páginas brancas

Tuesday, March 31, 2009

Não partam o silêncio ... oiro espandido...
Não pisem os átomos específicos!
Vem...vem te aconchegares a mim em blandícias
Em dádivas e confortos de carícias...
Sois um...e eu que me quero bem juntinha a ti
Seremos dois no colo da Santa ... ameigando os meninos...

E se punha ela em olhares atrevidos a se desejar protegida e a mais o seu rapazinho
Imortalizados ... nos bentos amores dedicados ao Santinho!
Soletro te em memórias irrealistas
Quero te assim ... abastado em bravuras queridas
Te tenho muito parado...quieto e adormecido
Em lonjuras consideráveis e distintas...
No dia em que te acordares ... me irei eu para aí
Em debates e saliências irrepreensíveis...

Eu por mim só...não existo...
Caíram me dos altos as cores apetecidas ...
Visitas amigas no aconchego dos meus olhos pedintes ...
Chorei a descarregá las para o vazio ... aéreo caminho...
Vesti montanhas ... mares ...céus e colinas
Ai a riqueza ... os puros tintos...
Deitei me a dormir ....
Deitei me a sorrir ...

Cantou se toda a noite na aldeia vizinha!...
As árvores não mentem em verduras enaltecidas
Tonsuras frondosas , cabeças despidas
Rendem se esplêndidas em sombras suavizantes
Em tempestades arrefecidas
Estreiam se em véus sublimes alcochoando risos
Acobretando beijos paixões escaldantes sonhos e delírios
Passeeio me nelas em tempos festivos ... em cumplicidades aguerridas
Agarro me ligeira e quente a seus frutos amadurecidos
E das minhas mãos soltam se cheiros abrasam se apetites...
Moradas animosas enternecidas...

Uma árvora é um mundo
Um reino imenso ... desconhecido...

Monday, March 30, 2009

Só vou escrever em amor
As letras que amor tem!
A rosa o alecrim a violeta o jasmim
Para em teu corpo pernoitarem
De teu corpo me desposarem
E assim te lembrares de min
E eu de ti também...
Acaba se a prece !
Tudo volta ao mesmo !
E em solenidade digo e me afirmo
Do paraíso...antiga soldada!
Vim para pôr ordem nesta colina ensoleirada!
Mas de nada vale o sol a chuva os verdes prados
Tudo será como sempre foi...um sítio de passagem!
Campo de sortes...de batalhas infindas...
Me vou partida ... em pedaços...
Me volto reerguida ... apta...

Me desfaço em rezas...em promessas
Para aqui me poder aguentar...proeminente...magnífica!..
Soam ecos dentro de min
Pausas inaudíveis ... a outros e a ti...
Voejo me distante ... em prodigalidades e mistérios...
Vou te carregar nos meus braços
Te vou embalar singela e pequena
Na brandura casta deste meu recanto
Vou te abraçar em blandícias refrescantes
Te adornar de oiros e diamantes
De todos estes tesoiros pequenos e comoventes...
E nas vestes púrpuras deste meu canto
Te vou desenhar Serafins...cores cativantes
E na alma te aplicar um meu beijo sonetante
Carinho colossal na comparação das jóias crepitantes...

Vem...ode...canção minha!
Enaltecer me em prantos...
Aborda me a sombra cativa
Adensam se em mim miragens
Sinais austeres...indícios indignos
Irreflectidas intempéries
E no céu abrem se buracos pequeninos
Espreitam amigos...
Ai...este peso ...esta barra ardente...
Funesta passada...esteira pequena
E os meus olhos acusam a fraude
E a minha alma contesta solene
Ide vos! ide vos para outros lados...para outras esferas!
Que eu me quero no coração deste hino solene
Na boca de Anjos cantando...num fio leve de um de seus cantos
Ai!...ide vos adiante!sombras desesperrantes!
Que me vivo na garganta de Árias alucinantes
P'rás montanhas distantes... Morada do Amante...
Homen Brilhante ... Deífico Gigante...
E meu passo se passeia sempre em seu peito
E minha boca se aloja sempre elegante ... em prece lisonjeante!..
Ide vos !em averiguações... em inquisições
Em perigos e buscas alarmantes...
Que eu me quero diáfana ... em transparências fluentes !
Nestas alturas celestes onde me balanço...sonetando alegremente...
Ide vos! ide vos! para longe de min...

