páginas brancas

Thursday, July 24, 2008

Me vou agora andando
Para as terras de além mar...
Alegre...sózinha...
Com meus amores... me encontrar...

A água salgada do mar...
Para me ensonar...
A areia fina para me afagar
O sol quente para me abraçar

E depois do tudo dado...
Me poderei serena...voltar...
Para os braços de meu par...

Mas me vou...e sózinha me voltar...
Para me não distrair...
E me não atraiçoar...

E também amigos...
Para me não apartar
Deste tanto e tão lindo
Que o Senhor criou
Para nos ofertar...

Me vou...vou...vou...
A voooooooooooaaaaaaaaaaaarrrrrrrrrrrrr!!!!
Vi te...
Parado...
A chorares...
No regaço de minha mão...
E as lágrimas não tinham cheiro
Não tinham cor...
Eram fruto da solidão...
Essa que todos conhecem
Essa... que se extingue na doação...

Dai te aos outros
Sem requisito...sem condição...
Vela por novos e velhos...
Mas em franca meditação...
Porque... debaixo da roupagem lisa ou dobrada
Estendem se...esticam se sempre...
Braços...mãos...
Na procura de um enaltecimento...
Na vez da condenação...

No olhar sereno de quem passa
Na passada lenta de quem anda
Na palavra falha de quem fala
Há sempre um segredo...uma confissão...
No afastar da dúvida..
No isolar da dificuldade
Tarda a dolorosa aclamação
De quem...na incógnita... se dobra leste
Em augusta aflicção...

A verdade Senhores é esta...
Todos nos afastamos do âmago da consumação...
Da terrível confusão...
Todos temos medo da dor que magoa...
Da tormenta...do grito... da rejeição...

Mas não se esqueçam amigos
Que é assim...neste abalo doloroso
Que se nasce...se cria e morre a gente...
Em atentados dolorosos á razão...

Sufrageiam se leis...decretos...éditos...dominações...

Quanto a nós...
Quanto á carne e á alma que somos...
Só Deus...um dia se pronunciou... de antemão...

O melhor é mesmo... não querer justificação...
E aceitarmos um dia a decisão...

Mas se eu te vir triste um dia...
Vem...achega te...irmão...
Se encostares a tua face á minha
Num exílio voluntário...
No quebranço da razão..
Na paragem de um compasso amistoso...
Verás que a rosa fica sem espinhos
E o cheiro a rosmaninho
E as aves e os passarinhos
No ar se ficam a voletar ...
Porque esta pele que é minha
É teu jardim ... irmão...
Um atalho pequenino
Semeado de carinho
Tudo se apurando em diligências distintas...
Dando nos a amornar ...

Tu e eu sentadinhos...
A ver passar este redemoinho
Na dilatação do meu e teu sentimento distinto...
Na tardância voluntária de voltarmos sós
Para o mundo estranho dos homens
Que não querem a mão a dar...

Todos os amantes se sentam ... paradinhos...
No sossego de sua paixão...
E neste celeste desígnio
Se estudam ... no mistério da confissão...

No afecto... confirmam se sempre os talentos...
Que ums têm... e outros não...

Sunday, July 20, 2008

Um dia vou descansar
Numa ilha solta do paraíso...
Sem ter ninguém a me olhar
Agraciando este vazio lindo
Que em mim...
Alguém há de um dia semear ...

Nesse espelho novo...
Me hei de reabilitar...

De verdade...verdadinha...
Eu sei que um dia vai ser assim...

Toda vestida de branco...
A encantar me...
Sonho com o amor que me olhe e se espante
Com a benquerança a pegar me no seu colo... e me balance...

Ah!como eu tenho saudades
Daquele regaço pequenino
Onde eu cabia redondinha...
Sem ninguém a julgar...
Sem verem ao que tenho...
No desejo de tirar

E é por isso que nos tempos de adulta
Me faço ainda menina...
Dando me a enganar...
Falando de mansinho
Dando minha mão a pegar...
A ver se ainda há alguém
A querer comigo caminhar
E eu... sem rumo conhecido...
Sem nunca desconfiar...
Sempre e sempre a acreditar...

