Todos me vêem
Todos se calam
Penetro em finezas transparentes
Por ténus e estreitos canais!
Assim dictou a lenda o conto tal
Que haveria de baixar das alturas
Uma Graça distinta
Bordada numa renda ancestral!

As larguezas são para os outros
Que se acotevelam e falam alto
Eu espremo me condenso me num átomo
Numa vibração inaudível que assusta e cala
Por isso se descautela a gente
Destes ventos destes terramotos
Em estranhezas súbitas a me analisarem incorrectos
As funduras ocultas e ingremes destes meus olhares

E ainda há os que se assustam do abismo tal
Que sobe para o céu e não causa nenhum mal!
Página branca!

Nasci para e encher
Para me deitar nela e me reerguer
Para esbracejar e me derreter
Porque há vezes sem conta
Em que os laivos claros se enchem de negrume
E então em doidices caladas
Em apertos desventrados
Me atiro da falésia da alta montada
A ver se há alguém um Anjo quem sabe
Para me deslocar aéria nos seus braços!

Até aqui foi tudo invento num todo sonhado
Mas acredito mesmo que virá um dia
Rastejar se á uma noite em que desnudada
E deixando por cá tudo sem nenhum agravo
Vá a correr em folguedos aventurados
Por estes labirintos por estas searas
Por estes mares adentro para no teu peito amarar!

Até agora o todo já foi mastigado
A meada está se acabando o laço está desatado
Corre soletra se nos ares amimosado
E só falto eu a ninfa descuidada
Que há muito te perdi em buscas descuidadas
E em te ter visto vagar livre para outros lados!

Não faz mal não faz mal porque o meu corpo
As minhas carnes nunca se cansaram
Só me doeu a alma no destino dictado
De te não ter tido por perto
Assim agarradinhos para nos amarmos!

Numa outra vida...nesta até quem sabe
Te ei de dar os meus beijos e todos esses abraços
Aqueles que sonhei toda a vida
A se assentarem egrégios nas tuas sardas!

Sunday, June 27, 2010

Foi a mesa posta
Para a menina para o menino e para o gato sardento!

E ao cheiro dos sabores e das migalhas apetecíveis
Aparecera a leoa a mais a sua ninha carente
Fora no véu transparente nas brancuras imaculadas
Do mantel flutuante e reluzente
Que o sol abrilhantou os petiscos á esfomeada gente
Filhotes pequenos padrinhos contentes
Todos se fizeram á festa com cantigas e presentes
E nesta mancha saborosa nestes bosques pequenos
Provaram se iguarias tais que não eram hábito ali se comerem
Suminho de laranja e tostas quentes
Presunto fatiado e queijo fresco
E quanto á meninada que acorrera ao repasto fluente
Teve se logo em alaridos prazenteiros e ridentes
E em encantos e guluseimas extremas a bicharada toda
Em delícias se empaturraram do fastuoso regalo
Servido numa toalha fina de cambraia reluzenta
Digna de Reis e de Princesas!

Quisera Alguém lá nos céus adentro
Que se regozija se a nossa irmandade
Com tais ricos presentes!

-table en fête-
Vou para o Sul
Para as terras quentes das Arábias
Para os tronos de areias
Onde me nomearam há muito A Maga!
Venham daí numa procissão benéfica
Glorificarmos os sóis dos dias
As frescuras das tardes
Ouvirmos as declamações de Reis
Ás donzelas ricas e desejadas!...

Vou também coroar além
As mulheres e os homens pobres e indesejados
Atar os seus corações com anéis de oiro
Regar as suas almas com benções elevadas
E ornar los para o sempre sagrados!..

Pois que me vou para os desertos
Por esses caminhos esmigalhadas
Onde a árvore não cresce
Onde é parco o lugar!..

Me vou num sossego estudioso
Com a palavra serrada e dada
Que irei enroupar o diminuto
Que irei curar o endiabrado!..

Pois que a minha glória é esta
A de me ter sempre ordenada
Por uma semente fecunda e frutífera
Que leva o bem a todo o lado!

Venham comigo
Caminhem assim a meu lado!

