páginas brancas

Saturday, January 31, 2009

Foi no deslize subtil de um olhar...
Num requinte maneirista de quem não se queria apegar
Que me enredei toda sem salvação permissível
Nesta tira escura que me viu nascer
Neste céu que me testemunhava...

Num dia...numa noite...para toda a eternidade...
É muitas vezes assim
A vida da gente que se quer diferenciada...
Falseando verdades
Acobertando cobardes
Acautelando mentiras
Desnorteando os fracos
Segredando tolices
Desajustando a albarda
Atafolhando riquezas
Sobejando se em requintes
Sem olhar para o lado...

Vereis...vereis um dia...
Quando tudo aqui acabar!...
Sou assim...
Sou sim das nuvens... dos céu
Onde minha mãe me pariu a flutuar...
No meio do fogo das estrelas ...do rebrilhar dos átamos
Na violência da dor ... no estalar do sentimento
De que me haveria para sempre amar...
E no estudo exímio da excelsa oferenda
Me consentiu a progenitora aos Anjos entregar
Lavaram me a alma em suaves sonetos...recatíssimos entoares
E eu me deitava solene em braços a me esticar
Me alongando bravia... amaranhando me nas hastes de seus ramos
Acomodando me açodadinha...
Soletrando bizarrias em seus colos prateados
E escorria leite...mel dulcíssimo dos peitos floreados
E compadeceu se a progenitora a avaliar
Que era melhor o deles do que o dela magro e aguado...
E num esforço tremendo me lá deixou por criar...
Viram na...sunâmbula numa coluna de ar a se abaixar
E eu que me tinha feliz e me não estimulava
No apregoamento de seus olhos nos meus... a se fracturarem ...
Foi atempada a rectificação... por me saber dos outros distanciada
E da terra negra que empoeira os céus deíficados
Soltavam se por vezes lamentos que eu codificava
Timbre arrastado para me nele enfiar...
Mas no convite... me não tinha ainda acertado
E nas ondas curtas dos dias...nas breviedades das noites
Me passei eu milénios nos céus a perseverar...
E nas baixezas enfermas se deram as vidas a cambear...

Me vivo aqui em agradecimentos autenticos
De me ter aqui deixado assentar...
Encastrada numa moldura de céu... numa fatia de luar...

Thursday, January 29, 2009

É por hoje... este o meu firmar...
Uma manchinha no céu em convite de me aprimorar...
Celesto me em rezas por não falhar!..

Ah! acudam me ... que me estou a desacertar!
Acalmo me na claridades de teu olhar...
Nas encostas lavradas onde te pariram sem me nunca encontrares...
E nas roupagens finas acobertando o meu penar
Em espasmos prodigiosos ... em cantarolares extremosos
Miro te mil vezes sem me nunca adivinhares...
Sem te nunca alcançar o íntimo a me cantares...
Volejo me nos céus em amaneiradas braçadas
E em estilo apropriado... adorno uma fita ao teu penteado
Sinal determinado para num dia a ti me poder achegar...
Enredo te amor de frescos laços...pétalas ricas a te enfeitarem
E em enobrecimentos te vou já a mimar
Tu...que me nunca vistes...me nunca sonhastes...
Que me nunca alcançastes...

E é assim que se demorava a morena em lamentos penosos
Em intermitências fustigadas de sua vida a passar...
Contraíram lhe as mulheres da aldeia...intrigas...maquinançias
De jovens honrosos...galantes de muitas républicas para amar
Mas ela se negava em escusa de que a outro estava destinada...
E era vê la a uma encruzilhada nem São Cristóvão sentado
Vendo os passeantes embavecidos...bebruçados sobre sua beleza...sempre a esperarem ...
Mas ela aquietava se sempre mansa em pormenores a observar...
Não...nunca havera visto nas lonjuras o alcance de seu manjar...
E partiam se os aspirantes em oblíquos olhares...

E foi se um dia ... de velhinha pernoitar...lesta...magrinha...para um outro lado...
No achado da fita ... que lhe tinha atado ao penteado...

