páginas brancas

Tuesday, November 28, 2006

Escolhi te amor...
Para ... na tua pele quente me abrigar
Na tua boca húmida me banhar...
E que os teus olhos
Passeim então nos meus ...
E que os meus enfeitem os teus ...
E no despique de nossas vontades
No primor... no esmero de nossa vocação
Que se agarrem as nossas mãos
Numa reza sincera ... contínua ...
Num arrebatamento de fulgores...
Porque em nós...
Tudo é extemporâneo...

Monday, November 27, 2006

Amem se ... homens de boa fé !
Mas amem se mesmo!!!
Não nas cordas bambas da ilusão
Não nas lutas vantajosas do sermão
Amem se simplesmente
Num esfregar doce de quem semeia
De quem recolhe ... alegre a ceifa ...
De quem olha o eterno céu e exclama!
Amem se ... não na meticulosidade da ciência
Amem se ... não no petulante atrevimento ...
Amem se ... não na soberba elevação...
Amem se ... não na arrogância da sublimação...
Amem se sim ... na descoberta excelsa do outro
Amem se ... no esquecimento de si...
Na achamento amplo do outro
Na animação secreta do coração
Na distinção sentida e partilhada
E na afinação de vossos rubros ardores
No arejamento de vossa perturbação...
Estreitem se no lençol de vosso emoção
E cheguem se então ... mansos ... um ao outro ...

E assim falava o mestre aos seus pupilos que se debruçavam ... curiosos ... tentando esmuçar a lição ...

Sunday, November 26, 2006

São anjos que me chamam
E no despertar atenuado
Estendo os braços pedindo viagem...
Ai...esses anjos que me vêm buscar
Falam de mim...
Acenam...na busca amiúde de minha pessoa
E por dentro da multidão compacta
Aceno lhes...ávida...de com eles partir
E clamam em uníssono
O contentamento de meu resgato
Há muito pedido...
Porque na descida da noite
Por entre céus e estrelas
Me encosto serena
Á janela ampla do meu desassossego
E numa reza sentida
Estendo te as mãos
Meu amor...que te partiste...
E na retrocessão do tempo
Me vejo a ti encostadinha
Em recantos...vales amenos
De um dos nossos aventurados lugares
Na delonga de um beijo teu...
Vinde amigos...vinde me buscar...
Estou pronta pr'a deixar este lugar
Vinde depressa me ajudar...

E lá se foi a menina segura... numa asa para junto de seu amor...
Ah!!!Agarrem este vento
Esta corrente que me leva adiante
E no tornado de meus pensamentos
Acordo atordoada
Na confusa premonição
De sonhos...
E na importunação obsessiva das imagens
Sou a alma prestatória do passado...
Ah!!!socorro!!!
Se viver é cumprir o destino
Então que me matem
Pois que eu já cumpri o meu !!!
Nasci de uma dilatação da terra
De uma racha ferverosa
Que se queria despegar...
E no despertar de um novo tinto
Deu se o primeiro grito
Num mundo anestesiado
Anoréxico...que não queria caminhar...
E foi numa súbita distração
No perigeu de um astro
Que a terra me desnudou...
Desde então...
Calquei tufos quentes e frios
Pisei sem medo a terra
Escalei...trepei muros
Por cima... de lado...
Escavei túneis com o ímpeto
De descarnar na maldição
Gente que de mim se apossou...
Sem permissão !!!
E no atesar de desejos
Senti a terra tremer
Por cima de olhos submersos
Ronco submisso
De quem me atraiçoou...
Atestei nos olhos firmes
A vilania de quem por aqui andou...
Ah! eu cumpri sim o meu destino !!!
Dei árvores á vida...
Á terra que me desenterrou...
E dei também do leite
Que por mim escorregou
Adociçando montes e vales
E a boca de quem por ali passou...
Ergui ao ar um coro de crianças
Que de meu corpo se soltou...
Ai! cumpri sim o meu destino!!!
Mas... também...
Na inflamação de meu entusiasmo
Fiz promessas e errei...
Ah!!! está cumprido o meu destino!!!
Que se volte agora para mim
A face clemente de Deus
E num enlevo de piedade
Me guarde junto a ele...