Vede me ... vede me ...assim...bailando....


Ouço te amor a me chamares num canto pequeno...

Friday, March 27, 2009

A flor confessou se ao ribeiro
O muito que lhe disseram assim...
Linda...amorosa ...
Vem viver pr'a junto de mim...
Mas a água que corre em vírgulas insinuantes
Não se quer parada ... nem em adornos de captações
Finge se detida por instantes
Mas em funduras açoita em traições...
Respondeu lhe pura e fininha
Que não se entregasse a feitiços e adorações
Que seu lar era a terra pura
Soleira rasgada e aberta ... morada dilecta da luz
Das almas boas e divinas
Que se expandem nela em distinções...
Ficou então acertado que nunca iria satisfeita e singela
Na casaca ou lapela de quem se quisesse ver nela
Em prémios ou elevações...

Pois que eu sou uma a flor delicada e pequenina ...
A me querer na terra sossegada...singela ..
E em brandos incensos quentinha!
Voltei me das terras arredadas pelo tempo
Dos mares e das serras
Que pernoitam por muito longe de min ...
Vi décadas de histórias ... amores vivazes
Sortes destinadas a quem se quis erguido assim...
Embalei me em águas aromáticas
Benções de teus jardims...
Me fui para lá das galáxias
Em sonhos reais a querer realizar
Me perdi vezes ínfimas em fantasias
Em delírios insanes ... a sorrir ...
E em cores e manchas resistentes
Adiei me antes de partir...
Porque na volta que me trouxe p'ráqui
Sonho e idolatro me já de novo aí ...
Céus ... brumas enfeitiçadas
Moradas ... Anjos milagrosos
Assentaram reinos longe de mim...

Saturday, March 21, 2009

Foram recados vastos
Irrompendo de lonjuras distantes...
Foram subtilezas agudas ... talentos vigorantes
Que se deitaram em minha alma...verdejando se...
Acudiste me em sonhos escaldantes
Em auxílios relevantes...
E nas palavras viçosas e redondas
Fermentaram se em estímulos deliciosos...flores...
E em prodigalidades...em sonoridades insinuantes
Te descobri amigo ... tesouro afamado e distinto
Adormecido em galáxias distantes...
E no derrame de meus sonhos
No alastrar dos teus nos meus
Nasceram Anjos pequenos ...
Energias sublimes ...
Em nossas almas o amor acalentando...
E em crinas de fino ouro ungidas
Em assentos de galáxias findas
Trespassaram se em nós as vozes ínfimas!
Ecos de lembrancças ... testemunhos distantes
Glórias ... reflexos de nossas bizarrias...
Tudo se expande em momentos e anos
E de meus olhos gotejaram se flores ... diamantes...
Sonoridades ...sombras gigantes
Que na lisura do tempo se iam abalando
Em desvirtudes e desassossegos preocupantes ...
Porque ... amigo ... é nas nascentes ímpares de teus desejos
Na têmpera azulade de nossos beijos que me cresci!..

Desnortearam se por milénios os nossos sentidos régios...
Amor...ternura...estou aqui!!!!!!!!!

Tuesday, March 17, 2009

Vou dar a volta ao mundo
Vou dar volta a ver os homens e as mulheres
Vou dar a volta a testemunhar incrédula
A ver na descoberta as rixas medonhas da
Pintei estrelas ... sonhos ... sinos celestes no espelho ensoleirado de meu jardim
Cobri os de cores ... de luzes ... de reflexos áureos ...iguais a ti ...
Testemunhei me neles ... mestrei me em concertos argênteos a delirar me ... febril ...
Ah!se visseis as amoras caudelosas que nasciam nas vertebras rubras desses meus hinos
Se visseis as doçuras entrenháveis aureolando os olhos meus ... nos teus...gentís...
Saberias amor que esses traços concretos essas dissertações sinceras
Essas conversas abertas te eram caminhos secretos para te achegares a mim...