Saturday, January 24, 2009

Perante o insulto...boca calada...
Ouvidos e olhos que não são meus!

E está tudo dito nas estranhezas da indiferenciação!

Friday, January 23, 2009

Os homens e as mulheres são túneis...buracos
Abismos...poços onde cai a gente de bom tento ...
E está o mundo entregue a semelhante raça...a estas rezes...

Eu cá já aprendi a voar e a me não descuidar nas vezes...
Mas houve séculos atrás em que me naufragava e me morria
No soletrar de cada passo meu ...

Nos céus idearam me um dia com asas
E na terra aligeirei me logo de vez ...
Ah!como é bom volitar assim
E não me dar a denunciar...
Acautelando me em estranhezas e em me não dar a conhecer ...
Ambicionando me voluminosa... vistosa... airosa e transparente
E nos céus incorporar me de rios... estender me......
Águas virgens e abundantes onde se alagará um dia
Aquele que o meu intímo... em serenidades amou...
Que se partiu numa noite no seu alazão galopante
Em concorrências apoquentadas ...alucinantes
E em desavenças o meu coração despedaçou...
E que nos alvéolos das brumas se dispersou ...
E que por dentro das goelas do siroco
Vacilando nas areias secas dos desertos se desfez... se evaporou...

E é essa admiração que por aqui anda
Na procura instante dos olhos meus...
E os meus que por aqui se agitam
Em buscas e farejos dos olhos seus...
E da montada alígera e valorosa
Desse corcel que era o seu...

E ela era memina mansa e pacata
Que dedilhava e enchia o ventre do dia... o templo da noite
Com alaúde afinado que era o seu...

Ai! tenho asas!...azuis...brancas...das cores dos olhos seus...
OH!.. TU AÍ... QUE ME NÃO VÊS!!!!!!!!!!!

Tuesday, January 20, 2009

Bastam palavras poucas
A quem nos tem... além ...
As muitas são para resguardo e para o consolo
De quem me as quiser escutar... para seu bem...
Mais vale falar pouco e analisarem me em debruços silênciosos
Do que nos exprimirmos em tanto para ninguém...
Porque há por aí muitos
Que me não merecem
E que me não enxergam bem...

E assim teve por terminada a intervenção breve e curta
Uma menina que se alongara há muito em tentativas espessas
De se querer dar... se querer mostrar a quem não a entendia
E se estendia em solidões admiráveis e estranhas...
Estendo na travessa de meus braços
Sorrisos...olhares que parlam bem
E na volta subrepõem se icógnitas
Máscaras absurdas ... de quem me não quer bem...

Não faz mal...
Até porque não há quem me ache
Nos derrames da minha piedade...
Nas fagulhas de meu desdém...
Auroro me na neve e amoleço me
Afofo me branca para me moldares bem
E em tuas mãos quentes adequo me
Em temperamentos amenos que me sustêm...

Deposito me em ansias e esperanças
Nessa boca que me suaviza bem...

Vou... e venho...

Monday, January 19, 2009

Olhos azuis chegam do céu...
Olhos verdes...semeios de serras ...
Os castanhos cheiram á terra lavrada e boa
Os negros acobertam os Anjos de noite
E os meus são encantos...bordados extremosos
Ofertas gratuitas... bondades extremas
Alados e leves... escorrendo por decima do meu amor...
E nas vistas nos amamos enredando nos em esplendores
E em cheiros nos inibriamos esquecendo as dores...

Verde é a ramagem ...
Verde é o quadro animoso que afasta o dolor!
E a folhagem profusa e cativante convida a um diálogo moroso
Vede os pássaros radiantes poisando leves em sua cor...
E nos olhos meus ressoam sonetos vivos ... histórinhas de pastores...
Ando me ... esforço me em constâncias...
Vede... estou no alto...abrilhantando me em fulgores...
Soltam se as rezes de dentro do povo que clama e estremece...
Ainda se atarda a hora da clemência e do descanso
E eu abasteço me singela... nas estrelas em golfadas cintilantes
E tudo... tudinho em volta de min redopia e reluz... numa roda celeste...

