páginas brancas

Wednesday, October 29, 2008

A minha aldeia tem uma igreja ...
A minha terra reza a Nosso Senhor ...
E nas casas pequeninas onde se acendem lareiras
As almas boas oram á Virgem e ao Nosso Bemfeitor...
A Mansão do burgo é dourada...
É pintada do suor do povo que nela se aliviou
Que a ergueu por decima de seus ombros cansados
E a ofereceu aos céus azuis...á coroa do Criador...
E nas torres que se erguem no alto
Redobram sinos...cânticos de louvor...
Ai...no meu cantinho sereno
No meu pedaço de paraíso
Eleva se numa encosta agreste
Um pedaço de pedra que aprendeu a sorrir ...
Cantam Lhe cá de baixo orações honestas
Cantatas refulgentas...distintas em ardores
E em honras sublimem o Seu nome...

E os homens e as mulheres deste chão baixo
Sempre a lamentarem - se e em grandes dores
Não vislumbram nunca nas cores que clareiam neles
O favorecimento incansável do abraço do Patrono...
Ah!essa plebe que não se conforta no resguardo do Amor...
Na oferta gratúita do sol e das chuvas nas suas terras de lavoura ...

A abóbada celeste da minha terra não tem fim
Não me posso calcular nela... tâo pequenina assim...
E falando baixo com as estrelas que sorriem
É no silencio primoroso das minhas preces
Num recanto virtuoso do um chão frio
Que me ajoelho e ferverosa rezo a Nosso amado Protector ...
E as palavras valorosas...as oferendas sagradas vão se aligeirando
No silêncio alvo dos devotos que todos os dias O nomeiam...
Aquele que por aqui... e em esplendores acesos fiscaliza e vai amainando
Os íntimos doentes que por ele ainda não clamam...
E em bondades e rectificações no coração dos homens se vai fixando...
E tudo isto...sem nunca Se dar a espreitar
Sem nunca Se dar a conhecer em suas vestes amplas...
Nos rasgos dos olhos dos simples... prosperando nos Seus encantos...

AH!que casa linda é a do meu patrono!..
Regadinha de benções cheirando a rosas e a jasmim...
A cravos vermelhos recheados de beijos...
E adejam as andorinhas ansiosas em Seu reino
Para nos beirais dos telheiros fazerem os seus ninhos...
Livres...nos céus... batendo as asinhas... soletrando bizarrias...
São recados poderosos para as gentes pequeninas...
Porque os pássaros são os Anjos que o Grande nos manda
Para Se esclarecer devagarinho aos nossos ouvidos...pois é Ele que manda...
E nos mistérios das noites...em silêncios imaculados e distintos
Se põe todos... no descanso do dia... a recordar as céleres adivinhas...
E é num sono lavado e fresquinho
Que se abre devagar um Olho oculto em altos vôos ... enternecido...

A casa grande da minha alma enterra-se firme numa polpa macia...
Bordejada de árvores... flores...aromas apetecíveis...
E se num alento piedoso...na dádiva de um sereno dia
A nossa dor para lá levar os nossos passos perdidos...
E se na nossa aflição se levantarem ávidos os nossos braços estendidos
É em frecuras...e no regalo de seus olhos que nos aliviamos... sinceros e benignos
Das penas e pecados... há muitos e por muitos tempos cometidos...

A Casa que arrebata as nossas vistas tem duas torres redondas
São ums peitos firmes e brancos... da cor do leite que as mães dão
Na entrega sincera aos seus bebés amados...
E aqueles sinos que redobram as horas sonantes das nossas vidas
É o chamado breve e querido que há de ser nosso um dia...
Cerca na um bosque doirado onde vivem anões mágicos
Homens obreiros e mulheres activas que nos nossos sonos
Se apressam a arrumar a casa luzidia ...
E crescem nos muros empedrados... rosas e alecrims...
E no altar do Santo se dá a cheirar ao rico...ao pobre e ao mendigo
Um não sei quê de purezas que os atraiem todos ali...
É uma beleza... esta casa do Filho e da Mãe queridos...
Erguida na fatia de céu onde me vivo por aqui...
Cantam - se madrigais...motetes nas missas...
Ouve - se o Santo Padre a pedir pelos necessitados...pelos infelizes
E é num idílio recontado por dentro dos tempos perdidos
Que se confirmam esperanças...que se aliviam feridas...
E nas palavras enfeitadas de estrelinhas
Se rezam preces... alinham - se verdades...
Escondem - se mentiras...
Ai...e aqueles cheirinhos a incenso e mirra vindos do Oriente...
Aninharam - se solenes... no altar em ton baixinho...
São as vozes dos Reis nas páginas da vida...
E sorriem... a se entregarem na pureza da linhagem perdida...
E chegam os novos de passo le breve com um pé dentro do enigma
Com o coração prestes a se entregar á palavra divina
Traçam árduamente as estradas pelo alto acima...
E no peito alegram - se em risos...em contos de adivinha...
Porque desconhecem o segredo... a miragem vivida...
E em esperanças lustram a egrégia confiança
De se terem todos na alma confortados e amigos...
Cantam alto para no céu se ouvirem os salmos antigos
Proeminentes cânticos louvando o Grande Amigo
E nunca estremecem... e se aprumam agarridos
Nas preces que vão encomendando ao Redentor deífico...