Amadureci me num cacho de uvas... num bago doce ... carmin...
Espero que te delongues um dia em êxtases ... dentro de min...

Monday, March 16, 2009

Tento me em conciliações com a raça humana
Mas me vim de outro sítio
De outros solos fertéis ...

Desafino me em aberrações ...
Inarmoniso me em discussões ...
Desqualifico me em judiarias e agressões!..

Espero e aguardo o dia da despedida
Aguardo o sinal célere do trovão!
Partiram me ao meio ... aquelas vozes graves de desacordos e inarmonias severas
Em dissonâncias acentuadas... esmagaram as doçuras que tinha para entrega
E eu dobrei me em agonias ...sofrendo horrores...deslizando me a alma boa para outras esferas
Tento me em esforços árduos na predominância de me voletar nos céus azuis que me esperam ...
Ai como tudo se quebra num instante de misérias...
E não houve ninguém ... não houve alma sã que se agarrasse a min em virtudes sinceras !
Agravam se os abusos...sempre em almas benéficas !..
Descobrem se os charlatões e toda a comédia...
E ninguém se atreve ... ninguém ousa se alevantar indigno ...colérico!
Eu! eu é que os afronto ... endemoinhada ... em danças de combates ... questionando...sincera!
O triunfo das minhas razões pouco ou nada interessam
Porque é na solidez do carácter que reside o verbo...
As loucuras dos homens se hão de ir a voar para longe...pr'ó inferno
Residerão por cá as reveladoras ... origems do progresso!

Deixem me sossegada...que me quero queda!!!..

Sunday, March 15, 2009

Vem amor te acudir em meu colo...
Cheiram a cerejas...
Aquelas que colhestes tenras maduras
Nessas árvores desse teu paraíso
Aquelas que comemos em soluços de risos...
Em gargalhadas plenas de carinhos
Paciências extremosas...macias...

Ai amor...amor ...
Sãs estrelas ... esses teus olhos... regozijos...
Solfejam se neles cantatas... sinfonias ...
Colhem se também amoras grandes... pequeninas
Amor no céu que te abaixasates a me ver
Amor colhido no meu ...de rosas tingido
Deslize de um concerto ... de uma alegoria ...
Vagam em mim teus desejos ... murmúrios gentís
São estas as minhas festas...as minhas alegrias...
Amor que te alongastes por tempos em min
Pedra preciosa em cofre vazio...
Sei que me estás em desejos aí
Vem ... vem em nobrezas
Me embrulhar num teu suspiro!

E em esperas ...
Em demoras esperava a donzela por seu amado
E por ela já ninguém na terra se animava
Pois que era para o céu negro das noites frias que ela olhava
Que de dia se entretinham os dois a se enamorarem
E na hora da partança nos canudos de seus braços
Se enlevava o Anjo de novo p'ra sua morada...
E fora assim por séculos emaculados...
Viram na um dia em elevações para os céus de seu amor encantado
Amor que nunca alma terrena vira ou amara
Só ela conhecera o milagre de se ter a ele... em transparências agarrada ...
Chamavam na de louca ... de alienada...
Fora se numa manhã amendoada
Em névoas de rosas a trespassarem na !

Nesse dia ... as flores abrilhantaram suas cores doiradas!

E os homens e as mulheres...não perceberam nada!
Me chegam os sóis clareantes...
As bravuras ímpares da primavera...
Morrem as dores anciãs
Tangem se amores envelhecidos
Declamam se os novos e estabelecidos
Nos peitos de quem se quer bem...

