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Friday, August 11, 2006

Fora no silêncio da vida
Que se acatara a amizade
Pois que de outros mundos se conheciam
Em outros tempos se amaram...
E no deslize cauteloso do encontro
Puseram se num frenesim
Chamando a si lembranças
Lutas a que puseram fim...
E num tamanho airoso de abraços
Se enlaçaram os amantes
Por entre frestas e buracos
De mãos dadas...caminhando...
Fora no silêncio da vida
Que se acatara a amizade
Pois que de outros mundos se conheciam
Em outros tempos se amaram...
E no deslize cauteloso do encontro
Puseram se num frenesim
Chamando a si lembranças
Lutas a que puseram fim...
E num tamanho airoso de abraços
Se enlaçaram os amantes
Por entre frestas e buracos
De mãos dadas...caminhando...

E por cada nascimento e por cada vida se reencontravam os amantes...
Acordo...
Descanso...
Pernoito...
Amanheço...
Sempre sempre e sempre
No apótomo doloroso de um ensaio...
Deu pontapés...afugentando
O que lhe estava a ser acometido
E na bravura da sua vontade
Deixara em si entrar
Golfadas de ameaças
Coisas más que a assaltavam
E numa reza sem fim
Apelou aos deuses longínquos
Que a viessem salvar..

Não podia a menina andar distraída... pois na candura da sua passada demónios a visitavam...
É sempre assim...
Sou a guerreira do amor...
Gosto de me estender
Na sombra da tua alma
Mirando o que por ti passa
Pois que no ar voam fadinhas
E dançam... míriadas de Deusas
Acenando me com a mão
Chamando me para seu lado
Mas eu fico pois que é em ti
Que mora a chama do meu coração
E na noite que esconde os meus olhos
Vejo te langue...devagar...
Junto a mim te deitares...
Que destino auspicioso este...
Que graça benfazeja esta
De te ter encontrado...
E poder viajar por entre
As brumas mornas das tuas colinas
Que me ofereceste para pernoitar
E na notabilidade graciosa
Que tenho de te amar
Estendo te os braços
Para em mim puderes ficar...

Sou a guerreira do amor...
Moro num gomo da lua
E só alguns me podem espreitar...
Sou a guerreira alada
Plantando mangais nas serranias
Os meus braços são espigas compridas
A que os meninos se agarram
Quando me vêm visitar...

E é com ela... que as meninas falam quando estão aflitas...
Ia lhe a trovoada no pensamento
E na cinta do seu achado
Apertavam lhe dolorosos os desejos
Que para ali alguém mandara...
Sorriu num ápice insinuoso
E largou...rasgando...dolorosa...
O coração ancorado...

Viria mais tarde buscá lo...no sossego da maré...

Thursday, August 10, 2006

Na beira de uma lágrima
Sorveu lhe a menina
Os reflexos doirados
Com que se entretera
Pois que nele...
Já há algum tempo morava...
Na beira de um sorriso
Se lojara a menina
Pois que dele se nutria
Esticando se meiga
Abrindo os olhos serenos...
Num bocejo de saudades
Enfiara se a menina
Pois nele partia em viagem
Rebolando fresca...
Abrindo braços...
Sulcando arenas...

E foi assim que ela lhe alcançou a pisada...sempre serena...

Wednesday, August 09, 2006

Recebi te amor
Nos meus braços quentes
Pensando que a ternura que te tinha
Consentiria em ficar
No tempo escasso que tínhamos...
Acolhi te... largo...
No corpo farto das águas frescas
Onde te vinhas refrescar
E na fronde macia dos teus cabelos
Em ti leve me saciava...
E na frescura de uma sombra caprichosa
Provei te os aromas contidos...
Ficou te bem o nome á coisa
Que alta e respeitosa te é a morada
Que eu a ti... só podia dar
O passeio fresco de meus lábios...
E sem remorso algum um dia
Por entre rumores desconcertadas
Veio o fogo descontido
Que em ti me secou o rasto...
Mas as nuvens que te olham do céu
Passeam na eternidade
E se a mim me roubaram o sítio
Para lá assentei a navegar
Olhando te cautelosa
Para não tropeçar...

E assim confiou baixinho em tom de segredo a menina que por cima das nossas cabeças anda a bailar...
Recebi te amor
Nos meus braços quentes
Pensando que a ternura que te tinha
Consentiria em ficar
No tempo escasso que tínhamos...
Acolhi te ...tão largo
Nos meus ombros estreitos
Como desvala o fresco rio
Pela montanha ensoleirada
E na frescura de uma sombra caprichosa
Provei te os aromas contidos...
Ficou te bem o nome á coisa
Que alta e respeitosa te é a morada
Que eu a ti te tinha a dar
O passeio fresco de meus lábios...
E sem remorso algum um dia
Por entre rumores desconcertadas
Veio o fogo descontido
Que em ti secou me o rasto...
Mas as nuvens que te olham do céu
Passeam na eternidade
E se a mim me roubaram o sítio
Para lá assentei a navegar
Olhando te cautelosa
Para em ti não tropeçar...

