páginas brancas

Sunday, December 28, 2008

Descanso me no branco fútil
Num descolor frígido que calonia
Mas a ignorância é mesmo isto...
Despegarmo nos no silêncio das cores
Num desvanecimento brando
Até que de novo se alevante
Em rodeios e pedidos finos
A encomenda bem humorada
De nos restabelecermos na razão das coisas
Sempre para além do termo acordado...

E é nesta audácia que se alcançam as verdades
E que nos temos por muitas vezes... repletos de moimentos e cansaços...

Nas noites de desocupadas
Somos todos parvos
Em espasmos de desapegos...
Como é a tua cabeça... os teus olhos que tudo vêem ?
Na esfera quadrada ... no círculo rectilíneo
Rebolam as bolas os cubos os quadrados as fortes sementes
Enjaulas leões girafas em trapézios absorventes
E as crianças e os animaizinhos sentam se
Nos cantos redondos cantarolando na tua presença...
Ah! e essas mãos que desenham tudo...
Cravejadinhas de odores e pigmentos
Vêem dos jardins do paraiso que accorrerram todas ao mesmo tempo...
E os pincéis que escavam na tela o desenho e as formas atentas
São luzinhas encantadas que em Deus estiveram no antes presentes...
E as cores que transperçam a vista
E em lágrimas caem a galonear as gentes...
São mistérios digníssimos estes que se instalam nas nobres mentes...
Mas que tendes ? que ilustração se prosta na tua ?
São afectos...tesouros do outro lado que são certos
Porque para aos artistas... subjuga os só o invisível
O tanto que não alcança a pobre gente...
Abismam se em catedrais em mosteiros em desvanecimentos
E nas naves pulgentas recheadas de preces e rituais
Se agarram firmes roçando lles a línguas e as mãos em justos apegamentos
E assim se apetrecham de imagens de dicionários e inciclopédias tais
Que na baixeza comun do entendimento
Se degladiam por vezes e sem mal em ajustados entendimentos...
Mas não há nada que explicar...há que sentir o estabelecimento
A razão é desnecessária na procura da forma abastada do empreendimento...
Que tendes vós irmãos...meus artistas bravos
Que por vós estremeço me sempre correcta
Em suspiros brandos de consentimentos...
Acharam te ilustre... amor... nessas colinas imensas
Onde te reinas... a mais ás tuas anjas serenas...

Apearam se a buscar me numa tarde de clarezas cheia
E amedrontada me pus em nevoeiros e crepúsculos densos
A achar te na roda das palmas...entusiastas e primeiras
Que as ondas do mar aprovavam em min... risonhas...lisonjeiras...
Adensou se me em suaves substâncias
Uma voz scherzzando cantigas de outros tempos...
E que logo em min acharam ressonâncias...
Ouvide amigos...assim...aqueles sons dos tempos primeiros...
E na concurrência de meu riso no teu... e do teu em min...
Me tive logo destinada a ti... no mistério magnânimo...
Tu...que para ali me pretendesteis
Tu...que me nunca haveis proclamado em missas piosas e solenes
E eu... na estância abonançada dos termos correctos
De me não ter na breviedade dos tempos junto a ti... visto a predilecta......
Deus te dera os olhos para te suavizares lá do cimo
De minhas premícias e ternuras poéticas...
E a mim me dera a boca para me experimentar em teus perfumes selectos...
Crepúsquelei me amor em teus lábios secretos...mansa... na hora certa ...
E tudo isto por causa das cantatas lindas que me proseasteis naquele dia proféctico...
E as meninas boas que te prestavam cortesias
Se não amachucaram em seus ânimos gentís
Por te verem aformoseado e acalentado junto a min
Porque eram elas... as tuas bondades ... os teus sorrisos...
E nos céus escutaram se mil e um hinos
Anunciando as bodas magnificas do donzel gentil
Que há muito se tinha ido por causa de uma espadelada
E nunca na terra se dera crédito ao dito antigo
De que no céu se entregavam também as almas delicadas
Em generosos banquetes e apetites
Nas esperas afectuosas das vinda de seus pares
Nas origems há muito prometidos...

Porque isto é assim...
Há os que se casam aqui!..
E outros ... que se ajuntam santos ... no paraíso...

E esta é uma história verídica
Porque já me aconteceu a min...
E eu me fui... loguinho a primeira... assim...

Friday, December 26, 2008

A espuma do mar fresco
São as lágrimas da donzela morena
Que para lá das terras sarracenas
Derrama as suas mágoas... as suas penas...

