páginas brancas

Monday, January 25, 2010

Vou te beijar os olhos amor
Essas bolinhas por decima de min
A se passearemam e a me verem
Em provas das palavras primeiras
Que gotejam ávidas a se renderem
Vou te adoçar a boca amor
Com os meus beijos ... assim... até me apetecer
E num rasto de desejo aos teus joelhos
Para no teu colo me suberguer
E na ansia do desejo
No desassossego deleitoso que abrange o meu peito
Ao teu pescoço me vou prender
Lembras te ... lembra te
Daquela rosa...da amendoeira
E do tempo que levaram a crescer
Eu vim num adormecimento de anos
Em salpicos curtos a me encontrar contigo para te ver...
Por isso amor estes olhos que olham e amam
São os mesmo de há trinta anos
Que já há muito te queriam em cortesias
Com a minha chama enriquecer
E por debaixo do capacete celeste a se erguer
Gotejam pérolas ... comida de Anjos
Para de noite nos abastecermos...
Vem...vem meu amor Azul...minha boca de Anjo!
Perdi o Norte na danças nas gigas vividas
Alienei me de casa em filha banida
Fui atrás das estrelas que me bendiziam
Bebera as ás golfadas com líquido dulcíssiimo
E para lá dos astros dos claustros de cima
Não há que enganar...é tudo igualzinho
Ora se ande para trás para á frente aos recues ás adivinhas
É tudo numa circunvalação rosada em aspiração sublime
Cá em baixo me não encontrava
Deitara se a Divina em ninho de penas em terras vizinhas
Sentiu um alongamento que lhe vinha da caixa do corpo de cima
Era

Sunday, January 24, 2010

Diz me pai... onde páras na minha aflição
Onde te calas sem minha autoirização
Eu que te o não dizia
Tu que me o nunca adivinhavas e sabias
Dos meus intentos das minhas idas e vindas
E era nos prados dos meus olhos candidos e seguros
Que te não consentiam recriminação nem censura
Que me pressagiavas em paz e segura...

Mas agora...agora anuncia me...
Para onde devem da partida
Para onde apontará a minha mão já gasta e pequenina
Em acenos miúdos e tranquílos ?
Os meus olhos já se exprimentaram
A desbravarem as terras vizinhas ...
A minha boca a mandar te pelos canudos de ar beijinhos
A enviar te o meu cheiro doce de menina
Diz me pai...tu que me nunca visitas!..

Perfila te logo de manhã um pouquito
Quando o sol nascer de mansinho
E eu estiver na varanda a estender te o meu lencinho
Vá ! meu pai ... minha andorinha
Anda leste e seguro para junto da tua menina
Que me disse o carteiro neste dia
Que amanhã ir me ei deitar cansada e sereninha
A teu lado alevando me na tua mão nem uma peminha
Aquele documento pequeno que pegavas e lias..
Vou te la dar amanhã ... assim já tão velhinha ...
Não me amedronto pai ..não me esquivo
Porque junto a ti serei de novo o teu tesoiro...
A imortal... a tua pequena abelhinha
Voltaremos ás épocas dos branduras dos regalos e dos carinhos
Porque nesses sítios para onde te levou O Grande
Eu sei...é recanto lar divino1..
As vezes que para lá me fui...
As vezes que de lá já vim ..
De pouco ou nada me lembro a não ser
Do Seu sorriso...do seu minho
E na instrução do Mestre do tudo acima
Ilustre é a insignia o presságio que se já adivinha!

Me vou por agora solta...aérando me por esses lados da luz
Agarradinha aos teus dedos...e tu a minha haste já curtida!!!!!!!!!!
Não me prendam! não me agarrem!
Nasci para voar por decima dos céus a procurar
Abraçar ventos e marés sempre a te rodar
Os meus cabelos são a estrada do caminho antigo de tua morada
Meus olhos são as vidraças das janelas íngremes onte te passavas
E os meus braços as agulhas tenras que de longe te bordavam

Parei lá no alto para aqui não voltar
Sou presa dos céus e de seus patamares
Subo escadas sem nunca parar
Espreito te agora lá do cimo
Como se vivesse a teu lado!

Não faz mal...não faz mal
Se os teus olhos se não fixaram nos meus no altar
Não faz mal ... não faz mal
Se as tuas vestes não são como ás minhas ... de céu embaciadas
Tu és da semente terrena ... eu sou a da divindade
Não faz mal... não faz mal se te perdestes no mar
Pois que eu estive sempre de teu lado
No forte mastro contigo a velejar!
Não faz mal ... não faz mal...
Se me nunca vistes a te acenar
Na dureza das marés no roliço insinuante das ondas
Num ventinho manso a te refrescar...

