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Tuesday, April 28, 2009

Há céus a entrançarem se ,como fazem os namorados, agarrados ás mãos , aos braços, aos percoços esguios, no pavor súbito de se desfragmentarem por aqui...
Conheci há tempos uma mulher que prendia os seus olhos nos céus , no desejo louco de para lá se esgueirar em procissões e romarias.Mas há sempre uma estação para tudo.O momento dos amores ,das carnes ,das traições ,das dádivas imerecidas...só mais tarde, muito lá para o anoitecer brumoso da vida se entende a humanidade com os claridades vindas de cima, com os sonhos de passarem, leves, o estreito caminho.Mas também os há ,que no pujar da doce adivinha, que na largueza do tempo que por eles se esclarece e os cativa, detêm já na alma aquele vivo romance de se quererem dedicar ás luzes e aos santos divinos...pairam, resvalando em suaves deslizes por decima do tempo, atrevendo- se a atropelá -lo na pressa de fertilizarem as terras do lá de cima...deixai -los irem ,em perpétuas idas, em demoradas vindas. Pode ser que um dia alguém se chegue a contar o que para lá há , e que se não veja aqui. Eu por minha parte já me lá muito permaneci.Sou espírito vivo ,carne empobrecida. E quem me quiser descobrir por aqui,que me analise os olhos ,que já quase tudo viram, o andar, que já quase tudo percorri, o perfil que me não é daqui...agora aprendi a caminhar pelas vielas empobrecidas da vida , a beber na sede , a água que se já não encontra aqui ... ressuscitou me o Grande nesta vida em que um dia em convulsões me perdi...

Sunday, April 26, 2009

Vi te nas nuvens ...nos céus orvalhados ...
Vi te nas esferas redondas emprenhando sonhos...verdades ...
Vi te em ressuscitações adiantadas ...
Vi te ... vi te em espirais auréoladas
Vi te ... vi te... em formesuras incontestadas...

Não te abeires a min a te espantares...
Que me sou aquela que um dia havias de amar...
Hospedando me nestas clarezas... nestes serenos luares
Em rodas brandas e cantares ... em procissões a te festejar ...

Vim das brumas cinzentas onde me debilitava a me afogar
Desse escuro inseno de onde me fugi para aqui chegar...

Vi te em alvuras diáfanas
Em transparências a me acenar ...

Oh! angelical miragem
Milagrosas as maõs a me quererem libertar ...

Me fui persseguindo ... me fui ...
Num rolar de esmeraldas a te sussurrar
A saudade que há muito meus olhos verdejava
Nestas redondezas me haver contigo a morar...
Foram rosas ... cravos... jacintos e o alecrim
O ramo estrelado que chegou ... me anunciando um dia a ti...

Amazona...princesa deslumbrante!...
Cometa etéreo ... luzeiro fascinante...

Me vivo desde então nas asas de um pássaro
Em benignidades e complascências plenas
Em vivas comemorações...encostadinha a teu luar!

Thursday, April 23, 2009

Partistes te amor em funduras de abismo
Sonetaste me autrora as despedidas ...
Me vou enlaçada em luz
A te acolher no paraíso...

Wednesday, April 22, 2009

Quero aprender !
Quero compreender!
As causas...
As fontes
Os factos...

A chuva
O relâmpago
O trovão
O grito
A raiva
A saudade
A partida
A dor
A morte
A agonia

Para me não ter em achaques e em desgostos repentinos
Um dia em tréguas e rasgos de noites e dias
Te ver andante ...errante...
Te partindo daqui para outra vida...

Mas eu sei amor...
Eu sei...
Eu me já adivinhei ... expirante ...
Que me morrerei logo a seguir...

Thursday, April 16, 2009

Chega se em rastos adequados
A ordem das coisas abrilhantada...
Chega severa ... carregada...
E na aspereza da sentença
Ordenam se silêncios ... condenam se pausas ...
Ah!que me quero ir arquejando ... desalinhada ...
Me desguiando das sentenças desapiedadas...

Sabéis vós...
Que a ordem é inclemente
Quando por vezes... em borrifos de zombarias
Não é temperada?