-L'appel du Sud-

Friday, June 25, 2010

Há festa rija nos fundos dos mares !
Trouxeram se cadeiras mesas e todo as bugiarias antigas
As chávenas os bulos os chás das Áfricas mesclados dos oiros e dos balsâmos apetecíveis
Vieram as gentes e os povos antigos para estas borduras finas
Convocaram se os Deuses dos Céus e as Deusas dos abismos
As esfínges seculares que repousam nas funduras dos abismos
E que num acordar sereno deambulam sonolentas e adormecidas
Em rememorações já um pouco esquecidas !
Dança se nestas flutuações em avoamentos elegantes e visíveis
Os lábios carnudos e os seios são borboletas que em ancestrais adejamentos
Se oferecem em gratuitidades inobrecidas...finezas delicadezas tais
Que se adoida logo toda a turbe logo rejuvenescida!
É bizarria mesmo um prodígio incontestado este retrato visível!
E numa golfada de luz num presente benéfico da lua magenta
Tomaram todos lugar tomaram todos assento
Pelo meio das marés e das vagas dadivosas que lhes beliscavam as nádegas
Num retorno uterino de arfares e regalos salientes
E no desígnio desta obra ouviu se cantar o galo
Estreando se na alvurada todo alegre e contente
Um rócócó requintado que coloriu de rouxo a aurora nascente!
E veem todos a chegarem
São Raínhas e Princesas de outras luas de outras nascentas
Mandatárias austeres e solenes dos oceanos vizinhos que acorrem a se visitarem curiosas e obedientes
Aproximam se descongeladas de um sono fatídico se regenerando condessas
Nativas milenares se aprontando em dignidades se revivificando
Memórias e biografias de outros tempos em ecos atléticos a ressoarem !
Aproximou se a nobreza a mais os seus pagens
Ostentando longas tranças colares e tearas
Eram as riquezas de outrora a tronarem no buraco imenso e encovado
E os criados em libré em cortesias e com mil e um cuidados
Carregam bandejas ajeitam vinhos e outros manjares...
E mandaram se convites á ancienidade dos Faraós e a ás suas castas
Acudiram logo os fiéis guerreiros trilhando a pedra com as suas barcaças
Sentiu se logo tremer a caverna rochosa e toda aquela praça
E na abadia solene que a cercava hastearam se contratos casamentos há muito planeados
Festejaram se batizados em celebrações tardias e que não mais chegavam
Delícias reconhecimetos de outras épocas primaveras adiadas! ...

E num luxo extremo se foram todos em saudações amistosas
Logo a se agarrarrem em saudades e apertos tais
Que o tecto aquático se fora todo por instantes por toda a terra a alagar
Beijos lágrimas canduras e um todo de carinho e de benefícios tais
Que nas margens arenosas se encaminhavam já os curiosos e estudiosos
Que não podendo descansar se debruçavam em teses e conclusões
Querendo desfazer o mistério o milagre de tais estranhezas
Com os olhos bem assentes no enigma e a quererem no descifrar
E ouviam se e viam se os galos oferecendo as suas plumagems
Ás Damas saudosas dque em esmeros se enlecarem
Abanicos delicados como era moda e perfeição nas épocas passada
E visitavam nos os peixes comandantes destes ares
As anémonas vistosas dançando nas transparencias dos seus trajes
E o júbilo era tanto o folguedo era tal
Que de cima dos céus se veio até um Anjo a espreitar
Oh!lindos os corais...lindas as estrelas dos Mares
E assim se tiveram em folia por horas e anos mais
Sempre áquela hora e naquele instante
Onde se sentava Sua Excelencia Piankhy a mais o seu Leão
Cercando de beijos a sua Aurora delicada!

E quem quiser fechar os olhos e se pôr a recordar
Vislumbar se á nas íngremes colinas nas folgas encarpadas a ecoar
Cantos chamados distintos e tão belos pelo amor que ainda virá
E assim todas as noites em frescuras e em trajes requintados a se passear!

Eu cá por min...é só atar a vista
Que me estou logo lá!

-Une fleur qui ressemble á mon rouge idéal-

Thursday, June 24, 2010

Sim!sim!podem me dizer
Que não é nenhuma metira!
Sou larva mosca podridão
Nesta terra minha!

Vivo abraçada a rezas e a mezinhas
Que se entrenhem nos céus estas palavras minhas
Estes arrependimentos verídicos
Que os não consigo carregar sózinha!