Não se pergunte nunca a ninguém
Por quem se ajusta o sofrimento
Porque o desgosto quando é firme e correcto
Até estala em paredes de ferro...
E só na majestade benigna do tempo
Mergulhados nos seus segredos e mistérios
E em sublimações puras de encomendas
Rezam os amos e os parentes
Para o amolecimento da forte perca...
Mas há as que nunca se esquecem...
Por se terem achado a tempo
Em baloiços de maminha regados de beijos e benções
Na justa... e enraízados no íntimo a tempo...
Em carícias e palavras gentís
Aquelas...sabéis...
Que uma mãe canta á sua filhinha pequena!...

Nasceu há muito numa terra distante
Uma menina que se viu orfã num instante...
Houvera tempo para as saudades
No presságio longo de uma estada abreviada e pequena...

Chora meu amor...minha pequenina...
Deixa a largueza do mar e enrola te
No desenvolvimento de minha largueza...

Vem...vem...perto a min... e te aquenta...

Thursday, December 25, 2008

Que lindo é o pé da menina de branco...
Daquela que me veio a visitar numa noite ampla
Roçando a sua veste bem juntinha a min...
Chegou se me a min a alegria
Num brincar ruidoso e brando...

Por onde andavas ... por onde fugias
Que te interpelei vezes sem fim?

Era bom era... que fosse sempre assim
Só de a cantar e aparecer nos logo aqui!..

Só se acorre ligeira a quem pouco tem a pedir...
A quem no muito se julga imerecido...
A quem no pouco se tem estabelecido...
E só se entrelaça meiga e boa
Junto a quem se já despediu
Desta vida que se afunda traiçoeira
Em abundâncias e desencantamentos...
Ah! queríeis ter vos alegres e contentes
Nesta vida atemorizada...repleta de contendas...
Demandais homem... muito ao tempo...
Ajoelhais vos demasiado em preces no pedir lhe tanto...
E na roda da abundância...no distanciamento das gentes
Tende vos satisfeitos na captura dos desejos
Nessa trama enganosa que custa a repelir e a conter...
Ai! vede a alegria dos animaizinhos que mais não desejam
De que um carinho lisonjeiro...uma carícia amena... docezinha...
E se olhardes bem nos seus olhos glorificareis na certa
Aquele desapego dos bens a que chamamos terrenos ...
Foram se há muito por galáxias adentro
E em termos de estudo , mestrados e doutoramentos...
E na volta singela pouco se aperceberam os residentes
Da revolução celestial onde se tiveram suspensos...
E por isso se dão ás crianças aos homens serenos
Animaizinhos para com eles aprenderem
Os alfabetos sagrados as tabuadas veneradas
Que o Santo explicou ao inocente...
Mas no desatino do homem mora o desassossego
E muitos se têm por anos , décadas e milénios desatentos...

E nós a pensarmos que nesta vida
Tudo se conquista á força de espada...á força do punho...sempre em decadências
Mentira!...só na benevolência e na benegnidade humana
Se prostra direita...olhando nos com olhos ... a verdadeira ciência!

Quereis vos alegres?
Tende vos então calmos e serenos...
E sempre em abreviados pedidos...
Que nunca deverão ir...
Para além da razão ajustada á divina conveniência!
Verdeja te nos meus passos
Na bravura dos meus olhos
No frescor da minha boca...
E quando te nominares estafado
Regala os teus olhos em min ...
Porque nesta vida meu amor
Abundo me no teu porto
E tu animas te em min...
E se por um acaso solene
Te apartares um dia daqui
Será nas nuvens...nas almas celestes
Que nos veremos nos dias afins...
Descansa te em meu ombro
Ño intermeio das rosas minhas ...
E nos tufos dos meus cabelos
Sonha me em ti...
Porque eu há muito te tenho...
Há muito te quis...
E nas canduras alvas das manhãs
Me ausento de junto a ti
E me vou visitar os anjos
Esses amigos que chamam por min...
E na volta abundante acompanha me sempre
Aquele cheirinho estonteante
Que te traz agarrado a min...
São gomos da lua... tintos abundantes
Beijos estonteantes que comes junto a min...

E é esta a forma que me dou ao Amor
De se descongelar junto a min...