Ordem!ordem!
Qual ordem?
Todos me querem na ordem!
Coitada de mim...
Que me estou desajustada!!!
Suite nº II de johann Sebastian Bach para violoncelo

Prelúdio

Ponto redondo...
Dança se a roda celeste
Nestes espasmos secretos ...
Nestas voltas... nestas vertigens
Me desastro fraccionada...concreta...
Ah!ponto redondo
Bailado aéreo...
Arpejos ... galopes etérios ...
Sou musa...cantante boémia
Boquejando a melodia no rebulíço intrépido...

Ah! chegou me o amor á roda
Agigantaram se as nuvens de beijos
Arrepiaram se os Anjos...
Contentaram se as Anjas
Felicidade estranha...
Crepitam sonantes velúpias circundantes
Sim...me estou aqui em tua alma alucinante...

Ah! voou o último pássaro para o paraíso...

Singela... airosa ...me persigno em bencões
Chega te aos céus...ó indolente... ó amorosa...
Na baínha da saia ampla no rebordo dessa trama
E dançam e bailam as fadas ... os Arcanjos
E eu agarro me ao arco da dança
E me balanço ... mansa...
Poiso a mão ... a cabeça ... me caio e me alevanto
Pingo bravuras ... adero me em acordes tilitantes...
Matizo me em frescuras ... aromas cativantes...

Nunca mais desci...amanheci...entardeci ...
Anoiteci me em purezas...
Originei me das estrelas...mãe...


Alemande

Solta se a corda
Arco íris em flor
Rosa escarlata
Vento amado
Ligeiro o passo...
Redonda a sombra
Deslizes subtís...

Ressuscitam se nos céus
As almas boas ... gentís ...
Ai amores eternos ... jardims...
Ai rejuvenesciimentos ... querubins...
Baloiços...jardims..tesoiros...
Tudo arpeja em reviravoltas encadescentes...
No meu peito deslizando...

Ai!que me quero aqui ficar!
Ai que me não quero daqui saltar!


Dão se as mãos as ninfas ... as meninas castas do paraíso ...
Ouçam...ouçam nas dançar...vejam nas cantarem
Solfejam se nos céus bailes ...sinfonias...
Ai! se chegam os convites... arlequims ... meninos pequeninos
Negam se disputas... tréguas enlouquicidas ... esquecidas...
Ai! que se soltam os corações em afectos benignos
Ai que se encaminham os passos para o azulinho
Que se pincelam em aguádas coloridas fadas solteirinhas
Caiem águas...pózinhos!
Flores...cheiros amistosos
Alegrias
Confortos
Assentos
Descansos...
Tudo para mim...

Ai!tudo no colo de Nosso Senhor!
Agiganta se a dança
Abrilhanta se o doirado precioso
Desfalece o branco
Desnudam se as virgens

Ah! tesoiros escodindos ... deslubrantes...


Courante

Vem amor nestes braços te embalar
Ah! vede as estrelas ... os anjos a nos abençoarem ...
Anda !...vinde galopar nas aragems amenas destes céus brancos !
Ah! que me folgue nas tuas maõas a te abençoar
Ah! que me dito feliz ... na tua sombra a me aperfeiçoar
Céus! Deuses! ouvide este meu cantar
Vede estas luzes...estas montanhas a se iluminarem
Vede estas harmonias ! ... estas rosas a brotarem !..
Ai...ai...que me vou em teus passos a me acelerar
Ah! este amor...este enamorar
Sois astros reluzentes a me alumiar
Ah! gira o todo em funduras preciosas
Ah! redopia tudo em fantasias amistosas
Vem ...vem amor te encostares a mim...

Sarabanda

Ah! delonga se o tempo em pasmos sonolentos
Baixam se os céus em beijos ... em encontros amenos
Descanso...repousos benignos
Sussurram aves pequeninas
Reposam os agigantados...os amantes
Ah! solfejam se melodias
Adormecem as estrelas pequeninas
Ah! flautam em cochichos pequeninos
As branduras de vento fugidias
Ah! ondulam nos céus sossegos...calmarias...
Navegam baixo navios pequeninos...

Minueto I

Chegam leves as plumas brancas
Balançam se nos céus os noivos fecundos
Beijam se as fadas ...fascínios
Brisam se as saias dos céus
Faíscam se as rosas das luas circundantes
Ah! doce...leve quadrilha
Ah! vede...mirai como se dança...