Que seja leve o julgamento...
Sponte sua...

Friday, November 24, 2006

É donairoso o meu amigo...industrioso...
De belo olhar singelo
Que em si me aprisionou...
Mas... se nele me deixar sossegar
Que céus poderei então avistar
Para o ver... nele me estreitar
No requinte airoso de seu abraço...moroso...
Desejo...este o meu...
Porque ...serrarram lhe curtas as palavras
No coraçao célere...o seu
Que já se debanda...amedrontado
Do jeito cativo... o meu...
Pois que...
Na deambulação de um seu olhar
Avistei lhe caminhos cerrados
Por onde não quero passear
Foi fugaz...veloz...o seu pensar...
Pois...porque se me quiseres amar
Que o faças... lento...devagarinho...
No cuidado máximo do teu intento...
Aplicado...cuidadoso...
Desfiando as pétalas
Que trajam em mim...
Como se tecesses um bordado
Em roupa minha... esmerado...
E na aplicação de teu desejo
Que me tivesses a ti
Muito agarrada
Na profusão dos aromas
Das flores de um jardim...
Pois amor...
Que o faças então
Na geometria sincera de teu espírito
No esplendor quente da luz
Na fervura quente
De um pedaço de sol... meu...

Não amor...
Vede bem... espiei te...calada...
Na introversão secreta de teus intentos...
Não...não amor...
O meu trilho não é o teu...

Sunday, November 19, 2006

Nos dias de cansaço
Pestenejo ...estremecendo...
Fustigando o tempo...moroso...
Só para ver...amor...
Se te tenho a meu lado...

Saturday, November 18, 2006

Essa ruga pequenina...
Junto ao canto
Do olho teu...
É o paraíso escondido
Onde nos encontrámos
Num dia tranquilo
Tu e eu....
Essa ruga cheiinha
Junto ao canto
Do olho meu...
É o álveo adormecido
Onde um dia nos banhámos
Por meio de lantejoulas...
Beijos...
Teus e meus...
Essa mão quase adormecida
Bem encostadinha
Ao rosto meu
É o recato seguro
Leito...
Teu e meu...
Eu gosto é do amor
Aquele que cheira a rosas
Aquele que cheira á quentura
Do colo bom de quem se gosta
Ai eu gosto é do amor...
De falar pelas tardes adentro
Com os teus olhos
Bem juntos aos meus
E rirmos juntos
Rirmos ás gargalhadas
Ajeitando os meus peitos rosados
Que descansam sobre o teu
E sabes mais?
Por vezes na frustração
Dos meus caprichos singelos
Andejo sem querer nos teus
E tens me então por inocente...
E é no vigor do teu oculto intento
Que me tens sem eu querer
Pois que os sítios
Por onde me levas
São para mim amor...
Os meus....
Amedrontam os crápulas gente boa
Que na sua cega visão da maldade
Mais não buscam a não ser...
A raíz da verdade...
E foi assim que um dia
Se apeou do justo o ladrão
Tomando o por incerto na razão
Na busca insensata de um culpado
E achando nele pouco senso
Encheu o de falsos propósitos
Mas o que lhe pareceu fraco
Num ápice o atordoou
Varrendo lhe da mente a golpaça
Que ao chão o arremessou

Viva!nobre pelejador!!!

Isto é só para não tomarem o que vos parece fraco por tolo...dizia o avôzinho ao neto que lhe pedira para lhe contar uma história...