Porque me não quero confundir em ordenanças impuras
Morrer me em esvoacimentos e intermitências injuriosas...insultantes
Num descontínuo afrouxamento horrepilante
Conjecturando me em diligencias inconstantes
Com as constelações excessivas e escabrantes
Que se achegaram á terra em grotescos solavancos ...

Eu quero me em momentos assossegados e puros
Afofada em canduras e mimos deslumbrantes
Num lume que aquece e que se faz brando...
E do reboliço que endoidece e se agiganta
Me afasto lenta ... assentada num pilar de firmamento...
Ah! caso contrário
Por min tudo anda!..
A cobra o ladrão o penitente...
Mas eu nada sinto... e até nem vejo
Dizem me os que me assistem por vezes nas tormentas
Que em roda de min seus ultajes se alevantam...
Mas eu olho ... vejo... revejo...e nada alcanço...
Porque viajam comigo astros reluzentos...
E eu que me encavalito nobre e em sábias proezas
Em sonoridades explêndidas dos Anjos que cantam
Dos sonhos que se alevantam...
Me não dói nunca a alma...
Não me estrebucho nunca em cantos...
Me não caçam os lobos que por aqui andam...

Vinde comigo no âmago de vossas dores
Viajarmo nos todas em cometas...

Sunday, January 18, 2009

Viro me ás avessas no labirindo escuro da vida
E nos passos descordenados que estremecem
Oiço me cantando... amedrontando pragas e condenações...

Porque é no infração dos ritos
Nos ritmos tumultuosos da vida
Que me fujo e espaireço
Em delicadezas e retracções...

E é na luz que tudo clareia e tudo contempla
Que escurecem em tons malificos as mentiras e infracções
E no retiro deleitoso de minha alma bonançosa
Conto me... alcanço histórias... abro parenteses
Nesta vida que se nega há muito em me eleger...

Julgamo nos todos magos e sábios
Mas só na destreza merecida dos actos virtuosos
Se dão a mostrar os mansos em arestas finas
Que na lonjura de nosso alcance quase se não vislumbram...
E vão se diluindo em pasmos brancos
Suavidades brandas... alastrando se imaculados e santas
Onse se passeiam se os inocentes...sempre sem se darem a ver...

Eu vivo me num trapézio alucinante
Entre o cume alto de uma montanha
E o limbo ilustre e celeste que estremece
E me estou sempre em esperanças
De ser alma boa ... excelsa iluminância
Abrilhantando o halo de Nosso Senhor...

Entremeios me estou andando...penando...
Por este Estado que não é o meu...

Tuesday, January 13, 2009

Caibo me cheia...inteirinha num átomo...
Numa finíssima hostiazinha de amor...
Mas isto cá em baixo é coisa ínfima...
Alegrar me ei é um dia
Quando me tiver arredondadinha
Num protão de luz divina...
E quando isso me acontecer querer me ei
Quente e sossegadinha
Arodeada de carinhos
Sempre a me adormecer...
Não existo...
Não me fixo...
Me vou...
Me irei um dia...
Me afunilarei na partida...
Na voz de um meu Anjo querido....
Vede...vede já os céus a se abrirem...
E me acenando...assim...

Mas esperou a donzela tempos demorosos
Para que se cumprisse a profecia...

E veio um dia em que todos a descobriram...
Viram na...há quem a tetectasse
Lustrosa no riso
Na emancipação do amor...
Abram alas! que se aportou o Senhor em terra firme
E na cabeça se ergue o fausto halo deífico...
Abram espaços nos vossos peitos em honras cabidas
Porque se aventurou o Glorioso nestes Paços perdidos...
Abram caminho ás esperanças sonhadas e perdidas
Que tenheis guardada sob os vossos mantos e camisas...
Que se acendem já os clarões promissos
No descortino de vossa astúcia e malícia...
Não falteis ao encontro divino...
Á surpreendente intrevista
Aventura derradeira e prometida...
Cantem todos uníssono...que se achegou o Glorioso...
O detentor da voz maestra ... cantata doce e fina...