Tuesday, December 23, 2008

Foi tanto o cansaço
Que me não pude deitar
Na tua boca...nos teus braços...
Enredada nos teus beijos
Sempre e sempre a suavizar me...
Porque os beijos amor
São as pétalas cheirosas
Aquelas cores preciosas
Que o artista se treina ... incessantemente a pintar...

E o que é maravilhoso no beijo
É a cor invisívil que cada um consigo traz...
Porque ... só na afinação pura dos sentidos
Se podem alguns... nela se alcançarem...
Ganha dinheiro!
Mexe te depressa!
Levanta te a horas
Para te ires a trabalhar!

Mas quem te diz a ti homem sincero
Que me quero partir por esses reinos a labutar
Afadigando me em desassossegos e me não poder deitar?
Quem te disse a ti que me preciso de ir para lá dos dias
Para lá das noites... para lá das madrugadas
Á procura do alimento para a fome saciar?

Quem são vós para me indagarem
E me não elegerem iguais?
Não tendes tempo para abraçar os céus
Não tendes tempo para vos soletrarem nos mares
E quando chegam os barcos á vela
Sou eu que acorro logo a vos contar!
E quando os céus parem as estrelas
Sou loguinho eu a vo lo anunciar...
Eu que alcanço os montes...que me entrenho nas terras
Que me viajo noa altos em redobrares de olhares
Me não tenho tempo algum para vos acompanhar!

Levantai vos cedo...vós!
Que não tendes o meu olhar!
Trabalhai fortes...vós!
Que não tendes o meu trilhar
Trabalhai vós que não sabeis narrar os mares...
Quanto á fome de que falais...
Já a não sinto...eu...que me fui Rei desta miragem ...

Agora esqueçam me!
Que me estou a olhar...
Para este tanto que passa... que estontetece... e me não cessa de encantar

Enquanto vós...estranhos...deixais vos mansos... a trabalhar!
Olhem os meninos sábios ás suas mesinhas sentados!
Caiem estrelinhas do céu... sabedorias aos milhares...
E nas caras redondas alegra se a cachupada...
São os filhos das gentes que os mandam contentes para este lado
A entregá los ás fadas que os põem logo a voletarem...
E adejam as ideias calculadas e sensatas
E conforta se a miúdagem nas sonoridades das letras e das palavras
E é tão bom aprender e ser ensinado...
Nestes colos de mães sempre a seus lados...
E depois vem a mão carinhosa da mestra a endireitar o braço cansado...
E no repouso dos dedos extenuados sopra uma brisa de coragem
Uma vontade imensa de se ter na alma justificado
Um desejo pródigo de se ver na vida julgado...
Ai os meninos curiosos com a enxada no punho
A escravinharem no caderno partículas da investigação
E a adivinharem nos seus olhos as mil e uma razões
Do verbo a esclarecer se... dos adjectivos a aparecerem...
E no tanto que há para dizer... no tanto que há para contar...
E ressoam nomes alto... é a Maria... o Pedro... e o Joaquim a deslumbrarem se...
Atentem se os rapazinhos nesta linda viagem!
Acudam também as meninas a voletarem
Porque quem procura sempre acha
No meio das flores... nos céus a pintarem se
E já se alegram os anjinhos no prenúncio das verdades...
Vejam as bocas grandes a soletrarem...
Os olhinhos atentos a analisarem...
É a sabedoria a galgar as almas serenas
Da criançada pequena a pesquisar se...
E reza se nas casas e nos altares
Aos perquerruchos que um dia se hão de afirmar
No agrado da ciência... na pureza do talento... todos a exaltarem se

Aprendam rapazes!
Compreendam meninas!
O tanto que neste mundo há por aclarar!

Sunday, December 21, 2008

Todos me olham com olhos desconhecidos
E no disfarce de seus hábitos
Estranham se me em disputas e desabafos...
Em ferozes impaciências
Sempre a me quererem negar...
Todos me vislumbram nas roupagens quentes de além mares
Todos passam e não me alcançam na miragem...
Porque os meus olhos não são deste mundo
Velejaram aos poucos na estranheza da carne
No mistério da esfera redonda que não pára de girar
E se na frivolidade dos mitos ...
Na constancia dos hábitos desatinados
Desmoralizo me e me não consigo decalcar...
É porque me não acerto na insignificância
Me não deslumbro nos planos há muito assinalados...
Mirem me na decadência de vossos planos
Na apreensão equilibrada de em vós me negar
E se não ouvides os sinos...
O campanário celeste de minha alma a orar
É porque deveras... na aragem de meu voletar
Ainda me não ouvistes cantar ...
A minha vida não é esta..