E assim resvalou baixinho em tom de segredo a menina que por cima das nossas cabeças anda a bailar...
Foi se lhe o olhar
Por entre ravinas estreitas de melaço
E soube antever de soslaio
O brilho que lhe ia devagar
Descendo por rampas lisas
Como se... se mergulhasse sólida
Por entre viagens e sonhos
Há muito erguidos e abandonados...
Foi se lhe o desejo
Por entre a boca seca e parada
Na vista fugosa do seu enlaço
E na viagem ampla do seu pensamento
Derrubou paredes que a incomodavam...
Encheu se lhe a boca de desejos
Cobriu se lhe o corpo de amarras
Ficou parada...prisioneira
No visita súbita
Daquele que a tomara...
E queimou lhe o sangue na cara
Tremeram lhe as pernas num fervor
Num tudo que requeria cuidado...
E tornou pois a donzela
A ajeitar o sonho
Para lá da verdade...
E num arremesso estrondoso
Deitou se a menina á procura de um facho ...
Que este seria o dia da anunciação
Desvendo da mentira e do disfarce...
Alumiou lhe pois a razão
Que nada ouviu nada descobriu
E assim voltou a si a menina
Depois de um sono de uma vida...

Ela...em quem queriam estudar
A alma e os segredos do além...
Ela que fora tenra e crescera pequenina
E a quem juraram promessas de bem...
Alumiara se bem a donzela
Com a luz que lhe trouxera alguém
Do fundo de um sonho estrondoso
Que lhe pusera brandura no sangue
Que lhe atiçara a vontade
De se soltar sózinho
Correndo... só...achando se...
Nas covas fundas da vida
Nos amaranhados da excitação...
Mas agora teria por si
A coragem a ousadia a esperança
Morando de novo no seu coração...
Foi se lhe o olhar
Por entre ravinas estreitas de melaço
E soube antever de soslaio
O brilho que lhe ia devagar
Descendo por rampas lisas
Como se se mergulhasse sólida
Por entre viagens e sonhos
Há muito abandonadas e erguidos
Foi se lhe o desejo
Por entre a boca seca e parada
Na vista fugosa do seu enlaço
E na viagem ampla do seu pensamento
Derrubou paredes que a incomodavam...
Encheu se lhe a boca de desejos
Cobriu se lhe o corpo de amarras
Ficou parada...prisioneira
No vista súbita
Daquele que a tomara...
E queimou lhe o sangue na cara
Tremeram lhe as pernas num fervor
Palpitaram lhe na cabeça
Palavras loucas... partidas...
Há muito uivadas...sacudidas...
E na insensatez do brilho honroso de um dia
Afastou devagar a menina de si
A uva amarga
Que um dia engulira...











E por

Monday, August 07, 2006

Os meus olhos seguiram os teus
Num desmancho de curiosidade...
A minha voz seguiu a tua
Num eco rouco de vontade
Os meus passos
Arrastaram os teus
A minha mão prendeu a tua
Num suspiro aberto... adocicado...
As palavras rolaram frescas
Pelo mundo abaixo
Subiram aladas...
Laços farfalhudos...
Por cima das gentes cansadas
E por dentro dos peitos cansados
Nasceram rosas
Cheirando a alvorada...

E assim findava se a senhora falando ao seu coração...
E por isto...só por isto aprazera se a senhora em se ter enamorado...
Passaram os anos
Deslizou serena... a vida ...
Fugiram para longe os risos
Aflitos de emoção
Apagaram se os amores
Chegaram as amarras
Prendendo lhe as mãos...
E no rebuliço da aflição
Remoem se castigos...as penas...
Procura se solução...
Tudo rebolou
Por dentro de uma alcofa gasta
Remendada de algodão...
Quer teimar com a vida
Quer vencer aquilo que dói
Quer encontrar sentido
Para o que não tem explicação...
Quer encontrar caminhos
Para longe da tribulação...
E na turbulência das suas memórias
Encontra vistas ondolantes
Coisas redondas... boas...
Que nunca vira...
Agarra se ás muralhas da vida
Que lhe sopram ventos
Vindos das altas montanhas
Por onde pernoitara
Por onde se perdera
Por onde se engasgara...
Murmurou baixinho
Promessas que não cumprira
Coisas perdidas e que não achara...
Ah!se tivesse tido asas de condor
Bico de águia... olho felino
Ter se ia aberto...
Ter se ia achado...
Teria olhado a presa de cima
Calculado...
Agora quimérias...
Desligadas da realidade...
Tudo tem o seu tempo
Bate o coração...
E bate... e bate...
Sem se dar por nada...
Que aflição...

Friday, August 04, 2006

Olha amor...
São grandes os olhos que te comtemplam
Como se de uma coisa divina se tratasse...
Olha bem... o amor que te tenho
Neste vazio imenso que nos invade...
Olha amor as tréguas que te lanço
Dentro deste mar que nos abrasa...
E se duvidares da pureza
Da luz que te envolve
Olha para as estrelas
Que para aqui me mandaram...
Olha para o céu sem pudor
Pois ...que os teus olhos se alevantem
E sigam o rasto dos meus
Que para aqui vieram para te guiarem
Não tenhais medo a meu lado amor
Que a força com que me moldaram
Está na firmeza do meu enlace
Destas mãos que te agarram...
Olha para mim meu amor
E viaja a meu lado...
E se porventura
Não alcançares a luz dos meus
Segue o trilho ágil das minhas pisadas
O cheiro untuoso do meu firmar
A luz encadescente que ofusca a meu lado
E se esse todo não notares
Chama por mim em noite de luar...
E se comigo caminhares
Mostrar te ei laranjas do paraíso
Doces redondads e vermelhas
Como as que trago em mim...
Para neste todo te enibriares
Se o amor em ti se pronunciar
E se em mim couber...
O coração que me erguer...
Vem vem a mim te achegar...