E de longe chegam vagarosos os velhos e as senhoras finas...
Enxailadas de rendas e mantos para se aquecerem na casa asseada e fina ...
Mas no íntimo...nos seios frios... estremecem no terror da traição e das mentiras
Há muito contestadas... há muito cometidas ...
E em remorsos acesos se desejam ver redimidas...
Chegam - se mansas e a sorrirem aconchegadas
Na ideia fixa do salvamento prometido...
E em promessas dilatadas... numa absolvição estabelecida e segura
Transformam- se esplenderosas... arrebatadas...rendidas...
E depois acodem os humildes...os resignadas... os brandos...os desconhecidos...
Pedem pelo sol pela chuva que lhes hão de dar o pão da vida
Avançam descalços...enobrecidos...
Oferecem as mãos... a carne magra e adormecida...
As dores ... hóspedes... no dia á dia...
E aproximam - se os viandantes...os peregrinos...
Encaminham - se dobrados e rendidos
Estendendo - se em lutos hostís
Poisam os seus sofrimentos na bancada fria
E olham resignados a luz clara e fria...

Amores...amores da minha vida...

Ninguém dá por eles nesta pirâmide altíssima...
Olham de lado com olhos aflitivos
Estudam amiúde os trajes finos...
E perdem - se em ideias e desejos de se terem assim um dia...

Olhem os meus amores...os meus homens partidos...

Cheiram a lutas... a batalhas perdidas...
Já se malograram em estradas...em campos baldios
Roubaram ligeiros...a ração do dia...
E em persiguições cansadas... em corridas esbaforidas
Esconderam - se em poços... em buracos da vida...
E olham desconfiados a roda vizinha ...
Calçam sapatos largos onde escorre o frio
Sorriem com dentes esburacados exalando agonias
E ninguém pára... e ninguém se arrepia...

Choram os meus amores... as sementes aflitas...

E entra a luz bondosa pela janela grande e erguida
E na cabeça do pobre estende - se uma manta...uma Mão condoída...
Ninguém repara ... ninguem diz...
É o hálito do Senhor aconchegando o vadio
Arrebatando - o logo para o seu rebanho...
No escuro da noite...na clareza do dia...
E canta o cura na miséria estendida
Gratificando...indiminizando... e diz...
Conta coisas de outros tempos
Alinhava contos e magias
Mas quem tem escassez não alcança a intriga...
E os homens de bem...esta gente ferida
Ergue a face pálida... os lábios...sempre a pedir...

Os meus amores...a forte espiga...

Levam a noite a pensar naquilo que hão de vestir
Que nesta Casa se queriam alindados e limpos
Mas o que eles não sabem...e o que nunca ninguém lhes disse
É que é no coração deles que Deus habita...
Que Ele não se deslumbra na vaidade
Mas progride no íntimo dos puros...dos oprimidos...
Na ingenuidade...na credulidade ofendida...
Nos pensamentos rectos despidos de ufania...
E quando se lhes estende a cesta vazia no intermeio da missa
Quando se lhes é pedido o sacrifício em honra da imagem esculpida
Sabem de ante mão que têm os bolsos vazios...
Cogitam...falam baixinho...
Ajuízam - se pequenos no meio do cismo
Porque os olhos dos ricos deslizam... negros...
Por decima das suas fadigas...
E nas noites enlutadas...nas tardes arrefecidas
Achegam - se calados e tranquilos á brasa quente do lume que instiga...
E de dentro das camisas frias
Ouve - se lhes os corações agradecidos do trabalho...na canseira vivida
A terra lavrada...as colheitas míseras...
E Deus deita - se em seus regaços beijando - lhes as mãos feridas...
E depois de orarem erguem - se mais aliviados...desoprimidos...
E é esta a raça da gente que põe o pão na mesa dos ricos...

Os meus amores...os meus amigos...

A meu Santuário é o meu abrigo...
Afirmo me nele pura no sentido...
Baixo a cabeça e não me afirmo nem grande... nem pequenina...
Sou do tamanho... da cor... que Ele quer e me tive prometida...
E na largueza de meu sentido ajeito me nele erguida...
São tão bons os passeios nos braços do Senhor...
Leves...ténues... na ilustração enobrecida...
Negou o Tolo aos homens e ás mulheres apoucados no tino
O sincero entendimento da palavra divina...
Mas no trilho maduro dos passos ofendidos
Caíem...soltam se estrelinhas...
Benções pródigas Daquele que tudo adivinha...
No rebanho do Amo todos se alinham...
Do mais alto ao mais pequenino
Do mais pobre ao mais guarnecido...
O rejeitado...o aleijado... o detido...
E no alastramento da compaixão sentida
No martírio doloroso das penas retidas
Acolhe o Senhor no Seu peito dulcífico
Os corpos atorcidados... malignos...
Todos se recolhem de súbito na misericórdia divina...

Os meus amores...a dor infinita...

E são estes os pagens do Amigo
A multidão que se ajunta aqui aos domingos...
Mas também os há que aparecem soltos na roda das idas
E os que fogem sem nada pedirem...
E também os que em seus sentidos ainda O não descobriram
Sempre enleados em debates internos...
E em hesitações redobradas e aflitivas...
E que na espera débil da Sua vinda
Se prodigalizam em esperanças e nobrezas de um dia
Num pedaço azul de céu se poderem prostrar
Em confissões e esperanças concluídas...
Ai!...e que dizer dos pobres de espíritos...
Dos que na sua perfeição ainda se acham imerecidos...
Os que na obsolvição dos homens ainda rastejam perdidos...
E todas as criancinhas e todos os animaizinhos
Que no entendimento ainda não foram esclarecidos?
O Eterno é bom e reza por nós todos lá de cima...
E no âmago dos recompensados ergue - se no altar...
Alindam no nos lares coroado de flores... o Enternecido...
Mas os perfumes e as almíscaras maiores estão escondidas
Num recanto da mão que dá e não tira...
No sorriso abonado confiante e que não instiga
No solene enfitrião que se ergue Neles...macio...
Nos lábios que beijam e não mortificam
No abraço que enternece e não penetencia
Nos passos silenciosos que O carregam no peito
E com ele adormecem em alegrias...
É assim a jornada benéfica do irmão que acredita...