Wednesday, November 15, 2006

Era jovem...trabalhava... tinha tido, na ilusão da idade, nos tempos áureos do seu corpo forte de então, uma remessa, uma resma de gente pequena que lhe enchiam o coração...o homem era sensato, pelo menos parecia lhe a ela, que sentia, como á terra que lhe alimentava os filhos, ânsias de procriacão...era quase sempre na primavera radiosa e limpa que se esfregava...cheirosa ao marido, que a prendia nos seus braços, e que lhe sussurrava á orelha o quanto lhe queria...e assim foram chegando aos poucos, quase todos os anos um rebentinho lindo que ela embrulhava cuidadodamente num paninho de linho cheiroso e perfumado pelo sabão azul e branco com que lavava a roupa dos seus meninos...e um dia, no meio de toda aquela agitação,começou a escacear na dispensa o feijão, as batatas, a farinha o açucar, de tudo um pouco que dava a terra do quintal vizinho e daquilo que se ia buscar á mercearia. Não bastava já para o sossego da fome na barriga dos meninos...começaram então pequenas disputas,indisposições...o marido cansado do dia de trabalho pedia pela janta mal chegava a casa,ela coitada de avental descorado enxugava as mãos molhadas, na pressas de atender o seu homem...mas vinham as crianças atrás,num desassossego feroz que se atravessavam no seu caminho estendendo as boquinhas esfaimadas na procura do pão...e o homem até não era mau...pegava nos seus pequeninos, enchia os de beijos, esvaziava os bolsos e estendia lhes de vez em quando ums reboçadinhos roubados aqui e ali, nalguma lojeca de rua, pensando antecipadamende na alegria dos seus meninos pequeninos...pois que as crianças nesta idade tinham barriga para tudo...o pão ía se num instante..o leito também...queijo nem vê lo...manteiga tambem não...servia a margarina para barrar o pão, por vezes regado com cristais de açucar que brilhavam e que os meninos diziam que eram pedrinhas preciosas que lhes iriam enfeitar as barriguinhas...e a mãe ria se e o pai também...eram sete de entre meninas e meninos, todos brigões...mas a mãe deleitava se em vê los encarrapitados todos uns nos outros com a força de jovens leões...e eram mesmo lindos, aqueles bocadinhos de gente cor de rosa, embrulhados muito quentinhos em roupões...roupa que lhes davam gentes ricas...e muito obrigada então, pois que não é vergonha nenhuma aceitar o que de tanto subeja a outros...e a mãe trazia os sempre muito asseadinhos ,os vestidos e as calcinhas remendadinhas, pois que ela tinha boas mãos...mulher de parir bem também se queria habilidosa no remendo e na confecção...esperava pelo marido todos os dias por volta das sete da tarde...muitas vezes mandava o mais velhinho esperá lo na encruzilhada, mas em baixo da rua onde moravam, para o rapazinho o aliviar de cabaz e mala, pois isto era no tempo em que se trabalhava no duro, e em que se levava a bucha para o trabalho, na intenção de poupar uns tostões...e lá entrava o menino primeiro e o pai de seguida, arfando de cansaço e desejoso pela janta...eram tempos felizes...ninguém sonhava demais...era preciso esticar o tempo até ao dia seguinte, e na graça de Deus, continuá lo a viver como até então...a mulher não se queixava...e o homem também não...e todos se enrredavam no serão, nos braços gordos e esguios, sendo os do pai ou da mãe, como se trepassem por uma árvore acima, e na alegria das cócegas que sentiam nas barriguinhas, como se de folhas se tratassem, de tanto se esfregarem nos raminhos que os prendiam, os meninos deleitavam se nas conchinhas que seus pais fingiam, com suas mãos concavadas, segurando testas, rabinhos, braços e perninhas...eram bons esses tempos em que mais não se desejava a não ser o calor do peito farto da mãe e as colunas grossas das pernas do pai a que a miudagem se agarrava...os nomes dos meninos não interessa...o que importa é que todos eram um mundo...mas vou ceder á tentação e dizer por exemplo que a mais crescidinha era a Maria...larga de anca, com uma voz clara e macia...cantava para os irmãos...descobrira lhe o talento, a vocação certa vizinha abastada que um dia a ouvira entoar uma melodia, adormecendo o irmão.Parou, expectante, á porta da casa, do barracão,e admirada, procurou com o ouvido o caminho de onde vinha a linda melodia.Adivinhou lhe algo de desconhecido até então...julgava a senhora que gente pobre não podia cantar assim...a sua menina de saiote engomado e fitinha de veludo na cabeça, não conseguia ajeitar se na arte, apesar de ter já tido dois professores de música...qual seria o segredo então?Chamou em voz alta a pequena, que do susto se foi abrigar para dentro de casa de seus pais...pois que esta era a altura em que era vergonha ser se pobre, e os ricos tratavam nos como uma sub espécie de criaturas feitas á pressa pelo criador...pois é...não se pode ter tudo...queria então a senhora ter filhos bem vestidos, cheios de prosápias, e que os dos pobres nada tivessem, a não ser uma barriga sempre a pedir por ração...e foi se a inveja apoderando da senhora, e quando se encontrava na rua com alguns deles, dos meninos, perguntava sempre pela mana que cantava bem..pois é...quanto não daria ela para ter uma filha assim...e mais...a miúda já rondava os