Minueto II

Ora um passo aqui
Um beijo acolá
Um passinho para a frente
Um passinho para trás
Rodam os saiotes amplos
As nuvens leves escravinham esboços
Vede...vede os amantes!
Mirai ali ...
Dança se na recreio adiante...

Gigue

Dai me as mãos amor...assim regadinhas...
Dai me as tuas moãs aconchegadas ás minhas ...
Sereno me em quenturas nesse teu peito...colinho...
Anunciam se as nuvens a se carregarem...carinhos...
Leve...leves as brumas escondidas
Fragmentos doces...
Ventos fresquinhos...
Celebra se o encontro dos amigos
Jejuam os amantes em festividades distintas
Ah! enaltecem se as cores quentes do paraíso
Aprestam se a se desejarem os talentos distintos
Divulgam se nomes ... delícias...
Solinho...mimo...regozijo...
Se aquece a humanidade em vasta harmonia...
Histórias...adivinhas...
Vede o quanto se escreve nestas bolinhas
Escutai ... ouvide...
Tilintam as harpas no ínfimo...
Harmonizaram se já os felizes
Nas abóbadas delestes do paraíso...

............................................................

E porque Deus me criou a min
E porque me decantou assim ...
Toda viradinha para cima
Estudando as nuvens
Redobrando os cantares exímios
Escoando se em fluídos divinos
Pelo peito...pela alma adentro...minha...
Ah! ajustado...adequado momento
Em que me desci ... morninha para aqui...

Ah! consolação a minha ... na audiência e bodas magníficas !
Tudo está no lugar certo
Tudo está na ordem correcta
E se por um acaso funesto
Se numa desafinação inadequada se falar agreste
Chorarão as cordas ... os violoncelos...

Tudo nesta vida é música
Tudo nesta música é mistério...

Wednesday, April 15, 2009

Falaste me amor ao ouvido
Aquelas coisas de outras vidas
Corredores apetrechados de almas
Carróceis girando em volta de adivinhas...
Segredaste me em uníssono aquilo que eu já sabia
Fascínios de alegrias onde a meio me interrompia
Em descansos e alegrias no ouvir do tanto que
A minha mão andou por céus ... por nuvens ...
Pasmos...atordoamentos... estrelas altíssimas ...
Tacteando os astros e as suas cores marinhas...
Inibriou se dos sons dos firmamentos vizinhos
Em instintos apropriados ...em requintes de magias...

Arredondou saias... encapuchou saiotes ainda virgens ...
A minha mão me veio do Altíssimo ...
Do Digníssimo que a aperfeiçoou assim... prodigiosa... íntima...
Renda tecida...plumas esculpidas
Para na terra se enaugurarem em comédias ...concertos divinos...
Benditos sois ... dedos agilíssimos...
Cordas sonantes no peito de passarinhos...
Louvados os seus sentidos!
Eu ... que um dia me malogrei chorosa...combalida...
Eu...que um dia delas me vi despida
Balanço me hoje em puras adivinhas
Em perguntas e proezas sublimes
De me as saber de novo um dia ...a me voltarem minhas...
Nas portadas estreitas desta vida pequenina ...

Há quem não perceba!..
Os há quem nada entendem!..
Mas a mim ...
Por hoje me basta o desabafo e a saudade
De as sonhar de novo em min...
Novas...ascidas estrelinhas...
Olhos meigos...jardims enamorados ...
Colhe me a seiva para me poder dormir a teu lado ...

.............. ............... ................. ................

E assim cantarolava a donzela tocando dias a fios ...
Versejando se em cantares ...
Inocente a pucela...dobrada sobre o seu virginal...
Vede ! homens dezarroados
Vede ! mulheres adoidadas!
O distúrbio... o turbilhão que me apedrejaram...vós... na alma !..

Mas ninguém vê a tormenta ... os desassossegos desapiedados
Que as rézes desta terra em montes de estragamentos insanos...descuidados...
Em subtilezas e requintes ... em alegrias coordenastes ...
Como chefes endemoinhados ... planeando lutas energúmenes...espiritadas ...
Como capitães intumescidos ... desordenados ...arrancandos membros a seus aliados
Como a cobra sorrateira... dessimulada ... engolindo orfãos das ninhadas...