Os homens de sorte... os estabelecidos...

Vi homens ajoalhados...crianças em preces... arfando...
De olhos fechados voejando...acenando com o corpo...confiantes...
E nos olhos cerrados descortinei uma claridade vivente...
Porque é no silêncio... no branco casto sossego da oração vivificante
Que se eleva o Virtuoso...
O Inocente que nos chegou um dia milagrosamente do Oriente...

Casa linda... a mansão do pensamento...
Ordenação severa dos contos memoráveis do Grande Livro...Assento...
Viajo - me em tempos recentes no encalce do Estulto...em entendimentos...
E na viagem intemporal de meus acentos
Nos repousos vivificantes de meu talento
Activo - me... ágil... permanente...na busca minuciosa de Sua presença

Nos domingos rodeiam - No as crianças vaidosas e elegantes
Em fatos claros cheirando a dinheiro...
Trazem na cabeça penteados lisos... perfumes ricos...
Mas... se se observar bem... é nos cabelos dos pobres...
Que se adensa uma curva de sol...uma claridadezinha
Penteando as madeixas sebosos... besuntados e lisos...
Chama - os o Grande a Si numa onda apetitosa...
Riem fartos os meninos de corpo amplo...
Ostentando jóias oferecidas e dadas
Calam - se humildes... as crianças tristes e desanimadas...
Mas todos se chegam com um propósito íntimo no peito
Um desejo febril que até estontece...
Vão se ajoelhando na benzedura estimulada do desejo aprimorado...
Pedem prendinhas... bonecos carros e combóis
Pedem patins bicicletas e goluseimas...
Mas os colegas amiúdados persignam se numa demanda desajustada
De se terem todos reunidos a uma mesa recheada e farta ...
Oh!e que os irmãos e os pais regressem rápido
Das longínquuas frentes de batalha...
Dos campos agrestes do semeio...
Aprimoseiam - se na demanda das tréguas desta vida que não lhes é fácil...
E é á mesa do Senhor...no Altar do Progenitor
Que muitos se perdem em desejos e lembranças
Sem se terem esmiuçado em análises e dissecações acertadas
Mesmo de fronte das vistas carenciadas dos irmãos abandonados...
E eu então vos digo que tão grande é o pequerrucho
No seu traje diminuto e apoucado ...
E tão pequeno o afidalgado que vive na abastância do trato...

Mas eu...eu calo me...
Mas eu...eu não digo nada...
Porque os meus olhos por si... já falam...
Conversa - se me a alma... com a dos destemperados...
Abre - se me o peito para os descarnados...
E na miséria da vista aguçada
Miro os tolos...os inertos... todos emperdigados...

Venham amores...acorram para meu lado...

E quando me chega a precisão dos dados
Quande me assentam as ideias
Estala - se me no peito a horrenda verdade...
Agravo - me em acusações determinadas
De me não ter há muito...viajado para o outro lado...

Meus irmãos...meus filhos amados...


































Nestas terras que há muito estremeceram por nós
Nas honras a Nossa Senhora...
s

Friday, October 24, 2008

Ouvistes em sonhos amor... um meu trovar
Um avoamento distante a se aproximar...
Versos tremulentos...espantos versejantes
Articulações ardentes a te quererem pegar...

E nas sombras dos caminhos
Nos arvoredos a se espantarem...
Fugias adiante... distante... a não te deixares agarrar...
Não era a onça do mato... amor... a rondar
Não era o leão danoso a te querer abocanhar...
Era uma donzela singela em teu vestígio pr'a te abraçar...

E rugia o vento no teu engano ... a contestar...
E as flores do campo a se apressarem juntinhas...
A teus pés... por mim... a rezarem...
E soletravam no céu... os pássaros pequeninos
Letras miúdinhas... palavras agigantadas a te avisarem...
Esboços singelos do nome meu ... no ar por ti a clamar...

Dulcificou se em teu íntimo um bradido repentino a dissertar...
Um apelo saboroso na tua alma a brotar...
E foi se numa retracção súbita... a dúvida a mirrar se...

Juntaram se olhos sinceros...na afeição a se encontrarem...
Desejos antigos ... aos molhos a exalçarem se...
E no instante novo esclareceram se verdades
Louvaram se os amigos em ternuras... nos tempos a eternizar se...

Mas isto foi num sonho
Que se perpetua há muito na eternidade...

Mas há...eu sei que os há...
Eternos e imutáveis...nestes tempos que passam...
E que persistem a nos celebrarem...

Wednesday, October 22, 2008

Disseram me há tempos que tudo fora dito...
Disseram me há séculos que já tudo fora contado...
De facto vos confiro o testemunhado...
Atraiem se os homens em brigas danadas
Em rusgas e delitos ensaiados...
Abrigam se na lei os desordenados
E tudo...sempre numa contínua encenação
Em representações ... malabarismos perpetuados
Acusam se os vilões em gabinetes e tribunais
Viola se...mata se...
Avilta se a maldade...a desgraça...
E no sangue do homem escarra a maldicencia...o escárneo...
Eu sei...eu já vi...os progenitores a trocidarem os filhos
Os descendentes a maldizerem os pais...
Irmãos imprudentes...irmãs desajeitadas
Em lutas e grandes desvaires...
E depois... os povos irmãos a mutilarem se
As crianças a chorarem
E todos a verem...
Vejam...vejam só...
A tensão a aumentar...
E ninguém...ninguém a fazer nada!

Mas eu vos digo...
Tudo vai num dia se atenuar
Em desfalecimentos penosos e desapiedados...
Voláteis... e em cinzas a derramarem se...