Ah! as saudades que eu tenho
De quem me possa ainda dar a mão...
E alcançar a menina pequenina
Que anda por vezes sem rumo...a navegar...

Será mesmo?

Saturday, July 19, 2008

Olham me olhos bravos
Acercando me de longe
Das terras daqui e d'além mar...
E eu finto me neles...tonta...
No tanto me alumiarem...
São escuros como á a terra boa
Que nos vê a criar...
São vistas desembrulhadas
Que se dão a confiar...
E no flautim doce de suas vozes
Há qualquer coisa a clamar...

Páro e escuto...este farto de chamares...
Penso e cuido porque estarão a chorar...
É a celebração do diabo
No íntimo de quem anda a penar...
São colos vazios a tentarem abarcar ...
São mãos estendidas procurando um lugar ...
São pés cansados querendo leves... deslizarem ...
Braços desemparados querendo agarrar...
E eu ouço e não faço nada...
E eu sinto tudo... mas não me ponho a andar
Não largo tudo... a agasalhar...
Não atento aos rumores que passam...
Ah! pobre de mim... que me estou a sepultar...
Oh!desgraçada aldeia a minha...cerrada de malhas
Desgraçada consciência cercadas de grades...
E neste desajuste vive a gente conformada...
Rejubilando nos nos desejos...fartando nos...PARVOS!!!
E sossegam se logo os corações
Na distância que nos separa...
E Logo se desgasta a diferençiação ampla
No intimo de quem ...cego... se avantaja...
Quem...na sua folga se está para desgastar?

Mas em mim...o nó está engatado
A visão não me larga...
Vivo no entremeio do luxo requintado...
Do tanto que me é indiferente
E que a outros falta...

Mas a raça humana é mesmo assim...
Morna...parda...
E tudo vive em alusiva farsa...
E todos se encolhem num bloco massiço
Bem encolhidinhos para não deixar
As vistas...os cheiros...as misérias
Que por dentro de suas almas trepassam...
E TODOS SE CALAM!!!!!!!!!!
Somos bichos tremendos...sanguinários...
É o apelo do sangue do povo...no dos filhos derramado
É o gueto horrendo de quem se reflecte feliz...
No tinto escarlato...perfumado... recriado
E que em tudo o resto não se acha...
É razão superior para os fracos não olharem para o lado...
É o primitivismo da raça na sua essência mais fraca...
E como somos quase todos iguais
Reina o comodismo ... a egolatria...e tudo o que se sabe...
É a cegueira comunitária onde todos se calculam felizes
E onde muitos se fraudam...
Mas onde poucos ...correctos... se atalham...

Mas sabeis vós...
Que esta gente aqui...também se esfola no trabalho
Desassossegando se no mandato das ordens a aplicar
E nas noites cansadas fecham se lhes os cordões da alma
E muitos adormecem em excessivo abatimento... cansaço...
Esta vida senhores...
É atrapalhação...desapontamento...
Um tapete colorido de afectações
Onde poucos se retratam...

Vinde comigo...esses ...
Que estremecem... solidários...
No agravo da culpa...

Na trangressão do pecado...
Eu vou...
Mas já venho...
No setim da tua saia
Na prega da tua manga...

Eu me dei a ver... amor...
Nas noites despenteadas
Em que o sono estranhava
E o tempo em ti se afadigava...

E eu ia e vinha
Alegre e deslumbrante
Rodeando a cena derradeira...
Andorinha...cantarolando...

E como o teu peito era largo e grande
Assentei lhe um ninho pequeno
Dilatando me em esperanças...

E na extensão de tua folga
Governei sózinha...sonâmbula...
Um amor que haveria de ser a dois
E que foi meu..só....um dia primeiro...

No desmancho da tua vontade
Me afastei alheia...
E no impedimento de minha vocação
Me hibernei...afectada...
Na constância do meu anseio...
Sem que por mim desses...
Sem nunca me teres a olhar...
Mascando lembranças...
Relembrando vontades
Num cantinho de teu peito
Onde por vezes...me vou a repoisar...

