páginas brancas

Thursday, September 25, 2008

Basta me uma página branca para encher...
Uma caneta para escrever ...
Uma cantata para cantar...
Uma estrela para me ver ...
Um amigo para sonhar...
E quem não se tiver contente
Com o meu determinado...
É porque na hora da nascença
Se teve logo apoucado ...
Com a cabeça alistada na terra
Na vez de a ter erguida para o luar...

E assim me tenho inscrita
Numa página celeste...lá no alto...
É só alçar a vista...
E alcançar me com o olhar...
Há muito que não te alcanço...
Nas ternidades paradas do céu e da terra
Nas galáxias quadradas e noutras esferas
Num recanto qualquer do mundo
Procurando amiúde... sem nunca te achar...

Mas isto não é nada ...
Eu sei amor que um dia chegará... certo e dadivoso
E que num decalque melífluo e doce
O teu olhar sobre mim se dilaterá...

Este foi o desabafo severo e verdadeiro
Que uma donzela perdida em nevoeiros
Se entregou a um anjo a se confiar...

E as palavras soavam baixas
Nos ouvidos atentos
De quem ... como ela...
Se entardecia... em procurares...
Olha a luz do dia...
A serenidade esplendida a cantar...
E no desabrochar da rosa
Vede...se deu prestes... o rouxinol a cantar...

Ouvi eu há dias... em murmúrios circunspectos...
O vento... á luz se confiar...
Eram segredos melíficos e discretos
Em entendimentos suaves a se entregar

Esta conjugação rápida e célere
A mim me fez pensar
Por onde andariam os dois ás cegas
Sempre em abraços a passear...

Na visita audaciosa e romanesca
Em amores a se anunciarem ...
Lábios ágeis e quentes...
No consentimento mútuo a se juntarem...

Em beijos audaciosos
Em corações febris a se exaltarem
Em incursões deslizantes
Num e noutro a derramarem se...

E sempre passeando por todo o mais
Se foram assim adiante... por muito a se conciliarem

O que eu vi...o que discerni...modesta...
Foram os dois...prontos...loguinho a se enamorarem ...
A luz bailava celeste...nos olhos a brilhar...
E o vento era bondoso e leste...nas voltas que tinha a dar...

Era uma dança alegre... com o mundo todo a cantar...
Pois que não é sempre assim...a ventada na luz...
Domingueira...animosa a dançar...
Com um facho luminoso... nas almas a clarear...

Já sentisteis em vós... alguma vez...o tempo exultante
Em réplicas constantes a se pronunciar?

Eu me vi assim ...por décadas e séculos passados...
Agora me quero quieta...parada...
Na tenuidade delirante ... de me ter nos outros...a amar...

Sunday, September 21, 2008

Aferrei me na busca dos tempos...das verdades...
Ostentosa pretensão a minha... de me querer alvorecida...alumiada...
Mas é assim que me vivo...sempre e sempre...
Em rastos obscurcidos... em trilhos esclarecidos...
Sempre... na autenticidade aprimorada de meu carácter...

Pouca gente me adivinha... nas suas roupagens...
Cansei me nos tempos...
Em redobrares de olhares...
Na dilação dos temas...
Buscas ilusivas de outrora...
Se nunca me ter ostentado...

Cansei em delegações e viagems...
Em vistas e olhares...
Em terra estéril e poeirenta
Onde nunca me consenti poisar...

Em sorrisos afáveis e atentos me ofereci
Na troca do vazio e do nada...
Meus olhos... esses...não se cansaram nunca
Em cuidados dadivosos...nos outros a consolar...

Minha alma correcta nunca se atentou
Em díspares insolentes...nos outros a destemperar...
E as mões pequenas...nunca se apoucaram...dadivosas...no dar...

Mas a gente cansa se e atormenta se neste mundo desconsolado
E eu me dei um dia sózinha a ver me...a procurar me...

Onde estava aquele encanto que a todos deleitava?..
E aquela voz ameliada... que tão bem me assentava?..
E me dei um dia ver... na face... umas pregas a avincar
E perguntei me... modesta... quanto..
O tempo caprichoso...em mim... me havia assentado...


Ora ora ... isto não é nada...
Esta coisa... da gente aqui se atardar...
E na espera de nos haver libertos...consolados...
Apressa se na gente... o tempo a reclamar...