Porque...só me posso viver na esperança...
E me ter segura...abastada nos meus pressupostos adiantes...
Vi em tempos adiantes...em sonhos apressados delirantes
As gentes dispostas em benções ternas e apetitosas a se abraçarem
As crianças em colos fofos e deleitosas a se amimarem
As mães e os filhos em confissões bonançosas...a se perdoarem
Os pais e as mães em abraços amorosos...a se amarem
Os velhos caminhando lento... pelas mãos dos jovens... a se ajudarem
Os doentes aliviando se das dores penosas...
E nos lábios carregando sorrisos leves... acenando...curados...
E depois...e depois todos caminhavam sobre rosas...
E do céu caía uma chuva miudinha...uvas cheirosas...
E apareceram Anjos dardejando as asas e descarregando pela terra
Muita luz...um sol imenso que aquecia ... manso...
Essa gente mansa a se deleitar...

Isto foi o que eu vi num sonho...numa noite ... num instante...

Caminhou até a mim um Anjo branco...
E na admoestação de meu requerimento
Ensinou me a esperançar...

Para mim...não há qualquer tipo de ambiguidade... no crédito de seu alcance...
Perfilei me ágil... no idílio terno de seu mandato ...

Desde então...
Caminho me solta...por ventos e mares...
Sempre atenta no seu encalce...
Me confirmando sempre no seu mandato...
Estremeço amor... sob um olhar de lua...
Enlaço me na curva redonda de uma face sua ...
E no enternecimento folgado de minha mão
Acaricio ... perfumada... a cabeleira nua...

Na verdade te digo em suspiros profundos
Que no corpo de minha mente habitas em doçuras...
E me achando proeminente... numa inclinação profusa
Me exalto em honras e distinções de me já ver tua...

Não me importa o vai e vem... o tempo desinquieto
A intermitência efêmera da tua instância pura...
Porque é no céu...nas estrelas...
Nas flores das serras prateadas
Que te vejo... e os olhos meus retêm...

Instigo me solitária...
Na mão terna do tempo que me detém...
E se por um acaso em mim adormeces
É em ti que me estreito...radiante...
Refúgio dilecto de minha afeição segura....

Não importa a delonga...a espera...

Vem amor...vem...

Monday, October 20, 2008

A alma da gente desliga se em pedaços
Quando se analisam os corpos a danificarem se ...
São olhos gulosos a derrubarem
Bocas e dentes aguçados prestes a trincarem...
E se o nosso juízo...alto não apregoar
O escandalo pronto a rebentar
A guerra prontinha e já a começar
Então seremos todos culposos
Todos seres enojados
Homens e mulheres desonradas...

Acautelem se todos a caminharem
Sempre no bom pedaço...
Num cachinho açucarado... auréolado...
Com as sementinhas estreladas
Nos canteiros dos céus abençoados...

Sunday, October 19, 2008

O que se escreve não é nada...
Um pedaço de tinta... em papel riscado...
A palavra sim... é abençoada...
Não precisa de rescunhos nem de alinhavos...
É cheia de vida... de ritmos acertados...
É o reflexo sereno... de quem se dita contente ou danado...
E depois... há aquela sonoridade que esclarece ou abafa
E no corpo... da gente a alma estremece ou se agacha...
E no desenvolvimento do apregoado se apegam as letras
Na alma da gente que se alivia e se dilata...
Estremeço aflita... diluiu me calada
Na profusão correcta ou inadequada da palavra

Conheçi as um dia... pesavam toneladas...
E nunca poderam ser rasgadas...
Ficaram me para o sempre no íntimo
Em soluços débeis... a trepidarem...

E o pior ... é que nunca ninguém as viu...
No meu peito magoada...
As crianças amimam me em círculos fechados
Assim...como se de uma barriga muito grande
Nos transportasse a todos numa valsa ágil...
Ah!é tão bom andar ás voltas e ser se frágil
Redescobrirmo nos em formas e alinhamentos desconcertados...

Teima a boa populaça em querer os meninos e meninas
Muito sossegadinhas em pedaços de chaõs muito arrumados
E depois não se inibem de as amargurar com reprimendas e estaladas

Vi...já vi há muito... meninos que queriam voar...
Meninas que saltitavam inibriadas...
Querendo num salto voarem com os pássaros...
Mas as mães... os pais e os avós também não percebem nada...
Amedrontam a pequenada com alaridos desnecessários
E não permitem a criançada se enobrecerem nos céus...estreladas...

Eu por mim...aos meus...deixei os por lá a se treinarem
Tive os limpos...nus...riscados...
Cheiravam a bombom e rebuçado
E em descidas vagarosas escorregavam
Num colo fofo e ensoleirado...

Já se foram com as estrelas para outros lugares...

É a vida assim...
Ou isto não é nada?
Querem me cortar a língua
Admoestar me a vontade...
Apregoa se por aí...
Que tudo já há muito foi dito...inventado...
Mas eu vos digo que isto não é assim...
Mesmo nada...nadinha de nada...
Que no íntimo da gente
Resplandescem pérolas...
Cores a desabrocharem...
Pois que nada está assente...determinado...
Olham me com desprezo e calculam me insensata...
Mas eu vos digo que na alma da gente...
Do dia para a noite tudo é renovado...

Nada está ainda dito...confirmado...
Atinge nos sempre a dúvida...
E há que estar atenta ao recado...

Nada me foi ainda dito...

Ando á procura.