E eu vo lo digo amores e amigos...
Que está para breve a sua dolcíssima vinda!!!
Toquem sinos e trombetas
Que se achega leve o segredo de tão constante vida !
Esperem só um pouco...um niquinho!..
Que tudo se acha em soluções dísparas!..
Não vos contesteis em designações enobrecidas
Homens...mulheres ... que vos haveis em tempos erguidos
Mas agora...no adorno de vossas teses e mentiras
Vos tendes diminutos...reduzidos...

Vá...baixem os vossos braços á terra fria
Que os céus são para os indigentes...para os pequeninos...
Quereis proezas do tudo... em cálculações infintas!
Mas acabam de soar as trompas por vós interditas!
É tempo!..está na hora de vos terdes erguidos
De vos honrardes em histórias verídicas...
Chegou o tempo da ordem suprema
Do voto há muito requerido!..

Quanto a mim...
Sou a primeira a me querer analisada
Nos tempos primordiais da célere adivinha...
Encosto me á tua voz amor...
De onde te vens?
De onde te saem esses cânticos nunca vistos?
E na parede gélida de minha dúvida
Encostam se mil luzinhas
Sois vós amor de minha história...da minha vida...
E assim me posso ter vezes sem fim...vede...
Na constelação secreta destes nossos encontros

Encosto me ás tranparencias imaculadas de teu recados
E nas claridades ... nos poços de luz... almejo te ... findesas longinquas...
Mas é no recato de minha observância que te animo...majestuosa...
Estendem se...entrelaçam se braços...encostam se lábios
E das bocas caem lágrimas...frutos doces...abóbadas estreladas...

Encosto me em sonhos estonteantes
E na clareza do idílio em missão
Suspiro te em recados...confissão...

Encosto me sempre á luz profusa da razão...
Ai! já se me fugiu a alma para o paraíso
E se me atentarem os pecados nesta terra firme
É nos altos que me quero regenerar em pasmos aflitos...
Ai !chamam me os anjos boníssimos...
Chamam me vozes que me ampliam...
Ai !que me vou a correr ligeirinha
Chamam me vozes austeres...ali...
Adeus... ó gente pequenina
Que me fui vossa por demais... indistinta...
Mas nas forças amadurecidas dos meus pedidos
Regeneraram se os pecadilhos
E nesta ambição... alegria minha
Me vou a voar inteirinha para o pé dos anjos e querubins,,,
Fiei me durante séculos aos espíritos benignos
E em longitudes e latitudes esguias
Me vou agora a partir
Perdoem me os meus amores de me não poder despedir
Porque a voz é solene e me não permite demoras...desvios...
Me vous afadigada desta vida por aqui ...
Mas eu sei que neste céu deslumbrante onde me esperam...
Desfalecida...quase partida...
Me vou cambaleando..soletrando me sonolenta e ferida...
E que em banhos de candura e amor me vou regenerar
Em libirintos e jogos... aqui há muito proíbitos ...
Me vou para lá a me regenerar ... esperançosa ... detida.......

Sunday, January 11, 2009

Fala a terra a sua música singela
Segredos melífluos oriundos das trevas...

É por isso que se gostam alguns
Em prenúncios de esclarecimentos
Se alevantarem cedo pelas manhãs adentro
A se entregarem primeiros aos amanheceres
Porque em suspiros e ansias profundas
Se estabelecem as auroras em confidências
Aos magos e pitisas sapientes...

Eu já me fui carregada na boca de um génio
Em uma noite prudente
Encolhidinha na cova de um seu dente...
Era pequena então... a encomenda...
Fiquei me a levitar nas brumas densas
Sem pai nem mãe a me defenderem
Mas o encontro foi honesto...
Em benzeduras calentosas me foram dizendo
Estas coisas que por aqui tenho presentes...