Façam como eu...
Rezem rezem sempre
A pedir mais qualquer coisinha!
Chega a casa e senta se
Abre a televisão e ouve
Cruza as pernas fica atento
As notícias são do dia e frescas
Pede um copo d'água á mulher que espera
Estica o braço e aperta
A mão mole a mão quente
Da serva nobre que o espera
Está atento está atento
Canta o homem o jornal da terra
E no silencio nas curvas do tempo
Decalcam se ideias escondem se segredos
Porque o seu homem não é de falar
Porque o seu homem só é de fazer
Porque o seu homem só é de esquecer
E ela olha o como um professor olha para o pupilo
Como o patrão olha para o servo
E pesquisa estuda analisa e investiga
A hora antiga da régia queda do derradeiro crime
A hora o dia do último amor do último prodígio
E a mão que aperta a do homem seu marido
É a mão que partiu a pedra que ralou a estrada partida
E na pele da mulher sente se uma poeira umas migalhazinhas
São os bramidos do velho já todo entorpecido
A perdra entrenhou se lhe nas veias amarelecidas
E de dentro do seu peito caem lágrimas agitam feridas
E ela então retira a mão da dele há
E olha o nos olhos a ver as estrelas perdidas
E levanta se só sem proferir palavra
Sem assunto qualquer a discutir
E o homem sorri lhe logo agradecido
Porque ele sabe mas nunca o diz
Que já se fora há muito o amante
O guerreiro e o folgo activo
Que um dia com ela se arrastou
Pelas trevas das noites pelos buracos da vida
Resta lhe na alma e fora dos sentidos
Um não sei quê ... um grito rouco e frio
De fica!fica!
Porque ele há muito já viu
Há muito já se sabe
Um fantasma erante
Fora da sua vida ...
Mas a mulher é brava e a mulher fica
Porque ela também já há muito desistiu
De o querer amante como ela o merecia
E assim em almofadas e cházinhos quentes
Se vão aconchegando os dois
Entrançando nas memórias desejos antigos
Maquinando entrigas que não ousam descifrar
Que não se atrevem a descascar
Carregando nos seus esqueletos
Umas cabeças que há muito se despediram

A sapiencia nunca os tomara em velhos
De se irem cada um para seu lado
Se matando sózinhos!
Porque existe uma morte nobre
Um renascer divino
E só ... só no esvaziamento do outro
Se consegue alcançar o caminho!

A não ser...a não ser que se tenha em nós
Ocultado há muito a palavra divina!

Eu cá por mim há muito que morri
Colada a tanta gente
Engolfada pretrida de gritos e risos arrefecidos
Mas...quem acredita que nesta terra
Nada é senão ilusão e pura mentira?
Os resistentes afadigam se na sua razão
De se terem até ao fim credíveis!

E vós?
Com esses ares bravios ?
Nos silencios cresço estico me solene
Nas pausas da vida e do tempo sustento me e ergo me
E depois vêm todas estas variações decadentes
Estas asperezas que me aruinam e me condenam
Um dia destes vou pedir para partir
Para me ir embora com toda a licença
Para outros sítios para outros lugares
Onde me possa fazer transparente!
Na ausencia da matéria na negação da carne
Me irei então ágil e lesta para as bandas da bonança
Para os lados idílicos do apaziguamento!

E quem quiser se alhear comigo
Prometo lhe uma dança uma valsa em tres tempos!

Estou á espera!
Vem vem a min meu amiguinho dilecto
Nos meus braços te refastelares todo inteiro
No quentinho morno e doce do meu peito auspicioso!

Vem meu bichinho em tranquilidades e sossegos
Me adornares lindo e em príncipe eleito
Nesse teu calor nesses teus arfares meigos
Em suspirações dilatadas cheirando ás rosas bravias
Como áquelas de onde te nascestes num dia insuspeito

Vede!colho te a mais os teus companheiros
Nesta cesta neste abraço grande
Vinde vinde ver o sol e as estrelas inteiras
Neste pano nesta teia ligeira
Onde te fostes a te ergueres e a brincares o primeiro !