Tu... que me nunca exigistes...
Tu... que me nunca ambicionastes..
E eu...columbina...que te tanto sonhava...

E assim me vou ainda em ti demorando...
Teimando me serena por instantes
Experimentando me um pouco...
No meu intuito...alusiva ambição...
No desejo de teu apego...
No favorecimento da minha vontade..
Na espera diminuída de que me alcances...

E é no teu seio... na obscuridade de teu olhar
Na indefinição de teu modo e parlar
Encostada á valentia de meu ânimo
Que me vou ajeitando um pouco...em cada instante
Na cama fresca...rodeada de cheiros
Onde dormes sereno...
Sem nunca me veres...
Sem me nunca olhares...

Eu vou... e venho...
Até um dia ... me cansar...

Thursday, July 17, 2008

Há quem não entenda...
Esta rotina que passa...
Este tempo empoleirado em si...
É só parar e descobrir
As coisas que se mexem...
Que redopiam por volta de ti...
E tudo se entrelaça...
Tudo se desfaz...
Nesta pausa que já passou
E agora se esgueira em mim...
Ah!será que estou viva?
Falta me por vezes o verbo...
A maneira de falar...
De dizer as coisas
Que dentro de mim
Ficam a borbulhar...a gotejar...delírio!
Falta me a destreza de tudo desbaratar
E por dentro de meus olhos...
Por entre o meu sangue...
Nas minhas guelras e pulmões...
Caminham passos a abrandarem...
A chamarem por mim...
Que me sossegue a esperar
Que os outros reflictam...
E tudo assim num instante fica a descansar...
E eu então repouso me...pacífica...
Sabéis vós...que a mim...
Me dá muito trabalho a albarroar me nos caminhos...
Contestar o tanto que é admitido...
Degladiar me com tontos e mentiras...
Afrontar hábitos e manias...
Persuadir os teimosos de seus enganos e aldrabices...
Viro lhes então as costas...num menosprezamento comodido
Numa elegância... meramente devida...

Sabéis voçês...
Que o ser humano é agitado...desprezível...

Não é que eu seja melhor...
Nunca o tive por dito!
Mas o melhor é mesmo a certo momento...partir...
Porque aqui...é tudo uma selva...
E andamos todos perdidos...
É por isso que um dia decidi calar me
E deixar aos outros...o tempo neles...a reflectir...

Ah!agora sim...



A maneira de
Guardei me no segredo dos tempos
Que se anunciavam tormentosos...
Decorado de efeites ardentes... prejudiciais á mente...
E nas brumas quentes das tardes apáticas
Me fui sempre debruçando... a definir me...
Queria me bela como ás aguarelas dos retrados
Como ás espécies botânicas do meu jardim...
Mas fui me debilmente descobrindo...assim...
Na força da resolução
No intuído da correcção
No estabelecimento da raciocínio
Na procura do cálculo e da razão
Na refutação do dito e estabelecido
Em guerras empreendidas...
Em assuntos comprometidos
No desmascarar das ilusões...
No navegar das tentações...
E passaram se muitos invernos nesta vida
Em que o sol despontava pouco... na minha intuiçao...
E chamavam me vozes e rumos
A que eu não dava consideração...
E assaltaram me gente tosca e rude
Que me davam desarranjos...importunos...
E que eu derrubava em silenciosos descréditos
E que não me debilitavam ...mas...
Mas eu queria ser como a rosa linda e cheirosa
Semeada em janeiro...na terra desse meu jardim...
E descobri me um dia inibriada no seu cheiro...
Todinha mesclada de aromas e essências
Pernoitando com ela em sonhos...no paraíso...
E quando o sol repousava nela
Era também a sua imagem...reflectida em mim...
Gentil e calorosa...essa florzinha que se dá...
A quem passa e se abeira dela...
A alguns passos de mim...

É uma sorte... sempre poder vê la...
Tendes esse talento?
Oh! vós...que chamasteis por mim...