Foi numa prata de aurora
Que me chegou o meu em demoras
Em desmanchos...aos pedacinhos
A precisar de arranjos...
Me fui apressada na real conquista
Do bem que me era há muito já prometido ...
Houve olhares ... rusgas... desencontros...partidas...
Mas n
Vem em passos elegantes
Em meus braços te demorar
Vem em meu leito
Te alongares a me afeiçoar...
Vem das lonjuras celestes
Para em ti me aquentar ...
Pois que sois o mistério
A garganta grande
Onde se espelha o meu canto
Onde nascem mil e uma crianças
Quando do meu peito se alevanta
Este sonho branco onde te posso escravinhar!..
Vem em passos pequenos e dançantes
Em meu ombro te alargares
Em subtilezas firmes a me encontrares
Em sonos rubros de diamante
Sentinela ... guardiã ...
Sempre em branduras a me conquistar...

E soprava sempre singela a menina este mote ... em desejos grandes
De se ver nas noites pelo seu Anjo visitada...

Saturday, March 14, 2009

As flores amor são beijos ...
São auroras perfumadas
Rosmaninhos prateados
Cheiros adivinhados
Nesta brisa que soa aveludado...
Sabeis vós que...
Na claridade do dia
No escuro das noites
Acorrem descalças a se abafarem em min ?
Suspiro me em delícias por as ter deitadas
Por as sentir coladinhas assim...
Sopros... murmúrios bonançosos...
São as azuis as rouxas as vermelhas
As que se alongam demais em min...
E depois seguem se lhes as amarelas as brancas
Meninos e meninas a se esfarelam tenras pelo caminho...
Mas as que se abrem mais em desejos
As que se entregam em gemidos de ânsias ...
Em confissões perfeitas generosidades inibriantes
São as verdinhas que me trazem em frescuras...da lua o seu cheiro...
Acorrem soltinhas no sereno do ar em seus parapeitos
Testemunhas ousadas dos requintes que tendes por aqui...
Nas manhãs enevoadas...nas noites estremunhadas
Todas se confiam ao meu peito...gentís...
Cheira lhes a musa a poeta nómada
A mar e a suas sereias...
A terras quentes pertences de Rainhas e Reis...
E eu a primeira...regadinha de benções e preciosidades
Na entrega hospitaleira de quem se cede sempre decente e confiada
Aceleram se articuladas... em confissões dignas e perpétuas...
Em min que por milénios
Eu que por eternidades me não estive aqui...
Só havia sol e o verde dos prados a mais os seus rebentinhos....
Poisou me o Divino um dia cá em baixo num de seus jardins
A me ensaiar em testemunhos vivos
De quem se estudou para aqui poder vivir
Me tenho nova ... recente ...inocente...
Me tive na chegada amansada de seus beijos
Que me chegavam atordoadas da viagem
Embrulhados em neve fina...
E nos dias em que me visitam
Quando caiem estas frescuras apetecíveis
Suspiro me serena em contentamentos genuínos e mansos
Musa ...poeta...regozijo me em prelúdios magnetizantes
Em dancas e rodas ... que me não acham quieta a verem o fim
E giram os mimos bailantes em sonoridades estonteantes
Redopiando alegres e festivas no meu eixo firme...
Agora me tenho não sei por quanto nestes motins
Em guerras gigantes em que me nunca incluí
Entretanto chamo as minhas cores vibrantes
E me vou com elas em piruetas deslizando
Em adagios elegantes ...
Em suspiros ardentes ...
Pedir auxílio ao Grande!
Que me regresse presto para d'onde vim!

Vou...e venho...
Vou...e venho...
Vou...e venho... no colo de Gigante!

Monday, March 09, 2009

Me balanço aérea...
Neste ar que molha e seca
Neste sol que arde e aquece
Balanço me pálida
Nestas alturas que estremecem...

Sunday, March 08, 2009

Me venho das terras de lá longe
Dos bruxos e feiticeiras
Atingi me nelas meiga e singela...
Requisitaram me além ... do outro lado do mistério
E em choros de esperanças acorri
Consumada na tragédia...
Me fui aloucando nas peripécias
De querer auxiliar o fato largo da miséria
Mas aqueles não eram os meus sóis
As minhas estrelas correctas...
Apelaram me na mansidão de quem ama e protege
Me voltei vidrada quebradiça...gélida...
Faltou me o ar naquela densa atmosfera...
E é por isto e por outras as coisas
Que este mundo se vai agravando
Nestes motes escuros de apelos e tregédias ...