É a outra ... de onde me vim um dia ... aqui parar...

Wednesday, December 10, 2008

Tudo o que nos acontece de mal é culpa específica
Do silêncio dos nossos discursos ausentes
Dos nossos segredos...ou do muito que se fala...
Há que prostrarmo nos em prudências
No muito que na gente se ordena em se manifestar
E em interrogações...em exclusões de partes
Termo nos atentos ao sossego
Que dentro da gente hesita por vezes em se manifestar...
E em transparências fidelíssimas nos vigiarmos
Em modificações cautelosas nos avisarmos
Porque na distração escorregam tolices e enganos tais que...
Se não nos acautelarmos termo nos emos enegrecidos
E empobrecidos na regra celeste que muito mais vale...

Calem se os tolos e acheguem se os bravos...
Os meninos e as meninas desceram do céu
Em vôos ligeiros de pássaros...
Criaram se grandes no Alto
E aportaram se pequeninos em baixo...
E o choro das criancinhas são as estrelas a lamentarem se
Saudades escurcidadas ... no ar a redemoinharem...
Ai ... não chorem os bebés inocentes
Que moram aqui alegres Pais...
Senhores e Senhoras envaidecidos
Adiantando se nos vossos corações
Em sossegos e aconchegos a se entregarem...
Olhem bem as luzinhas nos seus olhos a brilharem...
Vestes envaidecidas do amor a espalhar se...

Caíram me há muito no colo... sementes tais...

Monday, December 08, 2008

Nasci de uma flor branca ... desnudada...
E no relampear de um clarão ateado
Me vi adereçada em vésperas de primaveras estreladas
Vieram as fadas madrinhas a me comentarem
Que da minha boca saíriam doces os meus beijos
E de minha alma...palavras sensatas...
Caíu me logo o feitiço no palato aveludado...

E na brandura dos primeiros passos
Na descifração dos endereços e moradas
Acorreram homens e mulheres nas pernas minhas a tropeçarem...
Que fado este o meu de me ter assim... já no princípio tão embaraçada...
Porque da minha boca não se soltavam os motes habituais
Denúncias grotescas a arrebatarem lhes a caça traiçoeira...
Foi em abastâncias de céus que me tiveram..
Assim...em apetites aproximados...

Ergui me há muito num campo apapoilado
De vermelhos e rosas a estontear se...
E assim me tenho até hoje irmanada
No célere convite que o vento me faz muito... sem me nunca avisar
Na ideia certa de com ele adejarmos sobre oceanos e mares
Espairecendo nos em delongas nos ares e eu... a espreguiçar me
Em arejamentos subtis em me não deixar ver nem espreitar ...

Estou sim...um pouco em todo o lado...
Eu sou a menina que dança
Aquela que canta nas noites sossegadas
O astro redondo que se apruma e se ajeita
Cheirosa...boa... a teu lado...

Eu sou o olhar que estremece
Nos teus lábios abençoados
Porque na abastancia quente da palavra
Me embalaste rainha afirmada...

E nos beijos que te mando
No requinte doce de um meu abraço
Te esgueiras inteirinho...sorrindo...
Enleado no meu regaço...

Sunday, December 07, 2008

Ai..o azul do céu imaculado...
Descendo me do Árbitro celeste
Em ateios de pureza a inflamar se...

Suavizo me num tapete nublado a descansar...
Ah!... atempada inquietação de me querer alheada
Deste círculo do cosmo que nutre e agasalha...

Quiseram me no terreiro duro a labutar
Mas quando posso... elevo me sana e sensata
Em proeminências e desditos a ousarem me ...
Atestam os documentos que me vim da terra a chorar
E eu desdito lhes que me cheguei leve na pura alvorada
Em asas auréoladas ... exaltando me logo no céu a afoufar me...
Chamam me louca...desatinada...
Mas eu asseguro lhes que daqui me não veio nada...
E que os meus olhos brandos de verde bordados
Resgueitei os eu em searas maduras prontas a entregarem se
E os lábios vermelhos... achei os nas flores que me trazem as alvoradas...
E sabeis vós...guarneci me antes de me imaginarem...
Mas foi aqui... nesta bolha estrelada que me muito quiseram...
Que me muito teimaram...

E na lonjura da minha morada
Na mortificação de meu corpo aprisionado
Tenho me por muito tempo perdida nestes buracos
Nestes vales e chãos arruinados...
Celebram se me só os sonhos que me arrastam para o sítio
De onde nunca me deveriam ter resgatado...