Pois é!não faz mal ... não faz mal ...

Um dia hás de me chegar!!!
O silêncio é um tempo branco
Um cotovelo no espaço sem braço
Um pé desajeitado que não anda
Uma corda podre que se parte...

Viveu em silencios ...em desconcertos sem se nunca achar
Em contradições que a muitos incomodava

Ouvia ouvia mas não compreendia
As palavras de certos bichos a quererem na abocanhar

E porque se soltara um dia de um floco de céu
Porque a retiiveram assim simples e pura
Nada a encantava nada a retinha
Nestas marés negras e escuras
Em que de dia e noite ela amanssava
E por isso se foi num mutismo numa sibilação
Já noutra dimensão em sigilio a se profetizar
Para outras longitudes sempre a procurar

Não procurem...não procurem porque a mim ninguém me acha
Sou a cor a risca o lume o assobio a desbotada...
Louca ... transloucada !

Friday, January 15, 2010

Fui em alegrias á terra te chamar
Vinde! vinde ver...vinde admirar
Um menino ... um rapazinho nascido no Mar !

Nas águas mornas em riscos sonoros a deambularem
Me fui chegando me fui a angariar
De onde me vinha a melodia terna este repentino trovar...
E na crescente alegria a se dilatar e na miragem a ampliar
Testemunhavam se em alaridos ... em sonetos doces as gaivotas no ar ...
E deliberava também comigo o fôlego grande dos céus
Em sarabandas e gigas alegres a entoar ...
E de longe caminhavam curiosos pedaços de terra a angariar...
Laranjas azuis verdes vermelhos em passadas lestes quase a voejarem
Gente graúda e pequena de outros rodeios ... de outros lugares ...
Sempre em deslizes e avanços recatados se tinha por ali vindo a prospectar

Avistara o lá do cima a madecha ruidosa a surucutar
E numa golpada de faca nem cepo milenar a decepar
Abriram se os mares nem falésias escorregadiasem manta aluziada ...
Em sonoridades espalhadas de coros o invento a anunciarem
Gotejaram brilhantes esvoaçaram ... aos milhares
Bolinhas de madre pérola a tilintarem
Acorrerram em vénias e cortesias os peixes a mo apresentarem
Um encanto...uma miragem num assento dionísico
Uma alma de outro lugar em visita pelas águas a prodigar!
Ah!
Menino! Anjo da guarda!
Mestre... arcanjo ... um Jesus pequenino
Num anunciamento divino a se anunciar
Ouviram se melodias ... doces manjares
E numa vontade que não media lugar
Se quiseram todos junto a ele se irem em visita
Tudo num espaço de vida intemporal
Num acerto de destino que determinava as idas e vindas
Foram muitas as delongas e estadias por esses oceanos
Em consultas e conferencias nobilíssimas
Davam se por lá beijos reatavam se tréguas
Desfaziam se desavenças...cobardias...
E a beleza a prosear se sempre em frescuras ... em regalias
E foi assim por décadas milénios nas temperanças destas vidas
E um dia ...
Fecharam se de súbito as persianas do mar ...
Se fora o encanto a se estrear por outros mares em outras vidas

Mas naquele sítio nessa praça de marés idas e vindas
Ainda as águas se recolhem quentes e macias
Em honras ao Pricipezinho que ali se recatara noites e dias
Em motetes e canções em histórias e resoluções a salvarem vidas

Onde está o meu Principe ?

Aqui!!!!!!Aqui!!!!!!!!!!! na alma vizinha!!!!!!!!!!!!

-Anak-

Saturday, January 09, 2010

Esconde se a rosa nas ronças espinhosas do mato
Abraçam na pequena em rodeios de progenitores
E os olhos...os ares que por lá passeiam
Não se dão contam não penetram a verdade daquele cheiro
A rosa e espinhosa

Wednesday, January 06, 2010

Amo...amo na lisura das minhas veias
Num traço curvo sem remendos
Num suspiro de santidade
Porque quando se achega o sentimento
A verdade cravada no nosso coração
É delírio...é contentamento
É virtude ...é canção
Esse motete esse lírio transparente
Que se derrete e se espalha
Cintilante ...sustento macio
Guloseima doce ... ressuscitação!!!