Wednesday, July 16, 2008

Redobram os sinos na minha aldeia
Redobra o tempo dentro de mim...
E ninguém se espanta de ouvir tinir
Este compasso singelo... sereno...
Que vive... ainda quente
Dentro de mim...de ti...
Toca o cuco a sua flauta doce
Como que chamando por mim ...
Mas seu chilrear é para outro
E com ela se há de partir...
O meu canto é constante
Sempre pronto a se unir
No lençol...em fresca manta
Sempre dois ... a sorrir...

Tuesday, July 15, 2008

Perdi te o tempo...
Perdi te a idade...
Tu... que nunca mais chegavas,,,
Tu... que nunca aparecias...
E vieram as chuvas
E caíram as tempestades...
E as flores e as luas...
E o sol que se abraçava á raça das gentes
E que se instalava...nobre...nos corpos nus...
E veio o mar...e as ondas gigantes
Em teimas suspirosas...
Que alegravam nos tempos...
E nos outros....levava alguns...
E tudo voltava a redopiar em tremendos salpicos
E tudo rejubilava... endemoínhando alguns...
E seguiam se conversas... em sussurros lamentosos
E remurejavam se histórias sem sentido
E mistérios que deambulavam a custo...
Desfazendo se...lassos...nos pés de alguns...
E as desinteligências pintavam se em cores garridas
Para ver...se enganavam alguns...
E o tanto que embebedava e embrigava...

E no tudo me vi envolvida...
No tanto me achei estropiada...
Me tive atrapalhada e triste... embargada...
E esta dor a que não se achava o fim...

E chegou um dia um amigo a ancorar
Nesta vida gorda...que não parecia ter fim...
E aderecei me a guiar...
Por mãos estranhas que favoreceram o meu desquite...
Demorou se este tempo a flutuar...
Esta teia esburacada...
Este poço fundo a que não se achava o fim...

E assim falava para si ... condoída...
Uma velha muito velhinha
Que já havera pedido aos céus...
Que havera suplicado... há séculos
Que a levassem daqui...
Enojada das mésculas negras
Que alastravam sempre por perto de si...
Desejosa de se deixar fundear
Para um recanto cálido e sereno
Que a levasse...rejuvenecida...
Para a terra prometida...

Sabeis...vós...que me estais a ler...
Que nem toda a gente
É feliz... por aqui...

Sunday, July 13, 2008

A vida são duas pessoas a degladiarem se
Na mais pura malvadez e cobardia
Abatem se verdades...honram se mentiras
E numa convulsão agitada...subscrevem se aldrabices...
E no amor a tantos dados...
Na mais pura franqueza e lealdade...
Escondem se os alaivosos e os espertos
Esses... todos...que já não precisam de mim...

Thursday, July 10, 2008

Deixa encostar me ao teu ombro...
Tu...amor...que não falas...
Para eu... no meu silêncio te achar...
Sempre...assim...

Wednesday, July 09, 2008

Vou me enfeitar...tola..
Para ao meu amor agradar...

Isto é sempre no princípio dos tempos
Que nos demoramos por cá...

Vou me apressando...louca...
Para o meu homem não encontrar...

Isto já é lá para meados dos tempos
Que nos demoramos por cá...

Vou largando tudo...
Até o meu par... que trazia por cá...
Até aos filhos que semeei...
Na cuidança excelsa de meus actos...
Que se transplantaram por aí...
E que já nem aparecem mais...
Até o bem... que já nem sei onde está...
Até o mal... que larguei já...

Vou me apressando
Porque quero folgar...

Mas claro está!!!
Vou mas é calar me...abreviando me já!
Atalhando me por caminhos singelos...
Ah!...sim...sim...aqueles que ja não são de cá!!!!!!

Enfim...descanso!!!!!!!!!!

