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Monday, March 29, 2010

Adianta se a gente no sonho perpétuando rimas ... saudades
Deslindei na frescura da minha idade coisas antigas ...passadas
E como uma criança que nasce ... como uma prega ajustada
Põe se a meninada já adiantiada a torcer e a quebrar vidas embrulhadas
Quem quer fugir do presente é louco ou faz se
Quem quer mergulhar no ventre redondo do avelhentado é audaz...pirata
Disseram me há tempos para não passear por lá
Advertiram me das dores a passar o estreito buraco
Admoestaram me erguendo bandeiras a censurarem me
Mas eu fartei me deste tempo destas horas que rastejam e custam a passar
Aninhei me em profundezas e em quenturas do passado
Fui menina ingénua estúpida e parva
Mas não faz mal porque na inocência se tem logo o homem perdoado
Fui e vim vim e fui sempre enlaçada ... atordoada
Não faz mal ... pode ser que numa ida ... até cáia
olho em redor
Oho para a obscuridão clara que me rodeia
Nada sinto nada toco
Só futilidades riscos ancorados
Caiem flocos de neve por decima do meu pecado
Só o sol que me aquece só o siroco que me estontece
E é nesta veia nesta dilatação do tempo que se abre
Que fujo que me despedaço daqui
Para ressuscitar do outro lado!

Tuesday, March 16, 2010

Diadema de Anjo fatia divina
Sombra deambulante nos ares do caminho
Sonetos ...encantos...
Ilusão sonífera? ... fascínação ...
Rodam as pérolas soltas numa festa adormecida
Conchas ... brinquinhos de menina
E o tudo num compasso amplo em ampla harmonia
Ouviram-se saliencias jactos pequeninos
Enrolaram-se cantatas árias magníficas
E no sono dos homens nas suas camas enroladinhos
Ressoaram sonoridades desconhecidas...
Trouxera no tocada e nos seus lábios ruborescidos
Frémitos ágeis sussurros em melodia
Agaichou-se logo a humanidade serva e humilde
Acalentou lhes a prosa o cantar a raiva nas veias ressequidas...

Foi sonho...quiméra...humildade a minha!!!!!!!!!
Diadema de Anjo fatia divina
Sombra deambulante nos ares do caminho
Sonetos ...encantos...
Ilusão sonífera? ... fascínação ...
Rodam as pérolas soltas numa festa adormecida
Conchas ... brinquinhos de menina
E o tudo num compasso amplo em ampla harmonia
Ouviram-se saliencias jactos pequeninos
Enrolaram-se cantatas árias magníficas
E no sono dos homens nas suas camas enroladinhos
Ressoaram sonoridades desconhecidas...
Trouxera no tocada e nos seus lábios ruborescidos
Frémitos ágeis sussurros em melodia
Agaichou-se logo a humanidade serva e humilde
Acalentou lhes a prosa o cantar a raiva nas veias ressequidas...

Foi sonho...quiméra...humildade a minha!!!!!!!!!
Vinde a meus braços te descansares
Oh rei amante amigo !
Neste voo neste salpico
Neste descanso azulado
Vinde amiga vinde olhar
O arremesso do célere équideo!

Numa noite estremunhada
Num descanso merecido
Serpenteou o vento
Murmurou baixinho
A vontade súbita de me levar o amor
Para estranhezas incógnitas
E que todos calculam nobres e felizes ...

Num redemoínho num roda destemida
Alteou se a beleza nos ares ... muito apetecívél
E todos da terra e dos mares a viram
Em nobrezas de traje nunca visto
Era um pêssego rosado armado de morangos rijos ...

E numa dança que mais nunca acabava
E que nunca fora vista
Foram se os dois a mais a amiguinha
Para reinos celeste nunca intrigados jamais vistos ...

Reza a lenda que á hora exacta
Em que o negro cobriria a cor do dia
Ir se ia aérando nos espaços alumiados pelas fadas velhinhas
Abraçada com deleite a um corno afrodisíaco
Uma certa Donzela ... a mais casta e pura que o Reina trazia
E num relance célere que mais parecia magia
Embrulharam se lhe por instantes
Desígnios honestos de boa viagem e sabia estadia ...

Pois que ela sempre soubera
Que a viriam buscar um dia
Das lonjuras pré anunciadas para outras periferias ...

Pedira ao Amor que se lhe anunciava nas noites finas
Que lhe deixasse levar a amiga...
A boneca com quem falava e partilhara a sua vida...