E então ...é em descansos amenos...
Em revelação de verdades...
Que se vira o íntimo da gente...
Em conversas a entregar se...

Que se dilatem os átomos do tempo...
A hora do lamento... que um dia há de chegar...
Que ainda me faltam cheirar as vinhas e as hortas...
As serras enfloradas...os frutos...
As canelas de meus pomares...
Contar as estrelas no céu
E me enfeitar nelas... loguinho a me alcançar. ..

E depois... ainda há aquela luzinha
Que há muito em meu eixo... deixou de brilhar...
Um farol longínquo de que me afastei...inocente...
Sem mais lhe ter acenado...

Me vou em busca da minha suspeita...
No encalço da verdade...

Há muito que me distraí por aqui...

Chegou a hora da largada!..

Saturday, September 20, 2008

Basta me uma página branca para encher...
Uma caneta para escrever...
Uma cantata para cantar...
Um estrela para dormir...
Um amor para sonhar...
E se na vida da gente isto tudo não nos chegar...
É porque tivemos a pouca sorte de...
No dia em que nascemos
A cabeça ter alcançado logo a terra
Em vez de alistar para o luar...

Fui brava...na hora primeira...
De quando me vim a chegar...
Alinda a virtudo em teu peito!..
Aformoseia a... na exaltacão de seus feitos...
E se um dia... por um acaso inoportuno
Se estrear em ti a tentação
E no tudo que ela aceita...
Não te dilaceres na aflição...
Não te entorpeças na perversidade...
De te teres cego...inapto... na alegação......
Acerra a tua índole com golpadas de espada
Adverte a... e aprisiona a na justiça...na razão...
Vede...há luzes por toda a parte...
Há estrelas... cometas... sóis ...
Que te podem nortear... segurar te a mão...
Elege no teu peito o sacerdócio
De te teres magnânimo... no juízo da apoquentação...
Em discernimentos correctos
Do tanto que escoa... malévolo...
E que pede orientação...

A luz do sol requenta as ideias
Fermenta as na aptidão...
No resguardo do tempo ...
Aos poucos nascem serenas...as palavras amenas
As sentenças correctas... que se elegem na perfeição...
Ah! que bom é... estar se atento...
E não nos termos mutilados na adivinhação...

Subi serras...galguei montes
Na busca da conclusão...
Acenou me o Senhor proeminente
Que me há num dia...
Recolher em Sua Mansão...

Até lá...
Vou me resguardar... atenta...
Delineando no espaço umas asinhas morenas
E resvalar um dia... tranquila...
Num trilho de um seu alento...

Monday, September 15, 2008

Estou cansada...
Dai me um amor...
Um pedacinho do teu regaço...
Para eu poisar as mãos
Para me encostar rosada...

E fora assim por séculos e séculos... por dentro do tempo ... que por mim o amor se alastrou..
Atesta se bem o relampejar da luz..
Alegria mansa ... gentíl ...que se deita a nosso lado...

Assevera se o trovar das sombras... em respingos desconcertados...
Astúcias..malícias... iníqua manifestação...
Enredando se...abusadas... em nossos passos...

Vede bem as sombras...
Escuta lhes bem o passo...
E na desconcerto final...
Foge...antes que te faças mal...

Mas na luz quebradiça...
Nas auroras virgems de pecado...
Vem em progressos... anda na acção...
É a hora digna de te acreditares...
E caminha... leve...na hora da combinação...

Ouve !...
Escolhe bem amor...o sentido de teus passos...

Caminha te... sereno... no meu abraço...
Alastra se em mim ... muito...o desejo de me ter só... alheada
Um repouso merecido em compasso afinado...
Aturdem se em mim os ditos e as palavras...
Afrouxam se me os sentidos...desmaios...
E na alteração do ritmo...me acho desinquieta.. sincopada...
E na confusão maligna desajeito me... coitada...
Por não me ter logo errante...aluada no espaço...

Estontei me em vertigens...contos malfadados...
E ninguém se apercebe quando... a outro... desconcerta e maltrata...
E por isso...em ventos de loucura me honero na verdade...
Porque esta... na sentença dada...
Não é a minha terra...o meu pedaço...
É antes o prelúdio de outros cantares
De outras missas... em outros altares...