Tuesday, July 08, 2008

Dizem me para não falar muito...
Dizer pouca coisa...
Ou mesmo nada...
Mas como me posso eu calar
Se no finar das madrugadas
Já os meus olhos se entrelaçam
Nos tintos e aromas que pairam no ar...
E se na minha boca se apressam
As palavras loucas a redondearem se...
E se nessa hora breve...
Ja tamborilam em minha boca as ondas do mar...
Roçando de leve...amornando os meus lábios quentes
Que se alongam ... conversando com as conchas do mar
E que conferenciam... alegres...
Em ardores que estalam e rebentam...
E eu...sem dar por nada..
E se me tenho depois com ele a conversar
Do tanto que não se consegue espreitar ...
É porque me desejo pássaro...na saudade... a viajar...

E depois não é só isto...
É esta necessidade que tenho
De me apregoar...serena...ao menino...
De me entoar á menina...
De lhes enfeitar a caminha
Com as minhas cantaroladas...
E depois...digam me lá...
Existe coisa mais bela neste mundo
De que nos embalarmos ao luar
Tricotando com a língua ums versos redondos
Avoando nos logo assim...
Direitinhos para o outro lado ?

Fala a terra regada de fresca água
E as flores nela a mergulharem...
E falam nos os céus...dos abismos encantados
Todos salpicados de palhinhas amarelas...
Todas...todinhas a tagarelarem...
E palrra o vento nas cearas vermelhas
Nos tufos doirados das alvoradas ainda fechadas
E que esperam sentadas nas pausas do tempo...
A que eu também gosto de me recostar...

E tudo fala ...
E tudo se agita...
E tudo se desfralda...
Nesta faina castiça...

Mas um dia... não me vou mais saber pronunciar
Nas malhas cerradas deste meu compasso
Que me teve presa por cá...
Assim...já fininha...
Quase a definhar ...
Seca...a amarelar...

Mas eu não tenho medo
Porque ainda há tanto... por lá...
Para adivinhar...
Deita se o homem na sua cama...
Estica se a vontade...
Arredondam se as costas cansadas...
E procura se no leito... o dia premiado...
Um sono abonançado...
Mas há quem não se ajeite neste mandato
Neste manto moroso...onde mora a saudade...
E se tenha ...na vez... afligido e dobrado...

Pobres homens...
Coitadas mulheres
Que gemem nas noites naufragadas...
E reza se baixinho aos Anjos
Que nos venham ajudar
Com os seus cheiros a canela e mais o seu melado...
Mas nem assim repousam as gentes de bem
Que na dureza se esfolam a trabalhar...
Que na recolhida casa esfregam ... lavam... cozem e repassam...
Ai!!!!que desatino este de... na noite enlutada...
Os olhos não viajarem nunca para o outro lado...
E a voz ficar assim colada...
E as palavras não poderem voar... a serem abençoadas...
Parca esperança essa de nos vermos enlevados
Por decima da cidade... das casas e telhados
E o dia a fazer se anunciado... com os olhinhos sempre a brilhar...
Ah!!!!!e depois vem o desespero de quem se levanta a desfalecer...
E as horas tristes... de quem não se encostou á tenuidade do tempo que passa...
E por vezes esperam se eternidades para que o cálculo desfaleça e o corpo se desfaça
Porque...só deleitados num arrebatamento doce e cuidado
Poderá a gente acordar serena...e prontinha a trabalhar...

Eu cá por mim...
Peço sempre a Nosso Senhor
Que me tenha no sono...abençoada...

Monday, July 07, 2008

Na aflição da tormenta
Rasgaram se fitas coloridas...dentro de mim...
E num jeito desafinado...na incoerência ditada
Amarram me assim...
E depois veio aquele olhar vago
Aquela incerteza ... toda trajadinha que me fixava assim...
Olhando me constante...sem fim...
Mas eu demarquei me da vida há muito...
Nestes jogos de vais e vens, pintados de risos...
Que me não contagiam...também...
E o eco já não ressoa...distinto e altaneio...
Vede...vede... como se vai afastando para além...
E no ajuste atestado em minha previdência ...
Na alucinação provida da razão anunciada ...
Num esforço a que nunca mais se adivinhava o fim
Neste tudo ... na gravação das recomendações fundadas
Dos tempos em que mandaram para aqui...
Neste tanto estoivado da vida que se rege por aqui...
Enjaulei me sem querer...neste firmamento de luz ...
Nesta aura branquinha... perfumada e lavadinha...
E que um dia...numa perturbação suavizada
Chamará ... assim...por mim...