Não sei se me fui em sonho ou se me estive lá mesmo a tempo...
Se me entretive em diálogos distintos ou suspensos...
Retive me alheia por muito tempo ás guerras e brigas...parênteses...
Porque tudo de bom que me acontece nas vezes
Se alumia nos crepúsculos saudosos...nesta abóbada magenta...

Sim...sim...
Me estive sumida por tempos em abismos extremos

Saturday, January 10, 2009

Há quem me sonhe demolida...arruinada...
Quem se não ajeita nas minhas beiras crisoladas...
Porque eu desci mesmo foi do azul de céu abrilhantado
E me vim coroada de alvuras e luares ...

Quem me quiser desolada...
Não se pendure nunca...
Nas minhas vestes de veludo debruadas
Que me vieram abainhadas de paciências...
De amores perfeitos...
Prontinha a me voletarem!...

Quem me quiser apática...desvirtuada...
Que se afaste no deslumbro de meu ânimo...
Porque me vim coberta de um florido tocado
E em ensaiaos de rosas e liláses...

Mas quem se quiser banhar no meu mar
Quem quiser pernoitar em morada habitada
Que se alevante na noite escura
E prove os frutos do céu maduro
E de noite em bocejos calentosos
Se lance longe em alcances fugosos
Pelo céu adentro...a mamar bondades...

Mas quem me quiser...
Quem me pretender mesmo amar
Que se sossegue assim...
Caladinho juntinho ao regaço meu...
Porque é no silêncio... em inocências de crianças singelas
Em desapegos de rivais cruéis
Que nos assentaremos em carícias extremas
Enlaçados em milagres meus...
Entôo me dócil...celebro me clara...
Arrisco me em confidências ...
Concordâncias afinadas com o Senhor ...conforto ardente...

E o tudo a mais... são farrapos que ostento...
Porque as vestes minhas
São estas notas...cantatas... melodias...
Que se adenssam na pele...pela carne adentro...
E é assim em tons de principiante
Que me atraio ao Senhor num seu...
E meu olhar preferido...
Vinde amor dos céus...da terra... dos mares
Te enibriares nos requintes meus
E nas alturas...nas imensidões vinde a min em deambulação...
E em doçuras... em aptidões seguras
Encostar a tua mão á minha e eu á tua...
Ai...essa vontade de me entocar contigo nessa nuvem ...
De me confundir nessa terra em passinhos leves pequenos
E na graça de meu cirandar... em teus braços me render...
E depois amor... hás de ver os estrebilhos... as palavras engraçadas
Que te tenho para dizer...para te revelar...
Ouvide o sereno manso a cantar nos
Ouvide o vento nos seus segredos a endoidar se
Ouvide o tanto nos campos...nos arvoredos
Ouvide... ouvide as sereias que se achegaram para nos verem
E no tudo...na delicada substância vede os olhos meus
Vede a boca minha em espantos de te ver em mim ...adiante...
Ah! canto te amor na doçura de uma ária,,,no regalo de meu intento
E se por um acaso estranho me não encontrares...me não veres
Apela ao Senhor... apela ao Amo que nos deu já Seu consentimento
E na palavra do Sábio ardente estão escritas as palavras veras e decentes ...
Por isso ... anda...anda...caminha te leve no desenho desta ambição minha...

E assim se concretizou o prodígio de se terem unidos na vez...
Nas lonjuras da eternidade e pelos tempos adentro...
Feliz a menina...e o rapazinho muito contente...

Thursday, January 08, 2009

Guardou por tempos o segredo
De me não ter querido bem...
Não faz mal ... pouco me importo
Porque só se está mal
É na companhia de alguém ...
Todos procuram um decalque
Na cabeça... no peito de alguém
Mas o engano persiste
Na ilusão ... na pesquisa do bem...
Ninguém se atreve em debates internos
Em alinhamentos ajustamentos diferentes
Daqueles que a vida sustém
Desbloquear artérias ruas imensas
Fala baixinha uma voz quebrada
Fala mansa porque já perdeu a vez
E nos olhos viajando no rebanho
Desclarece se em dúvidas
Ritualizo se na sequência...