No vosso convívio me entrego assídua... serena convidada...
Menina tranquila... em ânsias de me ver cuidada...
E se por um acaso me vires abstracta...
É porque ainda não sei bem obrar...

Obrigam me o céu e as estrelas a namorar...
Atraiem me os cometas e a estrela polar
E em caminhos celestes me ponho logo a voletar...

Doida... a menina que não se sabe apimentar...
Em caminhos estreitos...nas sombras a conjurar...

Sou pássaro...doce composição...
Enredo me nos ares ... nas cores a me temperar...
E depois é assim... na verdade vos digo...
Nunca estou cá por baixo...

O meu corpo é um... aqui sentado...
Mas os meus olhos ... andam a passear
Por cantos e esquinas... sempre a procurar...

E quando estou...
Quando julgam que estou!...
Já fugi para o outro lado!...

Ai!.. a menina linda... que se passeia ... que se passeia por aqui...por ali...por todo o lado...

Viram a menina?..onde está?...onde está?...

Sunday, September 14, 2008

Não sei o que fazer!..
Não sei para onde olhar!..
O melhor mesmo... é ter me assim...
Quieta e pequena ...
Nada mais querer...
Nada mais ambicionar...
Porque quem muito obra e pouco pensa
Um dia se há de derrubar...

É na obra humilde... no corpo danificado...
Que se eleva a alma ... em entrega celestial

Thursday, September 11, 2008

Dizem que não há nada
Para lá do vazio... da vida no fim...
Mas eu vos asseguro
Que tudo está no princípio do término...
E que a vida não acaba aqui...

Enluei me vezes sem conta em espaços infindos
Em luxos e rodeios ... que os não há por aqui...
E na certa vos digo... pois assim...
Que isto é um deserto
E lá...um jardim!..
Associo me ao cortejo das fadas
Ás meninas lindas...
E no céu acena me o Senhor ... Esplêndido...a sorrir...
É a bondade... a ternura que desfila...
Do Olímpio... a correr ... vinda...
E nos horizointes acentuam se contornos... perfis...
São aves abrindo as suas asas
E que me tornam feliz...
Ah!vede me! olhai me! levei me convosco
Colgadinha...aliviada em vossos peitos febris...

Ouvi me a voz pequenina!
Escutai o fervor do meu desejo!
Porque é no meio de vós
Que me quero entreter assim...

Arpejando o espaço ...com braços de Anjo...
Delineando me nos horizontes...
Banhando me nas ondas desse mar sem fim...
Desnorteando me ...sana..
Atleta vituriosa!... persignando me...
Afiançando me no vosso glorioso destino !..
E no tanto que cabe em mim...

Penetencio me Senhor...
Dos meus delitos e penas!
Prenunciai me... no encalce dos Anjos...
Nos rastos incadescentes de seus mistérios!..
E publica me na benção dos felizes ...
Que um dia... hão de tornar para ti ...

Lá vai a procissão celestial
No batizo das boas gentes ...daqui!..


Oh Senhor!
Tornai a vossa face para mim!...

Wednesday, September 10, 2008

Fala se...pensa se demais!
O muito é revirado...invertido...contrário...

E no entanto...
É no silencio dos céus...
Na prosperidade da terra
No rejuvenescimento dos astros
Que tudo se resolve e se acha!

O melhor mesmo... é não dizer nada...
Só ver... observar amiúde
E não alvitrar coisa alguma
Haver se contido... na vez de se haver galhardo...

Ter no íntimo a sua verdade...
E alcançar no outro a esperança sonhada...
E em si...ter se no percurso... dignificado...
E depois...um dia...alhear se do mundo e partir ... arrebatado...

Porque na excessa reflexão se perde o rasto...
No exímio pensamento se alargam os passos...
E na confusão...na multiplicidade...
Se tem a gente confusa e atrapalhada...

Tudo está perto...mesmo ao lado...
Não há que fugir para longe
Não há que ir para outro lugar...

Há muito que O Altíssimo semeou Pousada...
No peito estreito do homem que nasce sem nada...

Ouçam me amigos...um segredo adivinhado!

Só há que ouvir a parávora ágil que soa baixa...
Que espreita e se dilata...
Os ditos celestes... que nunca caducaram...
A doçura refinada dos verbos distintos
Que enobrecem e enfadam...
Isto tudo em vós...
Sem a gente dar quase por nada...