Ah! agonia enamorada em meus sentidos desirmanados !
Ah! dor inflamada nas espadas ensanguentadas !
Ah! cactos espinhosos aferretoando as minhas veias dilatadas !
Ah! asfixias...mortes...penas quebreiras... dascalentadas...

Ah!.. que me deixem só !
Que me esqueçam para lá ...nos montes...nos altos !..
Que me delapidem aqui... já ... o corpo em brutos assaltos !

Façam no!..mexam se!.. retalhem mo!..
Porque a minha alma me cá já não está mais!
Se foi a fugir em demandas de outro corpo menos flagelado ...

E é assim que morrem os heróis ...
Em suspiros e benções resignadas!..
Alando se em vagarosas valsas para o Outro Lado !

............... ................... ...................... ......................

Eu sou a esquisita ... a inusitada ... que ninguém conhece mas que todos desbravam!..

Monday, April 13, 2009

Quero chegar ao dez!
Assinalando um de cada vez!
É difícil contar os números
Ajustadinhos...da maneira que Deus os alinhou !

Quero soletrar as letras
As vinte e três por sua vez
É confuso pronunciar cada uma
Da forma como Deus as dictou!

Quero cantar afinada
As notinhas que brilham ao relento
Sons das esferas redondas
Girando cada uma por sua vez !

Quero juntar o tudo e dizer
Que isto tudo é engraçado
Inteligências ... dádivas férteis
Que Deus ... ao professor ensinou !
Quero um berço !
Uma alcofa pequenina onde me deitar
Para em gemidos sentidos
Em desgostos desprezados
Se chegarem a mim a me consolarem!

Porque é sempre aos meninos e ás meninas
Que se têm tristonhos e agoniados
Que a gente graúda baloiça em cedências aliviadas ...
Que ergue dos berços em braços amistosos e aquentados
Em denúncias prodigiosas de milagres
Em consolos e ternuras
Que já há muito perdi o rasto...

QUERO UMA PÁTRIA NOVA ONDE ME DEITAR! !
Na adversidade mora o despeito
A raiva solene a se querer enobreçar !

Eu cá por mim... que se fiquem todos por aí
Com as vossas manifestos pompas e arrogâncias
Com vossas arquinhas de tesoiros escusados
Que eu me vou atrás das flores... penteados de Anjos
Em procissões faustosas de morangos enchapeladas !

Mas quem não olhar o campo os montes e as serras
Quem não se apegar á terra tenra e mansa
Que se oferece em graças sinceras sem nunca esmolar nada
Que se fique pois com toda a alucinação... fantasias estremas
Em magotes de equívocos a se ilustrarem...

Há muito que me fui
Para lá da terra a me celestar!...
Põe a tua mão na minha ...
Toma a minha na tua...
E como dois pássaros a arrastarem as asinhas
Como os rouxinóis deleitando se em harmonias
Me desmbrulho em ti para me teres em ternuras
E tu em mim para te ter eu em branduras...

Basta me a tua pele fina exalando magias
O teu olhar enamorado cravando beijos em rimas
E no descascar da obra
No despojar das vestes primas
Tocam os sinos no Olímpio !

Príncipes e princesas
Gente boa má e ruim
Acudam a ver o Rei e a Rainha
O amor enamorando a amorinha ...

Vejam todos a secreta onda ..o refúgio lindo ...

Sunday, April 12, 2009

Não...eu não tenho medo !
Não me amedronto de nada ...
Só dos teus olhos tristes
Que me olham ... arruinados...

Soletram se nomes ... códigos e moradas ...
Indigiu me em procuras ... em ponderações cuidadas
Indícios suspeitosos de quem possas amar ...

Não sou eu...não és tu...ninguém destas ervas a bravar
Destes pântanos ... destas montanhas a pernoitar...

És do céu ... das nuvens ... das alturas proêminentes
Onde te nascestes a voletar...

E eu.. que me ainda não vislumbrastes em alguma parte...
Eu ... que me não assentei ainda em qualquer lugar
Me tenho neste tempo imenso ... neste vazio largo
Esvoaçado em proezas ... flutuando no teu oásis ...

Anuciar me ei em manhã quente e ensoleirada
Em luzes e luas determinadas...