E assim falava baixinho um menino
Querendo ter por companheiro
Um pequeno esquilo tímido
Que nunca se estreara com ele
Pelos campos adentro em brincadeiras!

Se foram os dois em saltos e cambalhotas
Até se confundirem nas névoas cerradas de uma tarde desaustinada !

Fora se toda a ninhada a se passear por outras bermas para outros lados
E do menino que nunca se cansava viram no o mundo
Com o amigo abastado e em regalos... assentado no seu penteado!

Nunca ninguém tentou contestar a proeza
Esteve desde logo o conssentimento dado!


-Un coeur pour un coeur-
Chegou o dia chegou a hora!
Vinde a vonvite da Senhora
Narrar vos nos Mares e nos Oceanos!

Cantou o galo pela manhã!

Nas funduras nas fendas aquáticas da ampla mancha
Em profundidades alagadas e acalentadas de desejos
Pos de a mesa farta para a festança
Acheguem se todos nas farturas de suas fardas
Assetem se as Damas

Monday, June 21, 2010

A vida toda não me vai chegar para amar o tanto que os meus sentidos alcançam!

Para me debruçar por decima das flores e das árvores
Que se vestem com as roupagems alegres dos meus olhares
E que em bondades se vergam em agrados radiantes
Em consentimentos e aprovações nos amplos maneios dos meus balanços...
Para embalar no meu seio as pequeninas crianças
Que olham com nostalgias e vontades redobradas
O momento profetizado de se deitarem no xaile do meu chão manso

De percorrer os céus e as outras bandas
E de lá ir em vôos com os adulto e as crianças
De pisar e colher o orvalho molhado que me chega dos prados
E que são o recheio dos beijos que me mandas...

Não vou ter tempo para me aprumar no vosso jeito
Pois que a minha natureza é a das funduras deste chão que chora e canta
E que num todo ora destrói e ora logo se arranja
Vivo recostada ás vertentes das montanhas sempre em suspiros e ansias
Desenhando nos ares linhas curvas quadrados círculos
Cozendo e remendando as narrações maldosas dos muitos que aqui mandam
E num todo me aprazo também a cozinhar na imutabilidade dos tempos
Contos e histórias e debruando mesmo parentescos
Desta humanidade distraída que em repousos nunca descansa!

Não vou ter a idade secular dos Santos para me passear por outros cantos
Para mergulhar nos oceanos revoltosos e brandos
Para ir por essas ruas estreitas e pequenas adentro passeando
E por onde vagueiam tristes as penas e as carências primeiras ...

Não vou ter o tempo de todas as vidas para nesta me estrear por inteiro!...

Mas vos digo eu isto que é certinho e verdadeiro
Vou querer este momento para me rastejar oriunda e primeira
Nas pisadas dos Santos Alteiros
Porque a minha raça é esta a de me baralhar nas minhas e nas ideias solteiras
E só em alguns me ter reflectida em primores em espelhos
Porque esta gente do cá de baixo me não ata e há muito que dela me tenho alheia
E então em vontades e verdades me confesso a vós aqui solitária e ordeira
Certificando me em habilitações estranhas aos olhos
Daqueles que aqui me vêem e me acham estranha!

E o meu desgosto é este de não poder albaroar com os meus olhos
Os mastros negros que se enterram nas verduras amenas dos meus rebentos
E é sempre em grandes desassossegos e numa penitência extrema
Que carrego esses colares de chumbo que me enfraquecem
E que eu tenho á força de erguer enterrando nas areias as minhas asas pequenas
E assim me tenho em achaques e deflagrações de misérias
Pelos tantos que não amam e não se abrigam em santidades
No meu jardim na meu abrigo primeiro!

Mas não faz mal porque até o que eu quereria mesmo
Era poder me derreter e desaparecer numa rebentação sonolenta
E em passinhos de dança em glissés e jetés ir coreografar me para outros bandas

Quando avistardes nas águas corais conchas e peixes
É a certeza de que me fui já em degredo e comunhão aquática para um outro reino!

Sunday, June 20, 2010

Toca a tua flauta amor
Que a corda do meu peito
Numa vibração repentina
Adoça me a boca enriquece me o beijo!

No sombreado do teu traje
Mora uma oliveira madura
Leque chapéu toucado largo tingido
São os montes dos céus
Onde te vi um dia a sorrir!