Monday, January 04, 2010

Não corro!
Nunca mais corro!
Nem á frente nem atrás!
Nem do menino nem da menina!
Irei antes sentar - me quieta
Assim muito sossegadinha
Á espera de uma história
De uma fábula ou de uma cantiga!
Porque eu sei que quando me doerem as pernas
Quando me estalarem as costelas e me rachar a espinha
Nunca mais me vou poder soerguer - me para aplaudir
Essa gente boa que anda por aí na roda vizinha
Em entonações e discursos exaustíssimos
A grangearem as passadas e testemunhos
Dos heróis que chegavam ás ruinas e num instante tudo erguiam
Mesmo para isto...mesmo para se escutarem estas legendas
Que cá para mim não são nada mentiras
É preciso descansar o corpo
E abastecer o raciocínio nas bravas adivinhas !

E é assim que fazem as gentes que tudo anotam e escravinham
Para na lonjura dos tempos se não vá a alma abaixo pela ravina!
Descobri - te nas espumas brancas do mar
Em bailados e oscilações que não timham fim
E eu ... em tremuras e averiguações
Que por décadas e séculos te não descobriam
Me fui em águas frescas e tremulentas
A te alcançar por fim...

Anseei- me me a seguir - te num beijo azulado de mar
Que desta vez chamava por mim...

Teus lábios alcançaram então a carnadura do tempo ínfimo
Em que eu... menina ... te rodeava assim...

Vem ... vem brincar comigo !
Vem ... vem arrendar te a mim sulcando me de beijos !
Vem ... vem amorzinho exprimentar a tua boca na minha romã !
Vem ... vem alongar a tua língua na minha maçã !

E tudo eram rascunhos...e tudo eram relembranças
Desses tempos ... dessas instâncias de menina...e tu de criança...

E nas frescuras de temperada manta
Em tonalidades tingidas por ti
Em delírios e evasões supremas
Desde então ... caminhamos em pare ...em passeios por aqui ...

Mas isto...isto é só um começo...
Do tudo que nos espera por aí...

E assim me contou a sua história que se tornara já lenda
A donzela perdida de então ... em risos e delicadezas que não cabem aqui
Pois que o casal em vez de envelhecer
Rejuvenescia - se ...inibriando - se dos cheiros dos lírios nos seus campos
E a terra era milenar cheirando a Reis a Infantas ...a pobres e a crianças
A pedirem em suavidades que lhes ajeitassem com beijos as campas
E a farta madrinha cobria - os então em cuidados e zelos nunca vistos
Com os seus folhos delicados ... aconchegando os amantes sempre em exaltações amigas...

E vinha o calor e vinha a chuva e eles nunca tinham calor nem frio...

E diz se por aí que eram protegidos por um Senhor muito Grande do lá de cima!!!!!!

Sunday, January 03, 2010

Percorri a minha sombra...a tua por momentos...
Deslize...decalque que de min se desprende
Segui - a em passadas alegres a te respirar...sonolenta...
Onde ides amor ... para onde vais minha frescura quente?
Não te distinguas aos outros sem mim...teu presente!..
Espera ! espera que me acomode enfateada em ti ... assim ...
Em gomos doces e polposos de framboesas !

Na candura leve do momento te alcança logo a minha pena
O meu feutro suave que nos sustenta...
E estes bomboms ... estes mimos permanentes
Esta poção lírica que atordoa e aquece
Serão as luas ... nos entardeceres dos nossos arrastos e cadencias
O repasto e o banquete ... na averiguação da concórdia e do entendimento...
E Procurando...e até achando quem sabe...o mistério da rosa e do alecrim bravio
Que canta e se espalha pelas serras adentro...

Espera! não te vás tão adiante ... a te fugires de min...carente...
Que eu sou aquela que propicia e alimenta...
Espera...espera por mim...oh! curva desatenta!!!!!

E assim se alcançavam sempre de longe
As duas donzelas proeminentes
Dizia se que de noite se embrenhavam as duas em amores e cedencias
Dizia se até que no seu rasto se acolhiam em farturas perfumes essências ...

E eu sei da verdade...na exacta providência!!!!

- Songe á la douceur des choses -
Alongo me no tempo em fatia sonolenta
Os ventos afastaram me das temperas dulcíficas de meus intentos
Refugiu me em sombras já desfalecidas e decadentes
Nos anéis de Saturno que me iluminam e me estreiam
Estou prestes a derreter me...a voz ecoa ... águada e frágil
Socorro! que me estou indo!...