Vós que me conheceis...sabeis que vivo mesmo... é do outro lado...

Thursday, December 04, 2008

Mandam me falar pouco
Para se não ouvir nada!
Mas quem me manda calar
Não ouve o meu coração nos silêncios brancos
A pedir cores... a querer pinceladas...
A pedir um aconchego azul... e um rosa abraço...
E então ponho me a falar
Quebrando o sossego brando
De quem diz sempre... me muito amar...

Pronto...já decidi me não mais pronunciar
Porque é agora para mim que vai o meu olhar!

Monday, December 01, 2008

Andamos todos na ilusiva procura de uma santa...de um santo...
De alguém que nos possa aguentar
Indo se o Pai...folgando a mãe...
É difícil nos podermos contentar...

Quem são...senão os Progenitores
Os mandatários escolhidos do Senhor
Para num rasgo efusivo e em abraços guarnecidos
A todo o momento nos poderem perdoar
Amansansando os nossos defeitos e até os desculparem
Na defesa lamentosa de se verem a si próprios
Nas almas afectuosas que andaram a sustentarem...
Somos bichos activos nos caminhos cativos do mal
E se por um momento a nossa consciência nos não amenizar
Se por um distúrbio pequeno as vestes soltas da nossa mente se despregarem
Ver nos emos na certa confusos e até envergonhados
No meio de gente boa e sensata que balança sempre no julgamento a dar ...
E quem sabe até se não é mesmo assim que se deverá retratar o malandro
O impostor...mau carácter...o fraudolento... o insensato ...
No meio dos justos na firmeza bondosa de o não julgarem...
E em tempos morosos... em respeitos afectuosos
Para em cadências perfeitas um dia o poderem regenerar...
Mas só acontecerá se o seu coração se abrir em rasgos de humildade
Em vontades poderosas... em voltefaces de guerreiro pronto a se regenerar...
Mas o que acontece por vezes... e não é assim tão linear
É que se chegam sempre as mães prontinhas a aconchegá los...
E em mimos se abonam logo a abençoá los
E que a falta não é deles... derrama se sempre para o outro lado
E muitas se perdem em ruínas de dinheiros e em falsas identidades
São as que tudo esquecem na troca de um mimo e de um abraço
Para em íntimos e decências se não atormentarem...
Porque o que elas queriam mesmo era nunca os terem largado
Nos períodos dos abundantes tempero que eles renegaram
Pobres e loucos os que abandonam assim...sem mais... o lar...
Na ideia parca de se terem logo num instante por outro amado...
São poucas as vezes a que a um filho se não consiga perdoar...
Há que separar a carne do espírito contextual
E a dificuldade está então no afastamento do corpo estimado
Que ainda na sua trama não se consegue enxergar
E que ecoa aos ventos e á santa que o pariu e que lhe deu de mamar
Ordens...ditos e ajustamentos que lhe deveria a pobre de dar...
Coitadas ... será essa a justa paga?
Ah! a dureza de se ser mãe de estafermos tais...
E nas noites atormentadas... nos firmamentos de luas em encostos solares
Choram os olhos cansados na visão clara e terna
Do dia escolhido em que com esse nome foram abençoadas...
Mães num brusco grito de dor...
Mães nos rastilhos da submissão...
Parceiras de vidas abnegadas...

Enquanto as houver...
Aguentam se os homens e as mulheres
Entre gritos e espantos... em combates ou em tréguas...
Porque na hora de se lhes render a alma trémula
Encostar se á um rochedo na vida do género honesto
Ecoará na sua mente um nefasto trémulo
Não mais haverá absolvições e penas leves...

E depois chega o dia em que por elas se reza
Abre se lhes a camisa que vestiam...sinceras...
E nas malhas apertadas do peito que desfinhava... flácido...
Se põem os frutos aflitos em buscas de sinais de presépio...
Do menino que olhava e sorria sorvando o leite na mama quente
E que se espantava por meio de risos e carícias ternurentas...
Na visão endeusada de ninfa ajeitando lhes suavemente a cabeça
E lá de cima olham nos as mães com estupefacção
Perturbadas e saudosas da súbita instigação...

E é assim a condição sincera de quem por aqui anda
Na ilusão pródiga de ter engendrado amigos sinceros...

Cá por mim... isto tudo ainda me custa...
E por muito que me justifique...ainda não percebi nada...