E é no silêncio das auroras avermelhadas...
Nos prestígios mágicos das gentes que falam baixo
Que se encontram os génios e os magos...
Os músicos e as fadas...

Andam sós...
Caminham calados...
E dão se a espreitar...
Em arrebatamentos calorados...

Até lá...
Não se fale alto!
Não se grite!
Ninguém diga ou peça nada!
Porque o todo está aqui...já!...deste lado...

Não há que espremer o tempo
Não há que lhe dar pancadas!..

Sabei uma coisa!...
Está tudo aqui!..
Pertinho do mundo que não se acha...

E perde se sempre a gente... em buscas aventuradas!...

Que tudo se faça!
Nos alinhavos estreitos dos caminhos!..
Nas corolas alegres das flores
Que floreiam para vós...sem nunca pedir nada!..
Almejo os malmequeres...pételas de sol...no teu raiar...
Entregam se genuínos... em suspiros súbitos
Na dormência benigna de meu despertar...
Viajo me neles a estontear...
Em sentidos atentos me dou a mirar...

Atenta te amor... em comigo velejares...
Nos cumes arredondados do amor a se entregar...
Esconde te amor... no albergue celeste de minha alma...
Nos olhos meus... desaconchegados de teu olhar...
Na palma da mão minha... antiga...
Leste... a te abrigares...

No tempo que em mim se aventou
Foram muitas as temporadas...
Foram muitos os dias e as noites
Que te abrangi eu... em meu penar...

Porque deambulavas solto...
Assim...sem me imaginares...
Acudias te leve... noutras a bailar...
Sem nunca me veres...sem nunca me olhares...
Mas agora ... amor...nesta hora última
Encosta te... assevera te em faguices...
Diluído no enternecimento do meu vagar...

Vem a chuva...rebenta o trovar...
E nos dias fluidos...
Se vão as almas... na terra a brotar...
Abonança te amor...em meu apascentar...

São beijos...carinho...
Que te quero dar!


E assim enterneciam se os dois...já velhinhos...
Nos últimos tempos por cá a passar...

Monday, September 08, 2008

Ouvide amor... a hora que passa...
O sereno a vir por dentro de mim...
E em silencios compassados...em delongas inspiradas
Adivinha ...amor ... a ambição forte a descobrir se...assim...

Numa alcova
Se apressam já... anseios dilatados...
Ideias ... idílios esperançosos...
De te ter juntinho a mim deitado...

Ouvide... no eco da minha destreza
Este ardor...este gomo açucarado...
Palavras mansas ... deleitadas...
E de dentro da boca...
Despegam se já beijos... em abraços...

Caminha leve... amor...nesta coluna de ar!!!...

Friday, September 05, 2008

Ouvides amigos...
Ouvides o mesmo... o que há muito...
Treina em mim...sereno...?

Uma voz que se deleita e me sorri
Caminhos que se abrem só para mim...
Cantatas egrégias...
Palestras...serafims...

Ah!se me podésseis encontrar
Se me podésseis ver...
Vereéis como sou pequena...
Porque é neste tanto...
Que me tenho pronta a crescer...
As minhas palavras não são em vós...as mesmas...
O meu canto desacorda se ...
Desvanece se bastante... nas vezes...

Abasteço me em compassos ...
Presencio me no silêncio...
E na ausência da imagem...
Na vontade... me adereço...

Diligencio me por vezes nobre...princesa...

Ah! na verdade vos confirmo...

Não me posso ainda...sincera... em vós erguer!!!..
Escutem!
Um dia vou mergulhar no mistério
Na desvenda sincera...
Na palavra correcta...

Até lá me vou imaginando...
Me vou recontando...
Me vou dançando...
Até lá... me vou agitando...
Me vou folgando...

Dolorosa dúvida!

Me vou aos poucos aloucando....
A loucura chegou...límpida...cristalina...
E na substância cálida do fresco ânimo
Soletrei me devagar sonando me feliz...

Ah!apeguei me á devastidão que sombreava em mim...
E no eco mais alongado de um doloroso e arqueado suspiro...
Chegaram lentas as vozinhas que me haviam de conduzir...
Que me haveriam de largar...volitante ...ágil e disciplinada
Em lugar pretendido a minha alma aprazível...