seus onze aninhos, não tardava nada, tornar se ia numa linda donzela, leve nos calcanhares, bamboleando aquele traseiro redondo...lindo... era graciosa...olhos negros cor da azeitona, cabelos longos, cheinhos de caracóis,toda roliça, e pior, já suspeitara mais de uma vez que o marido olhava para ela,com jeitos de caçador atrás da presa...e de repente,afundara se na cabeça da dona, a ideia de falar com a mãe da pequena, pois que tinha uma cunhada longe, que precisava de uma miúda para servir, e que não seria má ideia de todo,mandá la para longe dali, na dupla tentativa de não ter mais que carregar com as suspeitas do marido, e ela, por sua vez, de não ter de ver ali mesmo ao lado, uma rapariga muito mais bonita do que a que parriraa.Foi se então um dia toda arranjada e perfumada falar com a mãe da menina...chegou se então a farta mulher de olhos arregalados saber a causa da sua vinda, e ao conhecer o propósito da dama, crispou se, arregalou os olhos de espanto e levantando as mãos ao céu disse lhe numa voz que não admitia réplica-vá se senhora daqui, que minha filha não a fiz para a pôr servir,somos gente pobre que trabalha, nosso sustento meu marido o traz e eu pela graça de Deus,também me vou arranjando com algum trabalhinho.Não lhe meta aflição o nosso viver, ora me essa...e a dama contrariada, saiu bufando,apelidando de louca a amorosa mãe que queria era os seus filhinhos todos juntinhos a ela.Ninguém sabia, mas a mãe desta gente toda tinha sido uma menina com uma educação requintada...muito piosa, valera lhe a ajuda de Deus para aguentar a vida difícil que um dia escolhera...enamorara se de um simples jardineiro que tratava dos jardims da casa de seus pais,e um dia, pela calada da noite fugira, depois de se ter descoberto o interdito namoro que pelos cantos da fausta mansão se fazia.Além de umas tremendas tareias que apanhara do pai, sua mãe não se quisera intrometera com medo do marido,pois era mulher fraca e sustentada e um belo dia fugira lhe a segunda filha para lugar incerto.A jovem perdida de amores se arrastou para terras longes de casa, e até ao dia de então nada mais quisera saber dos seus.Mas o que ninguém sabia era que ela, no pouco sossego das noites, ensinava os seus meninos e meninas a lerem, e todos em casa rezavam e liam salmos da bíblia que lhes iam aparando a miséria material em que viviam.O homem não era mau...até achava bem, e sonhava em ver algum dos seus filhos com os livros de baixo do braço a caminho da escola, fazer se, quem sabe, um dia doutor...A mãe principalmente nas vésperas dos partos chamava em silêncio a sua mãe, pois que mal não lhe queria, sabia a resignada com o destino que lhe dera os avós,Era mulher de pouca vontade, amante do luxo e da sociedade.Ela, a rebelde, timha desonrado os propósitos nobres da família, de a entrgarem um dia a um abastado negociante.Mas ela gostava mesmo era do seu homem que a enchia de beijos .Poderia pensar se que cedo a mãe se arrependiria do passo dado, mas não...Ajeitara a vida numa montanha de ocupações, ensinava aler e a escrever aos meninos,todos eram educado,asseados e de boas maneiras.Todos se admiravam com o jeito cortês,afável das suas palavras, e ela sonhava era com o dia em que pudesse mostrar a sua rica ninhada aos pais.Do que ela mais tinha saudades, era do piano que deixara na casa parental...e depois tinha havido aquele dia em que o seu homem tinha pedido licença para entrar no salão de música para colocar por cima do piano onde que estiva ela sentada,uma jarra de pequinas rosas vermelhas e brancas que a sua mãe encomendara a rapariga da cozinha.Dali o recado fora directo para o jardineiro, jovemzito de dezanove anos que, deslumbrado pela acasião de entrar na austera casa depressas de despachou de acudir ao pedido.Foi a medo que galgara as escadas para o primeiro andar, mas não lhe fora de nada difícil encontrar a sala de onde tinha vindo a encomenda.Espreitou, comedido, e pediu licença...fora uma questão de segundos...tinha uma cara larga, como as flores que carregava, e o seu sorriso era tão brando, tão clarinho, e o cheiro que de desprendia dele era o de um perfume exótico.Tinha o cabelo solto, e um ar de gaiato que logo a encantara.Bastou um leve sorriso para se lhes prenderem os sentidos.Seguiram se as longas noites de insónias, as idas curtas á janela a espreitar de soslaio e um dia aconteceu um encontro furtuito por debaixo de uma tílioa centenária, como seria centenária a sua união.E nesse beijo ela viu a carainha de todos os meninos e meninas que iriam ter, cada um com o cheiro exacto de uma flor, que se entrenhara há muito na pele do rapaz.Depois o que se seguiu , foram queixas á patroa, mãe da menina, da parte de uma criadita há muito apaixonada pelo rapazinho , amor não retribuído,e a primeira sova naquele corpinho até então virgem de qualquer áspereza ou dor.E um dia fez as malas e fugiu com o seu amor, pois já quase endoidecia, de tanto chorar, e depois, aqueles ardores de noite que a endoidavam,aquelas ânsias de ao rapazinho se enlear...ai...se tudo isto pudesse não ter sido feito na traição da vontade de seus pais, hoje os seus meninos e meninas teriam mais amparo e amor...