Eu...que me não tenho medo de nada ...
Me estarei pronta a te amar
Nos mares desertos desse teu tragar

Sim...no dia em que poisares o negro dos teus cumes
Nas searas verdes de meu arcar !
Em alcances destros...
Alongando te sempre a me versejares...
Começei me em inocências estremas
Em requintes apapoilados
Banharam me em incensos perfumados
Em alegorias estreladas
E um dia vasculhei pela janela doirada ...
E um dia escorreguei em pedras esfoladas ...
Abriu se me um rasto no peito
Cravaram se raízes empodrecidas
E enlutei me logo ali em desmaios... arruinada...

Fechem! feche se essa fanela endemoinhada !
É o bafo dos homens e me quererem estragada !

E em redobrares furiosos
Em solavancos solitários
Em sacudidelas e friezas estranhas
Me consegui por fim desaferrar

Cuidado ó gente mansa ...
Quando fordes ás janelas espreitares
Que para lá ... habita aquela gente
Aquele molho de ratos
Aquele éxercito endiabrado
Que espera uma tua onda mansa
Para de seguida te abocanhar!

E assim desabafava a donzela em prantos aloucados
Por não se poder ir muito adiante
Do tanto que lhe fora até lá...dado...

Monday, April 06, 2009

Basta um dia de desassossego
Para em tudo me achar perdida !
Basta me un dia de amor
Para em tudo me ter erguida!
E se me escutais em rigores
Veréis que falo verdade
E que me não estendo em mentiras...
Em beijos se dilatam os dias
Sempre em tréguas e fervores merecidos...
E na solidão crestada dos iguais
Se tem a gente em desígnios funestes
Em desventuras danosas empobrecida ...

Pois escutem lá o que vos digo...
Encarcerai pois vossos tesouros malditos
Ouros...patacas ...viténs ...cobres...moedas...maquias...
Opolências... em buracos e minas escondidas...
Regai vos de benções sanando essas feridas
E dai vos aos outros em ternuras ... afagos e meiguices...

E assim rezava a cortesã na sua capela escondida
Se fatiando insana ... entre o ascetério e a vida...
Por onde andas meu amor
Onde estás em almas e ternuras
Partindo te assim em lonjuras de min...
Escuto o vento a uivar nas serranias
Desmancho segredos desvendando cochichos
E nada descifro... nada concerto da magia ...
E na dobra larga do tempo me chega o desassossego... a intriga...
E no desalinhar da dúvida me chega a tristeza
E no refinar do tormento destempera se me a cortesia
De te toldar firme em outra e me olvidando aqui sózinha!

Onde estás...onde estás ...

Friday, April 03, 2009

Apressam me o passo ...
Arriscam se a perderem me na terra ...
Porque é nas nuvens que eu galopo em redundâncias tremendas
Em vôos magníficos em que me nunca dei a espreitar aqui na terra ...
Me querem penhorar a alma nestas palestras
Nestes sermões caprichososos onde se pavaneiam
A se desvendarem vaidosos e deshonestos
Ai!.. que me não chamem! me não me interpelem!
Porque eu ... já cá não estou ...
E tudo sobeja em restos apodrecidos...farelos...
Caiem farrapos de cal ... soltam se pedras ...
Desabam sismos por de cima da minha cabeça
Mas me não estou mais cá...me fui há muito com os Elfos
Com as fadas desconhecidas destes homens rijos
Que nunca deram por elas ...

Me não registem nas vossas palavras dialécticas
Que as minhas ... há muito me foram purgadas... esticadas... pintadas celestes
Todas desconhecidas desta humanidade
Que me olha me estuda e nada percebe ...
Me vivo em desassossegos e contrariedades cruéis...

Por isso me não nomeiem em vossas bocas ...
Em vossos corpos atrofiados ...
Porque eu me estou aqui ... quieta...

Thursday, April 02, 2009

Pintei os meus sonhos
Deambulei me em viagems celestes
Amadureci em cachos de uvas a derramar me ...

E o vento célifluo...a aurora adormecida
Recolheram me em seus braços em descansos benignos

Alourei me em vestígios de um célere arco íris
Ido em momentos para viagem
Levando a Deus almas pequeninas ... recomendadas...

Vi...vim...e me acordei toda floreada...