O pior de tudo isto
É que me vou partir destituída e severa
Na desordenança extremosa de quem aqui me reteve...

Wednesday, January 07, 2009

Na encosta serrana empuleirava se uma morena
Era sempre a mesma menina navegante
Que se esgueirava pequena em desejos grandes
De ver os campos animados de papoilas
E na beira dos ribeiros alindarem se as açucenas...

Hoje já ninguém tem tempo de se debruçar sobre o estampado do campo
Ninguém já espreita o céu com as suas míriades diferentes ...
Todos olham de frente alindados nas suas vestes frescas ou quentes
E o paraíso dizem eles...chegou lhes á terra e vivem contentes...
Todos trazem relógios para se não perderem nos momentos
E depois do trabalho regressam a casa meios mais ou menos assim...
Estoirados das grandes artes e empreendimentos...
Que graça é esta...digam lá voçês ?
E sabem vós porquê?
Porque quem não olha para o abismo azul...nada idealiza...
Quem se apressa em correrias endoidadas nada retém...pouco ou nada vê
Quem se apressa descordenado nada contempla nada retém
Quem se apruma em horários cuidadosos e exactos não enxerga o além
E depois é mesmo uma pena... esta coisa engraçada...
De nos havermos todos sitiados nesta terra isolada
E não termos mesmo tempo para nada...
A não ser algumas horas escassas onde tudo se reprogramado
Religiosamente...atrevidamente... outra vez...
E fiscalizam os chefes as tarefas pequenas
E orgulham se os menores no seu cumprimento
Porque parece que isto aqui por baixo
Obedece mesmo a uma ordem extrema...
Eu por min...já pouco ou nada entendo...
Cheguei me fora de horas
Arrivei me fora do tempo...

Eu cá vos digo...
Eu que sou a selvagem!
Eu que sou a aloucada ... a pequena...
Oiçam...
Que me vou falar baixinho
Para vos não assustar...forte pena...
Já me despedi disto por aqui...
Vêem me o corpo ... experimentaram mo .mais de cem vezes..
E até já o entreguei em núpcias esplendidas de uma só vez
Mas a mim... mais á minha alma indomável
Já há muito que nos fomos deambulando pelas nuvens adentro...

Me vivo na lua...viajando num cometa...
Vede amor...
Os meus olhos já não sonham...
Partiu se me a esperança...
E no vazio desnudo me enlouqueço...pobretana...

Tuesday, January 06, 2009

Sim...aprova a criança medrosa
No tudo o que se lhe diz...
Não deveis nunca prenunciar vos ...amores...
Nestes modos e clarezas assim...
No tremor de uma pena
Oscilas te em desilusões...
Atenta te antes corajoso e fiel
Nos entenderes puros de tua intuição...
Ouvide!..
Escutai no peito as palavras saborosas e elegantes
Cachos puros e singelos de melodias e cores
Palavras nobres e sinceras
Escoando nas esclarecidas conjugações...
E na tua cabeça menino ...desdobra te em ciências e razões
Estudando te em melodias sonoras
Ecos mansos ou trovões...
Mas nunca te rendas primeiro
Sem te analisares em contestações...
Nas tuas fragilidades e oscilações...
E nunca te enganes nos responsos
Em trocares um sim por um não...

Escutai amores em vós...
Sempre e sempre...
A voz da decomposição...