E quem quiser avistar a história do lá de cima
É só chamar por elas com aquela voz que por aqui traziam !



-Envolée lyrique á la licorne -

Sunday, March 14, 2010

Desembrulhe se a manhã neste véu erguido
Nestas sedas rosas nestas transparências luzidias
Que eu me vou desfolhando logo fresca pela matina
Me estendendo nos sulcos prateados desta rocha negra e enriquecida!

Oh céus! oh galáxias por decima de mim sobreerguidas !
Vede a minha testa os meus olhos onde todos se interpelam
Para onde todos de dirigem desassossegando as virtudes
Onde se degladiam a inocência a piedade a coragem e a fortuna
Onde tudo se remodela e a que eu dou vida sempre milagreira e resoluta
Sou a alegria a saudade a tristeza a candura
Decalque ... sofisticação ... novela ... intriga e a razão
E quem se abraçar a mim de leve pela hora cedinha
Ter se á enredada e enriquecido na alma
Pelo amor incontestável e pela prosa minha !
Vede ... vede os braços que se abrem
Os dedos que se desnovelam e te mostram
Por onde se estende o sonho e as palavras
Que só ums se atrevem a sussurrar baixinho
Desdobram se no meu fato fatias de mares e colinas
Ensaios ferverosos...colorações mimosas estas minhas !

Quem a mim se vier aconchegar débil e sózinho
Ter se á na volta logo amado e enobrecido
Aquecido nestas vestes largas cheirando a aurora púrpura
Requinte solene...trapézio sublime!

Acheguem se a min em benções santas e enaltecidas!

-Aube des origines-

Saturday, March 13, 2010

Viestes amor ressoletrar a minha vida
Em piscares miudinhos dos teus olhos na sombra minha
Em anunçiações singelas numa divagação ampla
Num sorriso prodigioso de quem tudo sabe e já tudo adivinha
Num rebate doloroso de quem há muito procura e não se acha na pesquisa

Deslizo me nos teus olhos ... na tua carne que se funde na minha
Amor que há muito te fostes ...empenando um sonho antigo
Volvo me alegre na tua imagem no teu sorriso
Nesse friso doirado que agora me aclar...me alumia...

Vem...vem...meu amor envelhecido!!!!!!!!!!!


-Au-delá du mirroir-

Monday, March 08, 2010

Na terra onde me despertou a vida
Conceberam me os trigos os arrozais
Idearam me os céus a cabeleira
Com as estrelas em ternuras a pentearem ma...

Na terra me larguei um dia a partir
Oh!terra minha ... terra amada!
Casa de mãe... braços largos
Desenhando pontos e vírgulas
Beijos repicados ... delícias!
Chão de pedra telhado de lua tremido
Sonhos regados de mel nas noites amortecidas!..
Terra querida aconchego de Pai de Mãe em braços benditos
Embrulho desvanecendo se na hora da partida!..

E dava a cara a Donzela ao passado já ali adormecido
E agradecia lhe a Bondade com acenos que ninguém mais percebia
A não ser aquela terra aquele céu
Aquelas espigas onde se alongara pequena e crescida
E embrenhara-se lhe o cheiro naquelas árvores
Que com ela tinham falado e rido
Tecido conversas fartas ... mescla de alegrias e gemidos
Que se iam a encher o riacho estreito e pequenino
Serpenteando uma falha do chão mole e quebradiço

Vai-te vai-te estrelinha
Romã apetecívél!
Pera madura
Maçã coradinha

Ide! que o teu dia se findou já por aqui!

E porque ninguém sabe
E porque ninguém imagina
O que acontece após a partida
Quis que a Santa ... a Pequenina ... que um raio de sol
Se apoderasse do cheiro do seu sangue morno e fidalguio
E pelos montes pelas searas que percorria
Cresciam por detrás dela flores e fruta macia
E todos a esperavam nos lugares e vilarejos vizinhos!

E por onde fosse que ela andasse
Um dia na certa voltaria ...
Porque aquele pedaço acalorado e doce
Estaria sempre esperando por ela ... há muito ida!
E em varreduras aos montes e colinas
Em busca desse aroma e fragrãncia diminuídos
Da tal essência selecta e eleita
De que o velho casario se já vira destituído
Gemia já na carne a saudade sentida ...

Terra terra amada!
Minha glória...minha vida...

-Terra Amata-