Friday, July 04, 2008

Encosto me ao silêncio que amansa
Ao calmo descanso...
E nesta hipnose aligeirada
Espelho me...delirante...
Ah!!!brandura deleitosa
Que em meu peito descansa...
Sorriso bonançoso...constância...

E assim me vou afoufando
Neste círculo abrigado
Porque o mal dos homens
É terem se todos...
Em palrice... amontoados...
Ouçam...ouçam...
O meu coração que bate...
São os passos dos meninos
Em meu peito a ensaiarem se...
Correu o menino...
Voou a menina
E numa roda branda
Todos se apuraram...

Me vou tranquila agora
Para casa pernoitar
Num sono leve me embrulhar..
...Beijando os meus meninos
Que me puseram a dançar...

Wednesday, July 02, 2008

Cuidou se a menina a mim...
Seu árduo penar...
Que a precustavam sempre
Com os olhos a perturbar...
Não arreliem a pequenina
Que um dia se há de dar
Inteira...inteitinha
A quem sua alma encantar...
Mas não se julgue o preferido
Seu íntimo enjaular
Porque ao Altíssimo lá do céu
A ele um dia a há de entregar...
Mas nos entremeios da vida
Se julga sempre a gente a acreditar
Que é nos braços dos donzéis
Que a aurea se há de alargar...
Pois que se engane a pucela
Pequenina ainda ... de nanar...
Que as criaturas daqui da terra
Se deleitam... em arruiná la...

Pobre veredicto este... por um mortal anunciado...
Mas há que agir a tempo...antes do temporal uivar...

Andamos todos por aqui a vaguear
Por atalhos e adivinhas..
Por derrotas e destinos...
Sempre a esperançar...
Mas a alma da gente..
Ah!!! A minha... ninguém me a há de resgatar!

Cuide se pois quem se quiser um dia...
A Deus se anunciar...
Pinto te na tela...
Vejam!... a minha alma a bordar...
E entrelaçam se riscos e sentidos
Na profusão do olhar...
Oh! ostentosa virtude esta
De em mim te renovares...
E com pétalas das mil cores
Te contorno com cuidado
Porque é neste jeito perfeito
Que te tenho de discifrar...
Mas a tua alma...amor...
Tem na para ti ...honrada...
E que em mim resplandeça...
Sempre aguda... essa suave vertigem...
Esse quente fascinar...
Não me publiquem nos vossos olhos leves...
Em vossos desfraldados corações!
Pois que eu me venho de longe...
De caminhos leves...enluada em respingos divinos ...
Ai!!!não façam mal ao anjinho pequenino
Que se apresenta a vós...sereninho...
Na fralda de seu calção....
Austerem me sim...
Em vossos colares celestes
Em suaves distinções!
Somos sempre culposos de nossos erros e frustrações!!!
Quem nos manda a nós... não ouvir os passos em nossos corações?
Pois que tudo se define neste meio amoroso...entre a força e a razão...

Ouvide leve...a caminhada da Criação!!!
Ouvi sinos a tilintarem!!!
Que alegria esta!
É agora que me chegam a levar
Para álem!!!
Para os jardims celestes!!!
Pedi muito por O lá visitar...
Calhou me agora a vez
De me com Ele...no alto me encontrar...

Peçam sempre nas vossas rezas
Esta grande iluminação...
Pois que eu me cansei do tanto
Me encontar na ofuscação!!!
Ai!!!!!!!!!!!
Este desajuste que queima...
Esta fenda que geme...
Este lamento que soluça...
Este grito que estremece...
Esta aflição que magoa...
Este amargura que perdura...
Esta mágoa que desfalece...
Este doilo que aflige...
Este pesar que carrega...
Esta fúria que estala...
Este medo que congela...
Este desgosto que permanece...
Este pesar que magoa...
Este ciúme que enlouquece...
Esta tormenta que afoga
Este remorso que endoidece...