Fui...fui...me fui...na deriva do espaço e do tempo
Sem idade ... na luz intemporal e intermitente
Em rastejos de cobra endemoínhada ... num susto repentino e desatento
Porque só se assustam os desacreditados ... os desfalecidos qu escorregam
Que se embrenham naquela ilusão pura que aqui lhes é estranha e permanente...
Vou a estibordo espreitar as marés ... as ondas ... as larguezas de mares a meus pés
E na nubelosa que me sustenta ... na elevação de minha mente
Faísco me ... etéria e sublime nas artérias latejantes de outra vida...

Eu sei...eu vi...ninguém deu por mim...

Friday, January 01, 2010

« A pintura é a poesia do movimento »

Por isso pinto para poder dançar!!!!!!!!
Para poder regorgitar da minha mente os delírios apressadamente engolidos e mastigados !
Delírios? sim...esses céus...essas nuvens que passam...que passam...sempre a voar...

Ah!como eu gostaria de ser uma delas!!!!!!!!!!!
Vamos irmã! para as entranhas dos céus que falam verdade
Para essas nublosas onde se deambula á vontade
Para estes sorrisos de crianças que nos convidam a cear
Para as casas primeiras dos Anjos nas suas presenças a nos convocarem!..
Vem minha irmã!... dá - me a tua mão agarradinha á minha
Em passos cuidadosos e gentís em carícias adocicadas cheirando a jasmin
Vem minha amiga com o meu braço determinado agrilhoado ao teu
Num testamente severo e amoroso de quem tem o coração junto ao meu
E em cânticos amistosos em brumas deleitosas me vou juntar o meu conto ao teu...

Encontrei te há pouco na barriga de um astro semeendo arcos íris na agilidade de tua passada...
Achei te assim...no meio de uma cantata ... num soneto poetado em tom de chamado
Vem minha irmã encostar a tua cabeça á minha em peripécias e proezas por contar
E na solidão do meu vale ... no serpentina da estrada abraçando a terra minha
Vem para junto de min em minha cama descansar...
Porque já foram muitos os séculos os milhares de anos a voarem
Por decima de toda a humanidade
Vinde com os teus cabelos alongados a tua trança arranjada
Te juntar a meu fato roto a meu toucado desgrenhado
Porque a ti...te penteavam os Anjos em brilhos doirados
A min eram as mãos ingratas dos homens a contestarem
Vinde...vinde com tua feição linda...com a tua alma soalheira ... me aprumares...

E foram estas as palavras de carinho que dissera certa menina a sua irmã há muito perdida e desmarcada de número e morada ...
Sonhara com ela ... que nunca vira mas sempre amara...
NUma caminhada dura por terras e mares...em poisos e lugares enojados
Mas fora num brilho de estrela ... adorada ... que a avistara num levantar de olhos amaciados...
Se foram as duas a passearem ... felizes ... para lá das nuvens...para outros lados!..

- Oú allons nous? -
Mergulhei numa onda branda...num fôlego áqueo de mar
Em requintes e guloseimas ricas e estranhas a me aliciarem
Enleei - me em algas e teias ... perdi - me em labirintos e rodas
Em tonturas bailantes a me quererem averiguar
Afoguei - me em aromas e iguarias ...enredei - me a ramos sumarentos
Consolos ás minhas mágoas ... ânsias ás minhas penas...

Harpejei hinos a reis e infantas...
Convites amáveis a me virem conhecerem ... a me visitarem
Pois que as penas que trago no peito são aço ... calosidades consistentes
A me trancarem na voz ... o sorriso de menina afável e prazenteira
Em inocências a se querer sempre em alegrias a amar ...

E as esperas arrastaram - se em padecimento ... por entre as finas palhinhas a flutuarem...

Azulou - se - me então um talento ... uma observação ponderada
Numa proposiçao de afecto ... numa brandura aligeirada de um meu tormento
Cresceram numa fugosidade extrema ... flores a dilatarem - se - me pela alma adentro
E numa regeneração ardente ecoou- se- me pelo corpo um canto supremo
A receita antiga do Amor a se querer em mim ...mostrar...

Tangei- te na minha aflição recordações aflitas a quererem recuar

Achegaram -se - me os sonhos de então num reboliço de mar ...

Foram as flores...as coroas de cheiros as mezinhas certeiras
No meu peito ... em dor antiga a cicatrizar...

- le dire avec des fleurs -