Monday, January 05, 2009

Canta... canta linda donzela
Toca... toca no teu alaúde afinado
Uma canção ao teu donzel
Que se foi fidalgo na montada
Lança e punhal em reste...
Intuite se ele em matar o infiel
Que ás terras mouriscas se fez...
Porque não lhe haveis dito
Porque não o haveis descomprometido
De tão escassa e ignóbil insenssatez?
Querer matar não é obra fidel
Amar te é que é cortês ...
Deixar te em prenúncios de viúva
Despejadinha de ternuras e beijos
Que te fariam sorrir na vez?
Escuta...ó menina esperançosa
Esta voz que te diz pura
Larga lá o instrumento
E te vai em seu encalce desta vez...
Que da outra ... te achegou débil mas inteiro
Aconchegado em teus braços languidos
Curando se das lutas e trégoas desatinadas
Não o queiras assim desta vez...
Veeeeede!......... lá adiante...
A carnificina que se anuncia
E que já lá se fez...
Renuncia te mansa e corre
Neste tempo se desdobra escasso e brando
Em prenúncios válidos e certeiros de viuvés...
Ponham se de lado as vinganças...
Sentimentos apoucados e dissonantes
Que desclarecem a honra e a erudição
Apressa te moiçola ... faz te guerreira da paz
Retorna te a casa sã com teu amor grande
Na montada lesta e robusta de teu corcel valente

E que te tenha a ti ... único troféu de sua senssatez
Velejam por min passos
Fervores das alvoradas primeiras...
E num sopro abonançado
Despejo me da noite aconchegante...
Demoro me ainda um pedaço
Por dentro do escuro longueiro
E por entre as cores quebradas
Vestígios de arrombos gemem... sombreiros...
Ficaram ainda retidos os sonhos...artifícies dianteiros
E na luz desvanece se a ilusão... ambição inteira...
Desejo febril de nos termos aqui por tempos
Décadas...sempre e sempre companheiros...
E do corpo soltam se fadas... asinhas ligeiras
Brumas...artifícies ... despontares perfeitos...
Sentimentos acaloradas que levam a luz ao mundo inteiro...

Avivo me nas cores dos céus ... logo pelas manhãs desobstruídas...
Aventuro me em achados pioneiros...

Ando me em lugares...em vales e montes desconhecidos...
Gosto de rosas...
Acaloro me nelas em auxílios piedosos
E em ensaios galenteios me trago inteira
Para em pulos e arremessos
Me avistares em teu peito a primeira...
Pois que as rosas servem para isso mesmo
Para se darem nos seus folhos abundantes
Em fatias gordas de afeições e ternuras
E em perseveranças se terem em nós prisioneiras...
E depois em elegânçias de fatos domingueiros
Estreamo nos milagreiras em rodas e rendas
Adornos majestuosos das nossas amigas galhardeiras
Para logo se harmonizarem em nós alminhas doces e presenteias ...

Cuidado com os Mancebos... que se encostarem a elas primeiro...

Saturday, January 03, 2009

Se houvesse um buraco na minha cabeça
Onde coubesse toda a ambição
Querer me ia menina singela
Colhendo a seiva da afeição...

Depois iria derramá la no peito
Dos cobiçosos
Dos endemoinhados
Dos gulosos insaciáveis
Que olham sempre para nós... para lá da razão...
Arreliam se os enamorados
Vai se o amor a afogar
E depois num abraço cuidado
Tragam se de novo em beijos os apaixonados
Negando se em culpas e autorizações
Sempre assim até á próxima refutação
Que não tarda a replicar se em crescenda anunciação...
Mas que disparate este de se terem logo inteiros
Em exigências e amolações?
Teimam os infelizes em se desperdiçarem em blasfémias
Na vez de se estreitarem em agasalhos de meiguice ... finuras...
Dá tanto trabalho gritar...maçarmo nos em acusações...
Queima lhes o sangue as faces... as veias e o cérebro
Na vez de se passear ameno em seus corações...
Que pena esta atormentação em que o homem teima
E que a mulher consente como na consagração dos dois
E por vezes mesmo em requintadas e caluniosas difamações...