Me fui devagar e em estrangeira
A acudir raridades adversas
Me fui curiosa na observância dos costumes...
Das fórmulas e prescrimentos dos exércitos...
Me fui peregrina em terra desabrida ... inaparente...
Me fui e me vim em silêncios abstratos
Falha na descifração dos antigos convénios...
Porque quem lá mora se ausenta sempre nos momentos das tréguas
Sem se dar a conhecer em prodigalidades mágicas e abertas
E na vez ... tecem teses ... tratados e falácias a se julgarem espertos...
Fui convidada a me ir em transportes pr'a essas misérias
Retorno me agora em testemunhos caudalosos de pobreza austere...

Nunca mais me irei assombrosa por esses lamaçais adentro
Me fui atraiçoada por almas pérfidas!
Vou rezar em fervores ardentes a Deus...ao Correcto
Que me cubra sempre com sua manta quente e leste
Para que num dia me possa ir em ordens de descansos
E em agradecimentos sinceros!

Quanto a vós que me chamasteis!
Tende vos de joelhos prostrados e quietos!

Vede o que me aconteceu ... na inocência de minha queda...
De onde és ó luz polar ?
Sou da estrela que pr'a aqui me veio entornar !
Que caminhos são os teus
De onde te vem esse plácido andar ?
Vem das encostas brancas e sublimes que caminham a cantar
E a luz que oferto são tréguas...doces manjares !
Olhem me sempre obedientes em ensaios
Em meus dextros e assisados recados !
Vede as horas a que me carrego sempre
Pronto e manso a me cá chegar !
Ó luz... pózinho branco pincelado de tréguas neste mundo desirmanado
Contai me os segredos ínfimos de teu incógnito romance
Quantos amores quantos sigílios se confirmaram por anos
E eu que a ti me entreguei nas vezes desnuda em trajes sagrados e puros
Sem nunca em mim te teres denunciado !
Colho te nas noites boiantes e mansas
Em desejos antigos me enclausuro ... recolhimentos benéficos de tua luz...
E depois ausento me em eternidades ocultas desta gente que tudo olha
Que tudo vê ... sem nunca se contestar
Mas eu ... eu ajoelho me...fidel criança orando ... curando me
Agravos imponderáveis ... inocências brandas...

Ó luz que te vais rodando ... olha por esta bola de terra que te não enxerga e te não reclama...

Quanto a mim...me vou todas as noites partir malhada para na volta me ter em ti...depurada...

Wednesday, March 04, 2009

Os teus olhos amor vêem coisas
Que os meus não têm...
Deslizam em funduras que em min se detêm
Analisam testemunhos ...
Descifram pergaminhos antigos
Que há muito esperam alguém...
Soljefam se próprios e severos
Em inocências destemidas ... que só tu penetras bem
E eu espero te em suspensões de mistério
Em prodigalidades...em dilações surpreendentes
Que te retornes sempre ágil e cadente
A me entregares um de seus bens...

Os teus olhos amor...
Vêem aquilo que os meus não têm...
Acabou se o projecto!
Findou se a viagem por esta rota difusa...

Me vou aos pulos pelos ares voletando
Acenando áqueles que me querem ainda no seu bem...
Ai ! me vou partindo
Para o país das estranhezas me acertando
Em rasgos de admirações serenas
Receios surpreendentes
Em oscilações de talento
Me vou sempre sossegadinha
Em compassos e pausas assustadas
Me magnificando nas estrelas...assim deitada...

Cheguei á boca do Paraíso
Aqueci me no hálito do Grande
Sobreergui me estremunhada do sono espírituado
Oh!glória a minha de me terem no meu pranto...menina...
Em delicadezas premeada ...
Nestes firmamentos... em canduras capitaneada ...
Ai! que me vim para aqui decalcada
Em destinos há muito profetizados
Bordadinha de cores e fitas prateadas
Nas alvuras do Altíssimo ...do Santo Amado...

Em instantes me logo entreguei ... ajoalhada...
Avezinha perdida há muito do bando estremado...
Sou poeta...
Poeta das rosas incandescentes
Dos caminhos ensoleirados
Nas viagens largas em ares perfumados...