E todos os dias acho um pedaço...
Verdejo me constante por caminhos ambíguos
Por onde não encontro ninguém
Sáo trilhos soltos por aí...saias rodadas...amplas
E no ventar alegre de suas falas mansas
Ouço me a chamarem me a juntar me á dança...
Mas me fico sózinha...falante
Em murmurios baixos e replicantes
Porque ninguém se atreve a se atentar comigo
Nestas visitas regenerantes...
Que tomam por embuscadas...
Fiz convites a doutos e magistrados
Mas no desprezilho da oferta me vi rejeitada
Fui ter com gente abastada...vi riquezas e faustos
Mas também me largaram ... aviltada...
Fui buscar os mansos...os ignorados...
Seguiram me alegres e em gordas risadas...
Provoquei neles a abastança há muito requisitada
E em chamas crepidantes os tive logo a meu lado...
Nos fomos caminhando pelos prados e flores escarlates
E nun súbito clarão fumejante os vi logo esperançados
Eram os meninos que á casa regressavam...
Pernoitámos por tempos e séculos...do outro lado...
Até que um dia fomos de novo chamados...
Mas alcançámo nos na terra com outras vistas...outros olhares
E na vez das vestes desprezíveis ostentávamos rendas...bordados...

Não no corpo da gente...
Mas aqui...dentro do alçapão
Onde há muito... nos tinham trancado!...

Saturday, October 18, 2008

Não te pesquises no outro...desconfiado...
Segreda em tua alma as virtudes exaltadas
E no momento adequado tem te firme e respeitável
No sossego e na mansidão de um escravo...
Sede breve na alucação e tende piedade...
Sede amplo na oferta sem nunca de outrém esperares
Sede cuidadoso no erguer da tual alma abonada
Nos desfiles das moçoilas prestes a te desposarem...
Age na simplicidade de um pássaro
Na apreciação cuidada da companheira apurada
E num soneto melodioso dá o passo
Para te logo enleares nela... deleitado...

Não arrelies a menina dotada...
A donzela afinada...
Tem na segura no teu regaço
E segreda lhe o que lhe ouvistes dizer...
Num poetar punjante...
Naquela noite em que a sonhavas...ignorante...
Toque se música nas madrugadas
Despertem se as almas abastadas
Nas tardes apaixonem se á larga
Dançando e cantando á descarada
E nas noites deitem se...assim...muito aconchegados!...
Vi ruas estreitas onde só um cabe...
Beco apertados onde não mora vizinhança
Buraco fundos onde tudo se escurece e ninguém se desbrava...

Isto foi me dito por um estranho... e eu fui averuguar
Era a terra imensa...toda...todinha povoada!...

Desassosseguei me logo com a toada!...
Vou me embora amor...
Estou na partida a medrar...
Tranquilizo me na saída
No rasto da antiguidade
Que se extinguiu resplandescente
E em verdades...
Me vou ensair em velúpias
Vou viajar...acautelada...
Vigilante na atalaia
Te vou esperando cantando
Um daqueles versos tão belos
Em que nos ensaiávamos...

Não há que desesperar nesta onda gigante
Neste trovão imenso que nos leva e traz
Por muitos e muitos anos
De volta a nossos braços...

Somos todos ums e outros
Com enfeites...disfarçados...
Terminam as festas ... corta se a risada...
Tudo regressa a suas casas
No fogão cozem sa as castanhas
No rádio ouve se o fado
Os corridinhos á moda antiga
E que se ensaiavam ... embriagados...
E ninguém se atreve a contestar o manjar
É a galinha doente que espirrava atordoada
Mas a fome regressa na hora esgotada
E a barriga das gentes não escolhe a pitada
Os arraiais são bons nas ruas dos desgraçados...
Nas adegas da malta que adormece apingada...
Não se acanhem nas luas paradas e restritas
Nos desmanchos desiguais dos homens e suas estirpes
Não se acabrunhem nas fantasmagóricas encenações
De um Gulias enlaçando o leão...

Deixem as manadas correrem livres
Por seus terrenos pedregosos e suas areia finas ...
Não se entorpeçam nas manhão ensoleiradas
Cantando com os roxinóis e suas ninhadas...
Sede livres no vosso alcance
Na intrépida viagem
Das almas abonançadas
Caminhando para o Sossego decretado...

Sim...sim... me estou esperando...
Enleada nas honrosas palavras...
Pertenço a esta raça menor que se assenha e abocanha...
Áquela que açoita levianamente os bons e os ajustados...
E na efémera esperança de nos termos resguardados...
Nas sombras quentinhas das alvoradas
Nos desfiles perpétuos da pura bondade...
Sou a consciência esquecida
De um plano há muito traçado...

Quando me anunciei... pequenina e já coitada...
Vislumbrei me afortunada em manjares de risos e alegradas...
E no balancear nos braços da madre envaidecida e grata
Me confundi segura e desatada...
Por horas e noitadas em que um meu choro era logo consolado...
E nos dias depois passados... nas luas e primaveras ofertadas
Ergueram logo vozes que me já desditavam...
E eram sempre coisas pequenas... e que ninguém enxergava
Um olhar singelo dos outros desviado...
Um aceno de mão ao amigo longínquo e dilatado
Um sorriso brando e que parecia inadequado...
Bálsamos amenos que sentia e achava...
Mas esta gente é assim...não pode no outro vilumbrar nada...
Não se lhes pode derramar em forma de laço
Canduras alegres... meiguices abonadas...
Irritam se... e até as acham inoportunas... despegadas...
Os dilatores insensatos que se aborrecem e se noticiam no nada...
Porque na mente desta espécie abarbarada
Tudo se confundo em grandes embaraços...
Todos se enlutam no meio da festa e da bondade
Têm se os nobres por estrelados...
Julgam se os pobres menosprezados...
E neste jogo endemoinhado se erguem então todos
Em lamúrias e acusações desnecessárias...
Não é o sol a chuva...a flor e o seu prado
O consumo da promessa cumprida e dada?
E depois ... não se erguem nas noites um céu imenso
Para todos ... sobre os nossos telhados?
E as estrelas redondinhas que se ouvem e falar...
Não será tudo isto maior do que as ideias estouvadas e parcas
De uma gente esquecida e transloucada
Que se indigna e brada na resplandescência absoluta
Das promessasa angariadas e dadas
Por Aquele que se dignou um dia a nos entregar
Este pedaço de terra escura que pulsa estremece
Caminhos honestos a serem testemunhados?
Um pedaço de mel que haveria de ser por todos provado?
Eu vos digo em boa verdade que tudo isto
Não passa de pura vaidade...