Deito me no teu sorriso
E no teu lábio levito
Tu... vem te aconchegar ao meu seio
Junto á minha pele ás minhas doçuras escondidos!

E ouviam se assim ums cantares
Umas melodias súbitas
Num qualquer recanto do Mundo
E que todos ouviam com respeito e ternura!

Era um canto um orar divino
De coisas há muito por cá banidas
E quando acudia a hora verdadeira
Se ajoalhava a mulherada toda
E mais as suas criancinhas
Pelos campos e searas adentro
Onde se silenciavam todos
Na das escuta das inclítas biografias !

Tesoiros arcas cheinhas
E quando caiam os sons na terra
Todas as sementes logo se erguiam!

E por isso se reza ainda aos Santos
Ao Menino e á Menina das tais prodígios magias
Pois que o Amor só pode dar tanto
Como as estrelas do céu e ás do paraíso!

-Chant d'amour...-
Ouve Amor os modos em que me quero narrar a ti !
Em grupetos em acordes que soam já nas eternidades distintas
Declarações arejadas que trepam já pelo teu peito acima ...

Ai!Ouve ... ouve nas redondezas se desenharem arabescos
Curvas singelas dos verbos e das palavras arpejadando cores e textos sublimes
Contornos de uma afeição antiga aguarela tela pergaminho
Recados que por esta terra te fui mandando em alegrias sonantes
Em allegrettos em trepidações desmesuradas e soníforas
Gomos doces gemas preciosas no teu manto de oiro tingido

Vede Amor a cor da minha alma carregada de germinações maduras
Derrames cascatas pr'a nos refrescarem nestes sítios altivos

Balanço passeio dança valsa roda passeio... mistério ...

E é sempre em descansos e em pausas humildes e honestas
Que se têm os amantes em ajustes e concertos tais
Descansando os seus lábios na fonte quente que estremece...

Amor Amor ouvide este conto este epitáfio antigo
Este meu segredo há muito guardado há muito escondido
Teci te Árias declarei me na tua malha na tua espinha !

E quem passasse por perto desse cantinho da terra
Nem se atreveria nunca a se achegar mesmo de mansinho
Em majestades e em bondades honoríficas
Porque os olhares e as palavras que daquelas bocas escorriam
Eram enigmas charadas coisas por cá há muito desmemoriadas e esquecidas
E até porque só quem de longe os vira um dia
Em fato da saudade longa e quase mortífera
Se aproximava leve e devagarinho em benções e rezas profícuas!

E mirava a o Donzel maravilhado e dulcífico
Em combinações de olhares e encontros consentidos...

É uma cantoria uma afeição desoprimida
O que se ouve nas pausas das noites e dos dias

Um tesouro real e desmedido!





-Chant d'Amour!-

Wednesday, June 09, 2010

Vede todas as noites amor
As estrelas a rondarem vizinhas
Em arcos e abrigos
As minhas terras os meus amigos
Pois que que nestes passeios
Nestas rodas sublimes
Mora uma fada
Uma história
Uma adivinha!

Crava os teus olhos há muito perdidos
Nestas nublosas nestas coisas minhas
Nestes meus seios redondos quentes e firmes
Nestas vegetações tenras e macias
E no preâmbulo dos teus sonos
Em viagems previstas e nunca empreendidas
Vinde caminha te voluntário e irrepreensível
Para estes lados que são também as luas minhas

E não é que foi mesmo verdade?

Assim se tivera a coisa logo entendida
Por quem cá de baixo ouvira a seu Bem
Num padrão melódico e rítmico
Os cantares e apelos que só ele entendia !

Foi num silêncio numa paragem de ares
Onde se foi o Alado a encontrar a sua Excellentíssima!

-Quand elle marche on dirait...-

Monday, June 07, 2010

Diadema de Anjo fatia divina
Sombra deambulante nos ares do caminho
Sonetos ...encantos...
Ilusão sonífera? ... fascínação ...
Rodam as pérolas soltas numa festa adormecida
Conchas ... brinquinhos de menina
E o tudo num compasso amplo em casta harmonia
Ouviram-se saliências jactos pequeninos
Enrolaram-se cantatas árias magníficas
E no sono dos homens nas suas camas enroladinhos
Ressoaram sonoridades desconhecidas...
Trouxera no tocada e nos seus lábios ruborescidos
Frémitos ágeis sussurros de melodia
Agaichou-se logo a humanidade serva e humilde
Acalentou lhes a prosa o cantar e a raiva nas veias ressequidas...