Sou a virgem já lascada em rejuvenescimetos adulterados
A fada demorada nas franjas dos sóis azulados
A voz balançando se nos colos mais arrojados
Aquela que tudo vê que tudo cala... e que tudo canta
A carícia açucarada nos lábios dos desirmanados...

Poeta se adivinhando...
Nas cores se entremeando
Perturbando se em trevas insignificantes...

Anjo de luz...tremeluzente ...
Alegrias virtuadas ...

E assim se foi adivinhando a menina
Nos passos ternos e doces em que redopiáva...

Sunday, March 01, 2009

Não preciso que me amem...
Só quero na verdade... a brandura quente de uma voz que me anime a palavra
O amor parte me em pedaços... desgasta me os sentidos sempre neste ir e voltar
E depois na reposição dos pedaços ando em caçadas arrojadas
Todas a me reajustando...em cansaços delirantes a me magoarem...
Analisei Deuses ... dissequei Anjos que me queriam agarrar
Fugi de todos por te não ter encontrado...
Sonhei com o amigo com o amante com o desconhecido o namorado
Dorme com Morfeu! sempre juntinha nele... a te soletrar...
Uma árvore é uma árvore...
Éden misterioso...mesclado...onde vivem adagios...
Paraíso misterioso onde mora a verdade
E Deus num dia as cobriu de puras ramagens ... de flores distintas...apreciáveis...
Agasalhou -as de pétalas brancas...rosadas...rouxeadas amareladas
Atraiu os tintos celestes do paraíso
E num sopro distinto... em apoteose divina as silabou premiadas...
Enroupou- as de auroras bruxeleantes...delirantes regando- as com suas palavras
E em rasgos audazes e aguerridos reclamam
Nas profundezas e abismos um meu grito...um meu olhar...

Ai...uma árvore é um penteado sobreceleste brando e singelo
No vazio do nada que me arrebate...
E Deus na sua bondade ofereceu lhes pássaros
Assentou os num seu sopro divino em seus lugares
Aves pequeninas e brandas que delas logo se enamoraram
Roxinóis ... cucos deslumbrantes
Que na bondade de seus cantos...
Em prodigiosos hinos e romances
Se apossaram no instante dos poetas românticos...transloucados...

São anjos na terra se ensaiando...
Para em regressos estremunhados
Adornarem seus prateados mantos de reflexos encontrados...

Ai !que me vou caminhando pelas ervas pelos matos adentro procurando ...
Que me vou apressada e deslumbrante na busca das jóias ofertadas...
Sempre em tons versejantes... em rubros instantes a desejar...
E eu cavo dentro do meu peito buracos grandes para as poder na volta carregar...
Para o meu presépio primeiro ... para a minha morada ensoleirada...

Me tenho ido há séculos por toda a eternidade nas suas gargantas sempre a sonetar ...
Me tenho suspensa por milhares de anos
Em suas asas constantes ...abismosa... sempre a prodigar...
Ah!filha de Céos...neta de Gaia pura...
Me passeei vezes infindas nas misturas doces de seus uníloquos sonhares...

Desejei me um dia Astéria ...nas estrelas a morar...

Em mortes de desencanto um dia se achegaram os homens a tudo desmamchar...
Perdeu se a ordem celeste na abastância que preludiava...
Trouxeram gaiolas de oro com ninhos de puro armínio para neles descansarem
Mas o repouso pertence á humanidade
Que no limite cai em súbitas quedas e agaches
Levaram as minhas rosas concordantes
Que em abundâncias a todos se ofereciam em gratuitidades...
Se confiando em sonetos e cânticos aos que acorriam a escutar...

Vede!vede miseráveis o que fizesteis... na desejo louco do tudo conquistar

E na lembranças dos íntimos que neles se granjeavam
Desenharam se em lonjuras e dilatações dos tempos... doces cantares...
Rememorações generosas...afidalgadas dos transes instantes
Em que na morosidade das pausas se embeveciam tantos em escutas... a rejubilar..