Quanto a mim... tenho por aqui plantada...
Vivo no cume de uma montanha alta
Nas águas mornas deste grande condado...

Estou permanentemente a refrescar me...

Porque lá em baixo...Soa a fanfarra!...

Friday, October 17, 2008

Deslindam se cordéis na minha alma...
Acordares desordenados...
E logo me ensonho de novo
Em repousos desassossegados...

Quando estará isto resolvido?
É tão fácil amarmo nos cheirosos e enfeitados...
Por meio de deslumbramentos milagrosos de colares doirados ...
Mas o que nunca vi por perto e a se estrearem
Foram os artifices de prestidigitadores e de mágicos
Que se envaidecem de truques e artimanhas desnecessárias...
O que eu quero mesmo é ver...
Numa operação simples e cuidada
Na imaginação vertical e capacitada
É trocarem se as ordems das coisas desaprumadas ...
E no colo dos tristes e abandonados
Alastrarem se flores...rosas e beijos aromáticos...
Mas ... em jeitos de candura e de lealdade...
E em tragos arrebatados de coragem
Tornarem nos a todos ... seres bons e respeitáveis...

Estou atenta!... até porque ainda não me desesperei
De me ter dentro deles... também estimada...

Thursday, October 16, 2008

Trapezei me em colinas...
Vistas lindas dos cametas distantes...
Estonteantes viagems as minhas...
Numa mão preciosa e larga ...
Que me carregou alegre e ágil
Por léguas e milhas distantes...

Nas velas dos moínhos me estacionei ...
Regozijos antigos... miragens divinas...
Do tanto que me falta...e que antes tinha sonado...

E no gotejar árduo da pena minha...
Ninguém me distinguiu... ávida...
Nas idas e nas vindas densas
E que no antigo tempo me tinha abastada...
No deleito amoroso de quem no seu íntimo nunca me contestava...
Daqueles que nunca hesitavam em abrir janelas e portadas
E se entregavam alegres na minha graça...
Redobrando os hinos e as cantatas nas estrelas de meu condado
Nos lábios saudosos e carnudos da minha arte
Soando harmonias de estrelas e dos seus sonares...
Por dentro de minha aptidão... desses meus despertares
Que a todos na alma deambulabam... velejantes e aéreos...

Derreteu se... súbito... numa pegada menos acautelada
Numa vertigem soletrada e imensurável...
Num uivo doloroso e calado...
O passo leste e grado daquele que corre e nãose acha
Do amante que persegue tenazmente a fugidia amada
Do sol que se aquece e enluta as ninhadas
Daquele que se estuda e em inarmonias se acaba...
Daquele que se estreia novo e morre enrrugado...

Fui me dando a outros a partilhar a carga...
Mas a luz minha... lenta...nos outros já se apagava...
Pois é ...poucos são os que se esclarecem no calvário
No sofrimentro do outro... e lhe carregam a pesado fardo...
Mas ainda tenho os céus...as estrelas e seus tilintares
As catedrais doiradas de rendas bordejadas
Os mosteiros abobadados e suas gentes a rezarem
E o astro reluzento que se encosta no meu colo e dorme calado...
E depois...os pássaros que não páram de chilrearem...
Canticos estremosos e que me surpreendem
E até me põem a chorar...

Aconteceminto rápido...
Num sofrimento recatado e gelado...

Coitado de quem se ergue em dias desesperados...
De quem não alcança nunca o idílio sonhado
O de se debruçar sóbrio do alto de um penhasco...
De se deixar escorregar ofegante...
Elegante em notas e coros afinados ...
Porque foi o amor que me faltou...num dia de madrugada...
E num sopro desarrumado me apanhou o Selvagem
Mortificando me a mão e o braço...
E resta me apenas a uma alma danificada
A agarrar tenazmente se ás bailarinas sonhadas...

Resvalo me louca...trepidante... por trilhos e acasos desnorteados...
Ai!...me vou sempre...dia e noite a fio... nos braços de um meu amado
Que me carrega leste em seu corpo estreado
Correndo os montes brancos...as searas pretas enlutadas
A escondermo nos por instantes em revelações solitárias
Mistérios e segredos que nos dilatam...

Vós que mes acabasteis de ler...
Pouco ou nada devem perceber...
Mas acreditai em mim...
Não se trata aqui de uma charada...

É a dor de quem um dia ... num sobresalto absurdo
Se viu privada da sua razão de viver...
E de quem de um pedaço de si se viu num ápice privada...

Se me lestes... confiada...
Dareis conta do fio á meada!...

Tuesday, October 14, 2008

Água de colónia só dá cheiro...
Água de colónia só engana
Água de colónia... só oculta a feiticeira...
Num murmúrio baixo
Desencantei ... leve...
Um nó...uma laçada...

E na pena do outro ...
No desvairo contestado ...
Vislumbrei ... forte...o embaraço...

Basta um olhar...um jeito...
Uma mão quente na face molhada...
Um requinte de doçuras ...
Para que tudo passe...

Mas... não há ninguém que o faça...

Não... vi me um dia...
Na entrega singela...do prezado passo...
A tarde...em graça me chamou a trautear...
Versos de poeta a darramarem se...
E em suspiros e ânsias... me entreguei em agilidades...
Beijos que no desembaraço das vírgulas de vento
Se foram por montes e penhascos a voejarem...
Por vales escondidos...por lagos frios... a refrescarem...
E na fluidez do odorante líquido...
Na aragem melíflua me desenterrei...pura...
Ah! Que bom ter me assim sentadinha
No colo terno e caudaloso da onda tranquila
Que na sua timidez...mima e tranquiliza...