Monday, November 13, 2006

Deixei me enrolar na anelação de te ter...
E na ousada perseguição
De meus sentidos
Avessos aos teus
Deixei te um dia...
Na concatenação... na racionalidade louca
De meus propósitos sensatos...

O pior... foram as conversas com o meu coração....

Sunday, November 12, 2006

Vou sim amor...
Encostar a minha cara á tua
Para fugir do desasssossego que sinto
Em andar por aí sózinha
Sem saber por onde ando...para onde vou...
Vou sim amor...
Juntar a tua perna á minha ...andeja...
Para ter o descanso cabido
Das andanças desmedidas... solitárias ...
Em que me balanço...e que me cansam...
Vou sim amor...
Guardar a minha mão na tua
Para me vestir da quentura branda
Que me falta em tempo de ânsias

Deixa me...meu amor...
meu amor...
Foram se apoucando as ilusões
Que a mãe...então vaidosa... tinha...
De ter dado ao mundo rebentos
De sua adoração...sem tamanho...
E na elevação amorosa que lhes tinha
No basto afecto de suas prendas sublimes
Navegavam sempre seguras suas intenções

E foi assim que num dia...
Trocando a aparência pela realidade
Se desdobrou a pessoa
Em mágicas poções...mil enganos...

Descobriu os a senhora um dia...

A todos eles... fartos camaleões...

Saturday, November 11, 2006

No exílo da minha alma
Entreti me na indignação
Ao ver verdades pintadas...cobertas
Ocultanto luzes...
Poderes regeneradores
Assento firme para pecadores...
E no exílio da minha pobre alma
Rastejei cansada
Na observância amiúde
De tumores e calamidades
Fizeram se exéres...em vão...
E no corpo que me levou
De sua alma junto á minha...
Descobri esconderijos...desassossegos
Com olhares fulgentes
Desinquietei emoções
Abortei revoluções
Sentenciei culpados
Lancei confusões...