Foi sonho...quiméra...humildade a minha!!!!!!!!!


-En ingénue elle chantait Bach!-

Saturday, June 05, 2010

Lá vai a nuvem na boa viagem
A gente ilustre que acredita e age!..

-Inaccecible étoile!-
Benefício de Anjo descanço ditado!

Poisou o arcano por terras frutadas
Regalou se em bebidas em vistas abastadas

Nunca por estas bandas
O tinham as gentes avistado
Pequeno corado abonecado
Confundiram no a gente
Com um Príncipe abastado!

Mas o que eles não sabiam
E o que ninguém a tempo adivinhara
Era a intenção o desígnio
A reflexãoe e a meditação
Que sobre todos se não divulgava
E a surpresa conduída de como
No seu íntimo o Arcanjo analisava
Dissecando as fraquezas arrepiando as vonades...


E avistava de perto o nobre mecenas
As águas no seu leito a tumultuarem...

Eram as brigas as vidas dos homens a desmorrenarem se
No vazio das terras nos buracos dos ares
E desabotoando a vistas dos apertados lugares
Justificou se com um gesto benigno
A todoas a abençoar!

Correu na terra a notícia primeira
Que pisara o chão um proféctico em doce benignidade!

Fora se pelos ares acima sempre a profectizar
O ingénuo o inocente sempre arrepiado!

Despedira se o Excelso em divinas bondades!

-Île de lumière!-
Numa assombrassão maléfica
Num sonho descabido
Enjaulou se a barca num Mar!

Espinha cartilagem magnífica
Nas funduras majestuosas a flutuar!

Onde estais Amor Amo de minha vida
Que te vinhas por estas bandas a afeiçoar me?
Na areias... nos poços marinhos...
Com os teus olhos ainda a procurar me ?


Vim do lá longe da outra ponta da ilha
Para os esconderijos desta mancha metade partida
Por onde me vou a te encontrar...

E dito isto acamou se a Donzela nas águas frias
Em roupagems de noiva pronta a se entregar !

-Le bateau ivre!-
Em campos de trigo
Em fardos amadurecidos e doirados
Num jorrar abrilhantado de plumas
Me nasci áurea e magnífica
Por meio de chilros e cantares...

E num deslize sibilino
Me vim franca e desoprimida a escoregar
Por entre risos e tovares
Entrelaçada ao toucado macio e despenteado de minha Mãe...

E num solcestício acolhedor
Reflectiam se imagems na minha alma
Espelhos fidígnos de minha arte...
Eram suspirações perfeitas e adiantadas
Dos pássaros antigos dos ninhos encantandos
A me darem em segredos as antiquíssimas receitas
De como me haveria nestas bravuras me desenredar...

Em meu seio plantaram me sons sonetos e cantatas
Na minha alma estenderam se perfeitos
Aos pares a me ensinarem a voar
E folgaram se logo assim e em ânsias
E em anunciações e previsões de preâmbulos
De se acordarem todos a me vocacionar!

Tiveram sempre recatados e mansos
Em recreios e desempenhos capazes e honestos
Em protecções horosas a me amparar

Nunca se tivera visto coisa alguma
Nestas areias e proximidades!

Me vou hoje ainda em jogos e fantasias celestes
Muitas e muitas vezes em bizarrias nestes ares
Me encontrar com eles em doçuras e aprazimentos tais
Por esses trigais adentro a me ensair!

Resvalam por mim os ninhos
As palavras primeiras baptizadas
Que um dia na folga dilatada de um dia
Se vieram aos pulos e contentes se me declararem!

São sorrisos destinos alteios
Estes que em mim um dia se emprenharam !

-Maternité á l'oiseau!-

Thursday, June 03, 2010

Venho em tréguas te entregar minha Mãe
As chagas as fissuras bravias do meu coração
Que nas clarezas desta vida um dia me feri
Venho em achados de curas em extracções de candura
Me ajoelhar defronte de ti!