Ah!!!!!! A vida da gente é isto...
Ou será que não é?
Passem por decima dos erros
Que não há nada a lembrar!!!
Nada a fazer...
Tudo para desnodar...
Tudo a desnovelar...
Mas há sempre gente
Que se admoestra no erro
Permanece na vilenia
E até se acha clara
Na chama fúnebre que se propaga...
Aniquilem se as maldades
Os maus passos!!!
Porque no coração da gente boa
Desfalecem se forças...atributos dignos...
Na matéria suja que alastra...
Há que ter muito cuidado
No que toca a tudo que por nós passa
Por vezes vemos olhos grandes...lindos...a brilhar...
Mas são bocas grandes...
Prontas a abocanhar nos
E depois há aquelas mãos lindas
Que nos tocam... suave...
Sáo patas repelentes
Que se ajustam cuidadosas...
Prontas a albaroar nos...
Porque só se chegam a nós
A quem nos adivinha frágéis...
O melhor é então nem sequer olhar...
E surge então a desconfiança
Que nos traz tristes e desalmados...
Porque a alma está mesmo nisto...
No ver sem ser visto
No querer sem ferir
No enlace... sem magoar...

Eu cá por min tenho me sempre atenta
Para o meu íntimo não magoar...
Acharmo nos felizes no colo esplenderoso dos dias que passam...
A!!quem me dera tal presságio... no dia que me vi em tuas mãos...
Pequena e quente...recolhida no sentimento de me achar do tudo resguardada...
Do tudo protegida...por todos amada...por tantos querida...
Ah!!que farsa mais elegante esta... de nos presentearmos com ideias e ideais
Nos dias quentes e frios que se esbofeteiam e nos fazem sonhar...
E é nesta impermanência dos factos e ideias... que surgem as dicursatas...
Mas porquê Deus meus...nos permitir em teu seio tão insensatos?
O problema está no desfalecimento da oração e da recta oralidade
Apegamo nos logo que nem lobos...á carne mole dos sensatos...
E é tudo desprestígio...logo na estreia iniciada...
E alevantam se logo queixas e lamúrias ... coisas escusadas...
Ah!!! quem me dera a mim...ter me sempre recta e segura...
Na oscilação permanente de meus passos...
Ah!!!quem me dera a mim ter me no Senhor...em seu colo assentada...
Eu vou desistir de tudo...nunca mais me vou cansar...
Porque tudo o que por aqui deambula anda sempre só...sem se achar...

Quero me diluir nas súplicas...nas vezes ...
Para junto de Nosso Senhor... a me ressuscitar...
Na jangada do amor se vai a donzela baloiçar
Vai... vai... nessa manta fresca
Na amorança te refrescares...
E um pingo dali...e outro de acolá
E tudo se restabelecerá...
Vão se as asas abertas em expedição... apressada...
E nem dá a pucela pelo mar a alvorotar...
Mas ela não se aterroriza...
Pois ela não se dá a assustar se...
Carrega os lábios cheios dos beijos que há de dar
E no peito enxaila leve... o carinho a levar...
Soltam se na malha leve... buracos de estontear
Mas a menina não sente...senão o seu amor a acenar
Apela os Anjos bons a ajudar
Escurecesse se lhe a vista no tanto precustar
Amor...Amor...onde estás?
Ela é assim...adestrada no pensamento...
Constante na firmeza adequada do sentimento
E assevera se sempre...
Nos caminhos lodosos de sua pena
Leve...adejando...elegante sobre o mar...

A donzela é esforçada...alentada...
Mas já se vai cansando...
Nos braços o seu eleito a arredondar...
Na constância calorosa de o encontrar...
E tudo se escurece no além...
Na cauda fina do firmamento
Que se nega ao seu alcance...ao seu manjar...
Mas ela não enxerga a extinta mancha...
Pelo meio de sua vontade...
Porque o amor... amor... não o há...
Mas a menina nasceu assim...
Amando a este...e não a outro...
Que a haveria de ninar...

Triste desígnio...
Parca intuição...
Mas ele se irá assim...
Por todo o sempre... a procurar...