Mas na vista das gentes açoradas...
Imunes á repreensão...
Cançou se em mim a vontade
De um dia querer aqui ficar...
E um dia...
Depois de muito apraçar...
Parti...

Pobres...os apóstatas...

Monday, November 06, 2006

A menina do mar era azul
E o vestido dela fundia se
Na espessa espuma que a abraçava
Era linda a menina do mar
Muito coradinha dos beijinhos que lhe davam
Sempre que por dentro dela se atiravam
Os meninos calorentos...ansiosos por nadar...
E a menina por vezes subia ao céu
Para lhes ver a cara fresca
Para melhor os observar
Pois que a menina só via...não podia falar...
Ai...a menina por vezes sentia se abandonada
Naqueles dias curtos do tempo
Em que ninguém para dentro de suas águas saltava...
E um dia chegou o desalento
Por dentro dela...pr'a ficar...
E então ouvia se lá longe nas casas de betão
Um uivo...um atito sardento
Mesclado de aflições...torpor aflito no coração...
Acorreram então os meninos á praia
Para melhor se inteirarem da situação...
E mirando as águas frias surgiu na observação
Um torvelinho de estrelas cadentes
E no deslumbramento da cintilação
Acenou a menina á multidão
Desenhando no ar um coração...
Todos perceberam o sinal...

Algumas crianças adormeceram
Na demorada espera
Mas o que não viram...foi então...
Chamou a menina as estrelinhas do céu
Incendiou lhes o coração...
São esses que se pasmam...sempre...
Olhando para a fresca água
Demorando se no alívio do calor...
São festinhas que lhes manda a menina...


É por isso que hoje...nas tardes de inverno vão pessoas sentar se na areia das praias
olhando para o mar revolto...esperando a menina reluzenta que encantou um dia a seus pais e avós...

Sunday, November 05, 2006

E a menina passeava nas estrelas
Pedindo guarida a quem por ela entrava
E na brusca revelação
Da sua fresca imortalidade
Deu por si vestida do nada
Como nascera...lá do outro lado...
Rompera laços com os seus pecados
Ajustava se na alma
Ao ali prenunciado
E ao que lhe era pedido
Em voz cantabile...
E numa brusca visão
Foi se recolher quieta
Junto ao sicômoro do seu jardim
Que para ali também viera...
Gordo e manso...como ela...

Nunca mais estaria presa numa mansão...tinha por todo o lado gente a quem falar em jeito de bordado imenso... no sossego da eternidade...
A vida...toda...
Assenta em terras movediças...
E no sabor morno do tempo
Se alegram as pessoas...contentes
No desmorenar calado
De seus intentos...
E é lento o sepultamento...
E nas terras alagadiças se balançam...
Os trapezistas vaidosos
Indo e vindo...satisfeitos...
Pisando com afinco
As alegorias de que são escravos...

Para mim basta!
E tudo agastamento...irritação...

E assim clama um velhinho ao transeunte que passa...incólume...na revelação...

Saturday, November 04, 2006

Foi no sossego dos teus lábios
Que me encostei...sossegada...
Enfraquecendo me os sentidos
Sob o pulsar quente...imarcescivel
Do amor que te tinha...

Pois é...

É se sempre inocente até se apanhar a vítima...

Tudo o que vem a seguir são ignominias...

E é mesmo assim que a maioria das pessoas é...
Carrascos sangrentos á procura da caça...

Lobos...chegaram os lobos...

Friday, November 03, 2006

Rememoriou sentenças
Dos príncipios de então
E no nevoeiro labiríntico se perdeu
Aguçando em si recordações...
E foi num mar lamacento
Que se achou a deambular
E na cauda do tempo
Se viu a tropeçar...
Agachou se na oposição
Em termos vividos...
Da desaustinação...
E na remição de sua culpa
Chamou a si hostes de anjos
Que o viessam revivificar
E no meio de seus braços iluminados
Da inocência imaculada
No sossego de seus beijos
No purismo cuidado
De sua educação
Se converteu o pusilânime
Num honesto cidadão..
E na açudagem do seu temperamento
Se viu livre então...

Escapou por um fio ao puntillero...na arena...do céu...