E foi num rolar de ondas num entrelaçar de algas
Numa dádiva honesta e convicta
Que se aliou de novo a descendência nobre á sua genetriz

Vede nestas nublinas saudosas
Nestas águas mornas
Os meus contos as minhas histórias
Vede e estuda as bem e soletra me nas entrelinhas
Os sistemas as maneiras que eu aqui tinha
Venho em descida amorosa num desfruto certo e fidedigno
Num anseio num rolo grande de saudade
Neste amor aquático tão diferente do de lá de cima!
Vou e venho em intermitências divinas!

-Offrande-
Oiçam ! oiçam a canção de embalar
Se soltando da catedral submersa nestes mares favorecidos
Beijam na os raios dos sóis vizinhos
Escondem se nala as almas boas e coitadinhas
Que numa demanda solene por lá pernoitam e ficam
Oiçam !escutem o seu canto divino !
Leite mel açucares bálsâmicos ... requintes...
Doçura da alma minha!

Visitam na as luas em rasgos perdidos
Se entretêm nela os génios há muito desaparecidos
Gemem na escuridão nos silêncios encravados
Gomos das lendas errantes e há muito esquecidas ...

E é por isto e por eoutras coisas
Que me vou pelas águas adentro
Em orações confidenciar me nela
Em procura e achados da tal quietude
Do tal sossego que o já não há por aqui!

-Écoute le chant de la mer-

Tuesday, June 01, 2010

Na solidão
No vazio
Na ausência absoluta de substância
Desformalizo me
Volto ao céu
Volto á terra
Ao vento que me desarreia
Sou semente descolorada
Flutuação desmesurada
Espectro inconsistente

E a seguir...
Depois não mais existo
Sou vibração onda de mar relampago aéreo
Suspiro aceleração riso tragédia!

Quem me quiser perseguir
Não o poderá nunca fazer
Pois que não deixo cheiro nem rasto

De mim ... só se pode ter uma ideia!
A minhas mãos não têm cor
São retornos de mortes
Falecimentos idos e volvidos
Coisas que a minha alma retoma
Viajaram nos tempos nas eternidades
Em balanços aérios em singelezas de ares
As minhas mãos têm lingua tenra e alustrada
Redemoínham em serenos gestos em acatamentos cuidados
Não tm pernas não ^se entornam em buracos
São lampadas reluzentas a reluzirem danças nos pátios
Ai as minhas mãos são mistérios
Antiguidades a se quererem declarar
E nas asperezas dos dias e nos mais claros lugares
Em funduras de mistérios se entregam na obra a declararem
Em mímicas honestas e quererem falar
Não têm braços nem pernas
São bonecos marionetas a discurssarem
E quando se achegam delas os mais desafiadores e ousados
Quebram se em despedidas honestas sempre a voletarem
Rabiscam e escrevem versos incandescentes por descifrar
Germinam cravados na vontade de meu peito
As mais lindas histórias por contar
E no sossego recatado das noites e em duplicidade
Agarram se ao Santo terço sempre ferverosas a rezarem
E se por um acaso assombroso se veêm um dia a se magoarem
É com beijos com o sereno nocturno da noite
Que se apressa a lua a me as engomar
As minhas mãos ... tecerem nas o mistério
Num desejo súbito de me habitar
Ocultou se nelas o enigma de as pôrem a conversar
Em réplicas e confissões austeres
Em desígnios dos céus a se aplicarem
Acudiram lhe os cantos dos pássaros
A mais as suas canções honestas
O rastejar das nuvens em mumúrios secretos
E o deslize elegante das eclipses celestes
Ai...as minhas mãos alumiadas dos restos
Das franjas de sóis que se pousavam
Modelando nelas os seus átomos intrépidos
Correram em divagações em solenidades férreas
E foram muitos os homens e as mulheres
A se cativarem nas suas proezas singelas
Fadas rouxinóis cucos ribeirinhos cantando alegres
E eu nelas a chefe de orquestra!

Guardo as
Miro as
Beijo as
E á noite
Adormecem comigo
Sempre presas a meu seio
Donde me chega a lava a seiva
Onde as lavo ... onde me saceio!

Vede! vede as minhas mãos ...

Como são belas!!!!!!!!!!!!!