Digo vos isto por ter assistido por muito a muitas discussões
E me pergunto sempre qual o género...o átomo de tal obstinação...
Num casebre desabrigado alojou se um mendigo
E a alma triunfosa jurou se santa ali...
Por haver tecto e telhado por de cima das ventas aflitas
Que estalavam em agonias de frio por ali
Porque quem nada tem e se apega ao pouco
Logo se sente feliz...
Abeira se a um buraco ajanelado e respira o ar frio
Traga vícios de outroras ... leveduras de arrepios...
E passa gente lá fora que o vê e nada diz
E ele... que há muito nada espera ensaia se a suspirar baixinho
Um não sei quê de dinâmicas que enobrece a quem o diz...
E batem á porta do barranco a ver quem se ergue assim
Em estatuto apreciável e que tão bem se cita ali
Endireita a espinha regelada e se põe a cantar assim
Num trémulo afinado... em ajustes de mágico
Em cadências acertadas de voz
Que estremece e encanta qualquer um...
E nos olhos estremeceram menssageiros
Os recados que tinha para alguns...
Fora essa a sua vida inteira
Cantar a sorte de cada um
Trocara a fidalguia desonrosa
As espadeladas desatinadas
Pelo bem de cada um...

Partiu numa manhã á procura da vida sua
Mas só encontrou manhas... astúcias e calúnias
Desterrou se deste mundo e fez se assim
Cantando e se entregando ás gentes
Que se apiedavam de si...

E é assim que um herói se nomeia
No meio das riquezas que não têm vulto
E que não deseja para si...
Vou te enviar um pedaço de min...
Um fragmento de alegrias doces
Um naco de beijos bem grosso
Para te regalares em min...
Mas se por um acaso sincero
Me não quiseres em ti
Que o vento brando os leve
Para os tantos amores pequenos
Meninos e meninas desafortunados
Que não têm ninguém junto a si...

Friday, January 02, 2009

Um e um são dois...
Mas também pode ser um par de ums...
Também podem ser onze ...
O tanto que cantar na cabeça de cada um...
Porque ralhar então com as crianças
Que ainda não entenderam a adivinha
E não a alcançam ainda assim?
Não percebéis que vivem neles anjos
Que lhes estão ainda ensinando
O tanto que um dia hão de compreender
Ler... e soletrando baixinho
O puzzle que hão de desvendar um dia
Cantarolando o á professora vezes sem fim?
Deixai o rapazinho e a menina
Na paz irrequieta dos seus destinos
Num recanto ensoleirado de seus jardins...
Porque virá célere a manhã
Em que se perderão em pensamentos solitários e tristes...
E vós nada poderéis fazer
Senão recomendá los a Deus
Que se espande sempre em seus peitos gentís...

Vede a alegria generosa que brota das suas faces ...
Cada dia por aí...
Em ti e em mim...
Chegou se me uma rosa a atrair me
Estendedo se em dobras de risos
E no meu peito abriu se um sulco de terra fofa
Onde a plantei junto ás flores do meu jardim...
Rego a todos os dias com os meus beijos
Em atenções e cantigas sem fim
E quando de noite me adormeço
Paira no ar um requinte...um encanto de aromas...
São palavras de carinho que me lança
Para de manhã me acordar serena...gentil...

Fazei todos como eu
Que me abro o coração inteiro
No semeio da bonança o do sossego
Que vou administrando
Aos meninos e meninas da minha romança...
Tudo o que os meus olhos vêem é pura alucinação...
O que nos parece num relance belo
Torna se na abastância das vezes em traição...
E no tracejado dos contornos rudes das palavras e ideias
Há fantasmas que se atrevem a me aparecerem na ideia
Na carne e no osso ofertado pelo Sehor que neles se dignou
Fazendo mau uso e sujeiras sem fim das vestes lindas com que se enfeitam por aqui...
Afasto me célere no receio de me aleijar nessa animação puluenta
Que se espalha e se cola ás roupas...aos corpos das gentes desatentas...
Mas não em min!
Porque a ciência está em ultrapassar essas treves...traves obstinadas
E em olímpicos esforços derrubá las com a força da razão
E em redemoínhos espirituosos e em sonhos alternados
Soletramo nos em orações ... em rumores agitados que nos reguardem do fim
Porque nesta ficção enganosa do dia á dia
Se me não acautelo e me não prostro em estacas escoradas e firmes
Corro o perigo mortal de me deixar escorregar... singela e sana
Para os lados lamacentos dos falsos paraísos...

Acautele se a boa gente...
Porque vivemos rodeados de lobos e serpentes afins...