Chamou me o crepúsculo a folgar... pequena...
Nas costas mansas do sossego
Que se vinha arrastando...lento e cheio
Em réplicas e súplicas de descanso

E na adorno ruidoso de uma soneca estremosa
Rolavam castas passadas
Mas nas asas dos pássaros...
Nos ouvidos sagrados de quem passava ...
Prosearam se em cachos doirados os desejos meus...seus...
Ardores... chamados... réplicas ajuízadas... no tudo a ajuntar se...

Apossaram se de mim espíritos benignos
E em modestos e singelos cantares...
Desalojei me tranquila... em alinhamentos subtís...
Tranquei portas dentro de mim...
Abri janelas para todos os afims...
E em delongas e rezas perpétuas
Velejei ... abonançada em múimurios de lua...
E comigo se deleitava a amiga honrosa
Confidenciando se...
Perdera se há muito em chamados...
E que em em silêncios obtusos e descarados...
Já se havera esquecido
Da terna e boa raça mansa
Que aqui se semeara um dia

Avistara me o sossego azulado naquela tarde
Nos olhos verdes de prado pintado...
E no discorrer de uma minha risada
Se elevara em espantos e contactos a singela dama
Que por aqui sempre e cautelosa... passava...
Fora a eleita...eu...a menina desgrinhada...
Aquela que se afoitava em correrrias desajeitadas
Por terras e praias adentro...
Conversando com o mar...lambendo as conchinhas reluzentas
Eu...a sereia pequenina que desembarcara...alegre...
Um dia...aqui...

Agora... estou por toda a parte...
Entreguei me ao abraço seguro... do astro esbranquiçado...

Monday, October 13, 2008

Ai o tempo que passa...
Sempre sólido sempre igual...
E se por um acaso me não tiver solta
Em danças e requintados cantares...
Se me não deixar o agrado levedar a alma
Em oscilações silenciosas e adequadas...
Cursar me ei descontente e refutada
Por estas pedras estes tijolos largos
Que prendem e estreitam
As correrias e as baladas que se agitam em min
A pedirem licença para se soltarem...
Ai...o tempo que se esgota lento e insensato
Pelos corpos adentro roendo calado em desigualdades...
Sem a gente dar por isso... sem a gente dar por nada...
Na dor e no desassossego sem nunca pedir nada...
E um dia surge nos a dor de nos vermos eclipsados...
Pois é... é a vil ignorância de nos termos aqui todos imaginados
De nos termos na constancia enraizados neste solo sem sustracto
Poucos alcançam os céus e se demandam na volta em breviedade...
Mas nada há a fazer... nestas resistências desaprovadas
De nada valem as pelejas... as acrobacias obstinadas...
Há que proveitar a ordem das coisas e a deliberação final

Eu ... há muito que me descalcei de toda esta poeirada ...

Sunday, October 12, 2008

Só me adivinho no amor
Na quentura de um beijo religioso
Que instrui e adoça o meu coração...
Só me tenho firme em buscas puras...
Na adivinhação de regras e mandatos
No apego silencioso da comunicação...

Quem me quiser conhecer
Que se adestre no versejar...
Nos cantares singelos e adequados
Que tremeluzem na minha intuição...
Peguei a alvorada silenciosa
Num abraço terno... delicioso...
E não houvera na terra
Quem desse por mim... silencioso...
Alcancei a num rodar amoroso de beijos
Em consolos animosos de provação...
E ela... contente... se achegou a comentar...
Que estes eram os dias felizes...
Na terra a se ornamentar
Das flores dos altares e dos presépios
Que ao Santo ia entregar ...
E volta sempre a minha amiga primeira
Nas manhãs claras a me alevantar...
São conversas em silêncios brandos
Que sobem ao céu a se soletrarem...
E no anonimato me conservo...
Sempre a testemunhar...
Pois que por decima das estrelas da terra
Há gente a mirar me...
São almas decentes e boas
Que num mérito avultoso
Para lá se estão a regozijar...

Alcanço me rosa vestida
Prontinha a viajar...
Na autoridade celeste do dia
Que teima ainda... em me não levar...

Espero atenta...
Na demanda pura... do meu coração...

Saturday, October 11, 2008

Correm nas estradas ventos...aragems frias...
Nos céus... branduras cálidas...gentís
E nos ventres genuínos desenvolvem se átomos...serafins...
Hordas de Anjos que pernoitam por aqui...
É nessa aragem que me adejo para ti ...
Arrastada na curva de um teu aroma...
Assim...
Sempre e sempre assim...
Tudo já foi pronunciado pela garganta do homem...
Tudo foi feito do fel desta raça menor...
Tudo foi construído sobre estacas argilosas
E ninguém O enxerga... bem pertinho...
Esse...em que tudo cabe num punhado de mão...

Ainda pouco vislumbrei da obra...
E afoufei me raro... em sonos arejados e bonançosos...
Porque em volta das cabeças
Se intrigam os corações das gentes
Na destituição das prezadas orações!

Por mim...tenho me escondida... bem longe...
Desta estirpe que atraiçoa e intriga...
Sem demanda do paraíso...do perdão...

Um dia vou partir para bem longe
Dormitando me numa sesta tranquila...
Levedando me numa prece abastada
Envolta num fôlego macio...

Ah!... se tudo podesse ter sido
Como há muito nos segredou o Ancião...
Interno me em sonos constantes
Em buscas e consumos ardidos...
E nas incumbências ... nas súplicas requeridas...
Nunca me cantei ainda vitoriosa... erguida...

Pater Noster quio est in ceali
Satificetur nomen tuum
Adveniat regnum tuum
Fiat volunctas tua sicut in celo e in terra...