Alouquei me sem me despedir...
Larguei me a cantar no olímpio e recatado paraíso...
Acordaram se me os sentidos...
Recordaram se me as vistas...os perfis...
E em chão tapeado de frescuras... enleando se em mim...
Aliviei me ... sentida... das loucuras... já na terra diluídas...

Ah! que me estou indo...assim...num gemido engalonado
Num ramo perfumado .... numa luz aumentada...
No lábio enamorado de um cometa apressado...

Ah!...vede... a pobre dama em seu jardim...

No tanto me vi...enlutada e triste...
Em desmanchos desairosos da sorte me perdi...

Nas vendas que em meus olhos senti...
Nas loucuras norteadas e infelizes...
Em tudo me revi...
Ah!louca...perdida... a menina...
Ah!desvairo insensato e ruim...
Confusão agreste e bravia..
Fantasias confessas...

No meio do tudo sobrevivi...
No tanto me rendi...

Venham lá essas pérolas...
Esse silêncio que nunca senti...
Essa calmaria abonançada
Esse batismo solene
Essa dormência gentil...

Amanheçam os justo!...
Que me estou ... já ... aqui...

Wednesday, September 03, 2008

Não me olhem!
Não me macem!
Ah!o felizardo!
Condecoraram no com o nada...
O...de amiúde pacotagem
O das coisinhas apoucadas...

E ele regozija se... já...
Tudo lhe serve
Tudo se encaixa...

O resto dos outros
Se tem nele...logo anunciado...
E há lugar para o riso
Lugar para o 'obrigado'!...


Feliz... aquele que não pede nada...
Contente...aquele que depressa se saceia e se acha ...
Loguinho...todo enfeitado...


Até porque aqui...
Tudo ou quase tudo presta pouco ...
Ou... quase nada...
Amor...não me olhes...deleitoso...
Como se eu fosse o teu manjar...
Não carregues as minhas ancas
Como se eu fosse no teu caminhar...
E no ajuste correcto de teu parlar...
Não te enchas dos meus lábios ...
Que te deixo logo de beijar...
E se por um qualquer acaso...
As nossas vistas se cruzarem ...
É o sinal correcto para
No céu...um dia me encontrares...

Até lá amor...é preciso pacientar!...
Tudo recomeça...hoje...
Tenho me expectante...
Mas eu adivinho me em largo alcance
Na estrada empedrada que me quer magoar...
Ah!!convénios...ajustes escaldantes...
Dinastias teimosas que há muito se alojam
Habitam em mim e me aleijam...
Magma peganhento...aglutinante...
Escoando no todo... onda severa... embaraço gravoso...
É...acreditem... uma alucinação provocadora e irritante
Que se vai aos poucos espalhando....
Sem jeito...tibuteando... desafinado e discordante...
Devastanto almas boas...tirando o apego a outras...

A obra minha é torná la adormecida... mansa ...
E nos contornos raivosos da fera plantar romãs...
E no resvalo de sua corrida... distraí lo com anjos
E nas colinas repelentes de seu peito
Semear manjericos e papoilas
Para que ele se inibrie com o cheiro...
E neste entorpecimente deleitoso
Me vou a laburar e mamar na tétis da fera
Que se há de amansar em mim...

Venha então essa ordem toda de ideias
Acomodar se também em ti
Porque nada de mal nos vai acontecer...

Plantei rosas...rosmaninho e alecrim
Nessa boca caudalosa... bocado torpe de tempo
Que teima sempre em se prostrar assim...
Desenvergonhado e astuto... rosnando para mim...
Amofinando me ... eu que até sou gentil e meiga para si...
Sempre...como se nada de bom se destinasse a mim...
Ah!Ah! isso é que era bom...
Eu já me acautelei...
Quando ele se achegar... furioso e manho...
Lançar lhe ei os meus cheiros...os meus frutos doces
Que ele mandibulará devagar... distraindo se assim...
Assim...durante muito tempo...
Sem sequer nalgum instante olhar para mim...

Alcancem me amigos!!!
E façam também assim!!!

Compreendam lá...
Não me poderei nunca moldar
A uma rude mancha...

No máximo...
Posso lhe dar os meus canteiros a cheirar...

O resto...fica tudo para mim...