Aprofundo me...lesta... e morna...
Ah!!!...
Num dito meu... deslizou um brinde...
Um tesoiro pequenino...
Um preâmbulo de adivinha...
Um mistério repentino por descobrir...
Soletrei me vezes sem conta ao vento...
Á boca e aos risos que se abriam...
Em caminhos assombrosos... cabalísticos...
Em estímulos ressonantes de verdades
Em berços áureos onde os néscios nasciam...
E nas auroras imaculadas que ninguém via...
Nesse pedaço de chão sagrado que ninguém pisa ...
Poucos...nenhums...ou talvez...só alguns me ouviam...
Ah!...que afectação a minha de me ter trovoado assim
Que prodigalidade bondosa a tua
De te teres atentado em me ouvires...
Porque nas parávolas entoadas...ditas...
Soou manso em teu peito um hino...
Generosas e andarilhas essas letras minhas
Em motes pródigos e sublimes...
Que se ajuntaram inteirinhas
Ao ramo de rosas já erguido
Que te tinhas aprovado há muito
Na entrega de meu íntimo...

Vale sempre a pena... num momento qualquer do dia...
Num espaço pequeno de uma tarde...
Num arrepio sagrado de harmonia...
Termo nos sanos e humildes...
Para...
Num esgar dianteiro e dadivoso...
Nos libertármos ... dignos e esperançosos
Na resolução mestra da charada altiva...

Tudo é incógnito...embuçado e mudo...
Quer de noite...quer de dia...
Só na modulação estremecida de um cântico...
Se podem encostar...sossegadas e amplas...
As entonações amorosas desta vida...

Acrescento me por vezes em revelações...
Parcas...neste trilhar constante que dói ...
Mas que também...me dulcifica...

Wednesday, October 08, 2008

Vou cantar para todos a minha magia
O segredo que comanda a vida
É só me olhar... sem medida...
E desvanecerem se em suspiros... na trança minha...

É avoarem se em vôos estremos...
Sem assombramentos e cobardias...
Porque na contemplação minha...
Não se acoitam atados nem tíbios...

O meu segredo é claro...limpido...
Com a água magnânima dos ribeiros
A se entregarem ás flores pequeninas...

É na curva do meu seio fino
No aconchego fofo de meu ventre
Na planície verdejante de meu penteado
Que se ergue a casa minha...

O meu tesoiro é o azul do céu...
Que se estabelece radiante...
Sempre e sempre... na morada rainha...

É só abrir as luzes da alma
Para me alcançar...
Lá... divina...
Malogrei me... aflita...
Nas palavras que te haveria de dar...
Eram rosas resplandescentes...mimosas...
E no sotão de meu penar...
Guardei as...cheirosas e belas...
Pergaminhos intemporais...
De uma visita tua...
Á casa minha...

E depois... em espaços abertos de lua
Ouvi vozes a interpelarem me baixinho...
Que as flores não eram minhas
E que te as devia entregar...sózinha...

Em sonhos te vi então
Trajado de Anjo menino...
E as mãos tuas... pegavam então o ramo lindo...
De sobre o meu peito dócil e ferido...

Miraste com atenção os lábios meus...cheinhos...
E num desejo fulgoroso te debruçaste... genuíno...
A pegar na boca tua a pétala minha...
Mas o corpo não estremeceu... por debaixo da magia...

Eram palavras estremosas as que te diria
Mas no sono estremo... me não achei na adivinha...
Não te aclarei na mente minha...
E na volta do astro no novo dia...
Me vi despojada...perdida...

O ramo me pertencera...
As palavras eram minhas...
E nos lábios meus...
Se ausentava já...o diploma querido......

Acudiram me Anjos bons... um dia...
Em danças e cantares sem fim...
E na roda da saia minha
Pintaram cores...ramos de flores...assim...

Vivo me em terras e jardins abundantes...

Aqui...longe daí...
Nada está findo...
As palavras ditas num resguardo silencioso
Aquelas que se pensam e não se pronunciam...
Nada está concluído na obra do homem pequenino...

Dizem me os sábios...os doutores afectados
Que tudo...mesmo tudo já foi proclamado e inventado...
Mas eu te digo meu bem
Que na verdade íntima de meu coração
Muito me intrigo...e me confundo em estranhezas
De me não ter ainda alcançado á luz da justificação.

Alcanço me por vezes perto e outras longe
No pouco em que me acho ...
No muito que me acanha e intimida sem aparente acção...
Inventários explosivos de contestação
Repertório de irreflectida ostentação
E os meandros inexplorados da razão
São reinos desconhecidos e vãos...

Porque a soberba do homem se estabelece sempre em certezas
Um conhecimento emproado de convicções...
E nesse enfatuamento frágil escorrega o diminuto
Em exactdão e afirmações...
E trespassasse me por vezes uma estranheza imensa
De me não ter ainda achado no tanto que nos outros se estabelece de verdades...

Mas eu não me importo mesmo nada...
Porque sei que isto tudo cá por baixo
É um ínfimo reflexo da grande e obreira Mão
Que tudo estabelece e se dará na estima pura ao enganoso irmão...

Firmo me pensativa e modesta... na observañcia dos reflexos de um arco - íris ...

Tuesday, October 07, 2008

O sorriso é uma arma
Num coração virtuoso e recto...

Monday, October 06, 2008

Na obra me vi retratada
Em sonhos e desejos afins...
E na sobriedade leve do instante me confundi...

Nunca pode o homem se iludir na perfeição
De quem por cima dele...
Na correcção ínfima... reina assim...
Foi só um desejo breve e alucinatório
De me conciliar e harmonizar com o divino...

A pureza voltou por um instante...
Leve...desabusada...gentil...
Na proporção irrepreensível do desejo...
Que por muito se instala em min...